A Mulher Rei | Viola Davis ressalta a importância de protagonistas negras ‘verdadeiras’ em filmes

Em visita ao Brasil, Viola Davis, protagonista e produtora de A Mulher Rei e seu marido, Julius Tennon, ator e produtor do filme, falam sobre a importância de representatividade negra de mulheres 'reais' na tela.

Um casal pra lá de notável, Viola Davis e Julius Tennon vieram ao Brasil para divulgar o longa A Mulher Rei (The King Woman) e em sua visita pelo país aproveitaram para dar algumas entrevistas em rede televisiva, conhecer locais históricos, jantar na casa de Tais Araújo e Lázaro Ramos e conhecer nomes negros influentes como Seu Jorge, Zezé Motta, Ícaro Silva, Flávia Oliveira e a filósofa Djamila Ribeiro. Finalizando sua visita ao país, falaram com a imprensa em coletiva sobre o filme e sua importância para a representativadade negra.

Veja abaixo os comentários de Viola Davis e Julius Tennon sobre A Mulher Rei.

A Mulher Rei é um longa sobre Nanisca (Viola Davis) que foi uma comandante do exército do Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos da África nos séculos XVII e XIX. Segundo Julius Tennon, a produção “foi um trabalho de 7 anos e teve muitos desafios. Um filme sobre pessoas de cor no EUA tem vários desafios.” Mas ele acredita que valeu a pena ” As pessoas de cor vão sair mudadas e tocadas desse filme”, declarou.

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Viola Davis como Nanisca em A Mulher Rei / Imagem: Sony Pictures

A trama apresenta um grupo de mulheres chamados Agojie, também conhecidas como as Amazonas Dahomey. O grupo foi criado por conta de sua população masculina enfrentar altas baixas na violência e guerra cada vez mais frequentes com os estados vizinhos da África Ocidental, o que levou Dahomey a ser forçado a dar anualmente escravos do sexo masculino, particularmente ao Império Oyo, que usou isso para troca de mercadorias como parte do crescente fenômeno do comércio de escravos na África Ocidental durante a Era dos Descobrimentos, o que fez com que mulheres fossem alistadas para o combate.

Viola Davis releva que seu primeiro contato com Agojie foi quando ela começou a trabalhar no filme. Ela conhecia vagamente como amazonas e reconhece que é um nome colonizado delas, afirmando firmemente que o correto é Agojie. A atriz conta que “elas eram as renegadas- de novo, mulheres negras renegadas-, que não eram material para casamento, para ser mães, para lutas e acabam sendo treinadas pelo militares e esse treinamento envolve acabar com suas emoções.”

A Mulher Rei se destaca na representatividade. Viola acredita que para as mulheres negras ao redor do mundo é “a chance de serem vistas de uma maneira que nunca foram na vida. Há vários filmes com protagonistas negras, mas esse mostra a vida, a realidades delas. Um grande problema com as mulheres negras é que elas não são valorizadas e com Nanisca há valorização, as mulheres que assistirem também podem se sentir valorizadas.” Ela reforça a importância de ser um longa globalmente distribuído “ser globalmente exibido, é o importante. Cada linda mulher negra no mundo pode sentir essa valorização por 2 horas e 6 minutos e isso é o que realmente importa.”

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A Mulher Rei / Imagem: Sony Pictures

Julius concorda com a veracidade no longa, revelando que ficou emotivo em vários momentos ” sou filhinho da mamãe. Ela me dizia que mesmo quando estava errada estava certa ” ele brinca. “Quando entendi os sacrifícios que minha mãe fez, que é o sacríficio que essas mulheres fazem, é emocionante. É isso que o filme passa, a dor que essas mulheres precisam deixar para trás. Ver isso no filme é emocionante demais.”

Viola também sente a importância dessa representatividade, alegando que esse papel é “a alegria da minha vida. Passei 10 anos estudando atuação e representei os clássicos, geralmente brancas magrelas. E esse papel mostra o que significa ser mulher negra, linda. De repente estou no meu mundo, como Viola. Como o papel foi escrito me faz sentir como humana, suas necessidades, sua bravura, a complexidade do que significa ser uma mulher negra é o que me move, nós nunca sabemos quem somos e agora aqui estou eu em um filme movido por mim. Aqui estão vocês vendo um filme onde eu sou eu, é muito emocionante.” Ela termina: “Me ver em um postêr, com uma mulher com a minha fisionomia, com a palavra Rei é inacreditávelmente poderoso.”

Julius Tennon afirma que não existe época para mostrar a vida de pessoas importantes “é uma história que nunca foi contada, então contar essa história é talvez o começo de ter mais mulheres em papéis poderosos.” E parece que o plano é esse mesmo, Mulher Rei tem o potêncial de iniciar uma série de filmes sobre mulheres negras. Julius reforça que “é essa a esperança. O filme tem tudo, tem humor, representatividade, paixão, ação. Espero que abra as portas para outras produções. Esse filme tem a verdade das mulheres negras, elas merecem seu espaço, merecem receber.”

Viola Davis finaliza com um apelo ao público “Pague para ver um filme com mulheres negras como protagonista. É a única maneira de serem feitos mais.”

A Mulher Rei estreia dia 22 de setembro nos cinemas.

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