Crítica | O Casamento do Ano

Quando o elenco não salva o filme

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Existiu um tempo em que bom elenco era sinônimo de bom filme. Infelizmente as coisas não são mais assim e ultimamente as obras que possuem um ótimo time de atores, mas um enredo bem fraco, estão casa vez mais comuns. O Casamento do Ano (The Big Wedding) é um desses casos, reunindo ninguém menos que Robert De Niro, Diane KeatonSusan SarandonRobin Williams e outros grande nomes, poderia ser uma produção produtora porém foi, no máximo, mediana.

A trama nos apresenta a conhecida história que envolve um casamento e uma família bem maluca, com o diferencial do enredo não girar em torno do casamento em si, e sim dos problemas da família. Curiosamente, os próprios noivos são jogados para segundo plano, sendo quase dispensáveis. Missy (Amanda Seyfried) e Alejandro (Ben Barnes) são amigos de infância que se apaixonam e resolvem se casar, dando a desculpa perfeita para juntar a maluca família.

Jared, Ellie e Alejandro em O Casamento do Ano
Jared, Ellie e Alejandro em O Casamento do Ano

E assim que todos se juntam, todos os clichês de comédias também se apresentam. Ellie (Diane Keaton) e Don (Robert De Niro), país adotivos de Alejandro, divorciados há 10 anos porque Don trocou a esposa pela melhor amiga, Bebe (Susan Sarandon), precisam fingir ainda estarem casados para Madonna (Patricia Rae), a mãe biológica de Alejandro que é extremamente católica e não aceita separações. Essas e outras inúmeras confusões, além de caírem na mesmice, são mal fundamentada. A situação de Madonna se mostra realmente forçada, fica claro mesmo em cena que é um argumento introduzido apenas para forçar a constrangedora situação, mesmo que perca o sentido no enredo. Jared (Topher Grace), um médico que conseguiu se manter virgem por 30 anos de repente resolver que quer fazer sexo com a fogosa Nuria (Ana Ayora), também é bem infundado, ao trocar meia duzia de palavras ele decide jogar suas convicções que duraram quase 30 anos.

A maneira caricata como os latinos são retratados não ajuda o roteiro, principalmente Nuria, que está constantemente arranjando uma maneira de ficar semi-nua com a desculpa de ser seu “costume’. O alto teor de piadas sexuais também dificulta a qualidade do longa, não são nada originais e se tornam rapidamente cansativas.

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Nuria e Madonna em O Casamento do Ano

Obviamente, ninguém esperaria uma grande trama, com grandes reviravoltas e um final surpreendente, se baseando em uma premissa dessa. E assim como a maioria das produções de comédia, O Casamento do Ano não passa de um filme para passar o tempo, fácil de assistir se estiver disposto a ignorar as piadas que não funcionam e dar algumas risadas com a que agradam, apenas com o diferencial de ter um elenco estelar para agraciar o publico com suas interpretações.

Mas os méritos dos clichês não vão apenas para o roteirista e diretor do longa, Justin Zackham, O Casamento do Ano é um remake do filme francês Mon frère se marie (2006), de Jean-Stephane Bron. Pelo lado positivo, o filme marca o reencontro de Robert De Niro e Robin Williams, 23 anos após Tempo de Despertar (1990).

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