Crítica: 007 Contra Spectre

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O espião mais famoso do mundo retorna às telonas pela 24ª vez. Será que o agente secreto ainda tem bala na agulha para nos fazer embarcar em mais uma aventura?

Dirigido por Sam Mendes (diretor de 007 – Operação Skyfall), 007 Contra Spectre (Spectre, Reino Unido/EUA, 2015) traz novamente Daniel Craig na pele de James Bond, que dessa vez procura desvendar todos os segredos por detrás de uma organização criminosa, enquanto M (Ralph Fiennes) tenta impedir o fechamento do programa de agentes 00.

Como de costume, a abertura é impecável tecnicamente. Além de muito bem fotografada, boa parte da cena inicial é realizada em plano sequência, que acompanha o protagonista através da festa do Dia dos Mortos, no México. A maestria técnica do diretor de fotografia, Hoyte Van Hoytema (Interestelar), é notada em todo o longa. Além de diferenciar as locações, Hoytema também utiliza muito bem o contraste entre o claro e escuro, luz e sombra. Tudo isso unido a uma equipe de efeitos práticos, liderada por Chris Corbould, torna o filme um verdadeiro deslumbre visual e técnico.

007 Contra Spectre
007 Contra Spectre | Imagem: Sony Pictures

007 Contra Spectre não é só proeza visual. A sonoplastia também merece ser citada. Com a escolha certa da gama de sons da mise-en-scène e uma mixagem incrível, conseguimos nos inserir dentro das cenas de ação de uma maneira muito natural sem os típicos exageros de elementos e intensidade de som tão comuns hoje em dia.

O grande problema, como na maioria dos filmes de Bond, é encontrado no roteiro. Com personagens desnecessários e empecilhos pouco convincentes, o longa acaba dispersando a atenção para o que realmente importa dentro da trama. Muitas cenas de ação estão ali sem muita justificativa e anestesiam o espectador, de modo que as sequências no momento do clímax percam muita força.

Uma marca muito forte na franquia sempre foi os vilões, que possuem personalidades e trejeitos marcantes. Por mais que seus planos quase nunca sejam eficazes, são carismáticos e chamam atenção. No caso de 007 Contra Spectre, o vilão Franz Oberhauser (vivido pelo ótimo ator Christopher Waltz) carece dessa força marcante, pois ele só se prova e mostra-se perigoso com atitudes que não acontecem em tela. Além de remeter aos longas anteriores para dar bagagem à sua periculosidade, tudo ao redor é muito mais falado do que feito. O que tira um pouco a graça do filme.

007 Contra Spectre
007 Contra Spectre | Imagem: Sony Pictures

Ao final da sessão, a música tema toca e saímos animados. Afinal, é James Bond! A marca possui uma qualidade intrínseca muito grande e um apelo emocional muito forte. Mas a nova aventura do agente 007 deixa a desejar, principalmente depois de seu antecessor, Operação Skyfall. Visualmente, o filme é soberbo e Sam Mendes consegue dirigir cenas de ação empolgantes e esteticamente belas. Uma pena que o roteiro não consiga atingir o mesmo nível.

Veja a ficha técnica e elenco completo de 007 Contra Spectre

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