Esquadrão Suicida (Suicide Squad) foi, sem dúvidas, o lançamento mais divulgado e comentado desse semestre. Por conta do grande investimento no Marketing do filme, o hype ficou muito grande e junto com ele as expectativas, que sinto informar, não foram totalmente supridas.
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No longa, os acontecimentos de Batman Vs Superman criam a necessidade de uma força tarefa mais poderosa. Com medo de outra grande ameaça surgir, Amanda Waller (Viola Davis) decide criar o Esquadrão Suicida, formado por super vilões poderosos e perigosos. Assim, somos apresentados ao time formado por Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), El Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e June/Magia (Cara Delevingne). Esses personagens são muito bem apresentados no início, com poucas cenas dizendo sua origem (que ficou bem fiel aos quadrinhos) e como foram presos. Posteriormente Katana (Karen Fukuhara) se une ao esquadrão. Rick Flag (Joel Kinnaman) comanda o grupo quando um grande ataque ameaça o mundo.
O enredo da obra ficou bem simples. A trama, que não foi muito divulgada até então, se divide em dois focos. Por um lado temos a grande ameaça que é revelada de surpresa e por outro a subtrama do Coringa. E assim, caímos no que achei o maior problema da produção: o tão comentado Coringa. A atuação de Jared Leto não chegou a ser ruim, as maiores ressalvas ficam por conta da construção dessa bizarra versão gangster do personagem, porém não precisava estar no filme. A impressão que dá é que o Coringa foi introduzido ali apenas para ser uma cara conhecida ao público e ter uma brecha para futuras aparições na Liga da Justiça. Suas cenas parecem deslocadas e desnecessárias, apenas sua aparição nos flashbacks sobre a origem da Arlequina estariam mais do que suficiente.
A visão de David Ayer, diretor e roteirista do longa, é interessante. O conhecido colorido mostrado nas divulgações deixou o mesmo com uma visão divertida e com menções às HQ’s. É um filme violento, entretanto bem menos do que o esperado, a violência fica exposta apenas em tiros e o restante fica subentendido. É ótimo o modo como ele conseguiu explicar tudo, desde as origens até a trama central, de uma maneira rápida e fluida, sem perder tempo em longas descrições desnecessárias. O restante é preenchido em cenas de ação. Todavia, vale ressaltar a desnecessária e contínua necessidade de afirmação dos vilões sobre serem vilões e não heróis, isso fica bem cansativo no decorrer da trama.
O elenco foi um grande acerto, com exceção de Cara Delingne, que deixa bastante a desejar, todos entregam bem seu papel. Will Smith, que carrega o principal entre os vilões nas costas, foi bem convincente como Pistoleiro. O papel não é diferente de muitos que vimos o ator fazer, mas caiu como uma luva e ele se encaixou muito bem ente o drama e a comédia do personagem. Margot Robbie faz uma Arlequina fantástica, melhor do que tudo que podíamos esperar. Todo o falatório sobre a sexualização da Arlequina fica em segundo plano aqui, as cenas rápidas e a atuação de Margot ofuscam completamente o fato de ter tanto da sua pele exposta. Viola Davis, claro, se supera como Amanda Waller, já estamos acostumados com seu jeito durão e autoritário em How To Get Away With Murder, mas em Esquadrão Suicida ela mostra que ainda tem mais a oferecer. Me impressionei em saber que Viola consegue ser ainda mais forte nesse papel.
Contudo, quem realmente me impressionou foi Jai Cortney. Quem está familiarizado com o histórico do ator sabe que ele costuma fazer o papel de “fodão”, e era esse era o maior receio quando ele foi escalado para o personagem. Sei que Cortney trabalha bem, mas tinha dúvidas se iriam quebrar a representação do Capitão Bumerangue, que na realidade é um cara bem irritante e arrogante, e transformá-lo em um típico vilão bonzão. Não foi o que aconteceu e Jai soube encarnar um cara desleixado com maestria.
Por fim, não posso deixar de mencionar a trilha sonora. Todas as músicas embalaram os trailers estão de fato no filme, em momentos estratégicos e certeiros. Inclusive, temos mais clássicos no decorrer da obra.
Esquadrão Suicida é um bom entretenimento, divertido, violento e com ótimos personagens, mas peca pela simplicidade – e pelo excesso de Coringa. Temos um grande sentimento de que faltou algo, que o longa tinha potencial para muito mais. Boa parte dos problemas de Esquadrão Suicida estão no excesso de divulgação, como citei acima, a expectativa acabou ficando muito alta e a chance de se decepcionar é grande. Meu conselho é que abram a mente e abaixem essas expectativas antes de ir ao cinema e divirtam-se com Esquadrão Suicida.
Ps: Assim como em Batman Vs Superman, sai do cinema com a impressão de que muita coisa foi cortada, inclusive cenas que apareceram em trailers foram tiradas. Tenho esperanças de uma versão estendida incrível no futuro.