Coletiva de Imprensa | Diretores de “Tralala” falam sobre o longa

Destaque do Festival Varilux de Cinema Francês, "Tralala" acompanha um músico mal sucedido que se descobre ator satisfazer os desejos alheios

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O Festival Varilux de Cinema Francês começou na última quinta-feira, 25, com 17 títulos inéditos e 2 clássicos em todos os cinemas brasileiros. O evento vai até o dia 08 de dezembro e para conferir a grade completa, basta acessar o site oficial do evento: https://variluxcinefrances.com/2021

No dia 25 de novembro, participamos da coletiva online com os diretores do peculiar Tralala, filme dos diretores Arnaud e Jean-Marie Larrieu, que também está em cartaz no festival deste ano. Essa, inclusive, é a primeira experiência em comédia musical da dupla. Confira!

Sinopse

A narrativa acompanha Tralala, um cantor de 40 anos das ruas de Paris que encontra uma jovem que lhe deixa uma única mensagem antes de desaparecer: “Acima de tudo, não seja você mesmo”. Teria Tralala sonhado? Ele deixa a capital e acaba encontrando em Lourdes a mulher pela qual já estava apaixonado, mas que não se lembra dele.

A musica no filme (e na vida) é crucial, pois ela nos aproxima. – Arnaud e Jean-Marie Larrieu

Durante o bate papo virtual, os diretores de “Tralala” falaram sobre a produção que foi rodada na cidade Lourdes, interior da França, onde eles nasceram. As gravações ocorreram durante o período da pandemia, logo uma das curiosidades do filme está no uso das máscaras. O elenco teve que se adaptar ao momento e se proteger. Em certos momentos, foi intencional a retirada da máscara, como um sinal de protesto, e em outros, de aglomeração, o uso era para a proteção não só do elenco, mas de todos ao redor.

Uma das propostas do filme é a mensagem “não sejas tu mesmo”, algo que a dupla considera anti-estabelecido e o oposto do que é de costume acontecer em regiões como Lourdes, marcadas por aparições. Segundo eles, a frase é do Phillipe Katerine. Nessas aparições, como em Lourdes, há sempre uma frase que é expressa a quem assiste a isso. “Esta frase escolhida é uma contradição a tudo isso. Eles reforçam que a brincadeira é uma frase anti-nacionalista. Não sejam vocês mesmos, parem com o nacionalismo. E é isso que faz o Tralala”, conclui eles.

Houve coisas que mudaram originalmente, por exemplo, o que tínhamos planeado no final do filme não pôde ser como tínhamos pensado. As regras sanitárias não permitiam isso. Por isso decidimos colocar todo o público de máscara, mas os cantores não.Arnaud e Jean-Marie Larrieu

No papel principal temos Amalric, um trovador dos tempos modernos de Paris que conhece uma noite uma jovem muito bonita que lhe transmite uma única mensagem antes de desaparecer: “Acima de tudo, não sejas tu mesmo“. Inicialmente, pensamos que els está imagininado, vendo coisas, mas não. Ao mesmo tempo, ele acata esse “conselho” e parte em busca da jovem, até que uma mulher acredita que Tralala é na verdade o seu próprio filho, Pat, que desapareceu há vinte anos nos Estados Unidos. O trovador assume esse  “papel”, encontrando uma nova família e descobrindo o génio que nunca teve. O final é surpreendente e reflexivo.

Outra curiosidade em torno da obra, era se os cantores cantaram mesmo e eles confirmaram que sim e, mesmo com uso de tecnologia corrigindo algumas derrapadas, o que se ouve é quase 100% o que eles conseguiram cantar. Ainda sobre a música, na cena em que Tralala visita sua falsa mãe, eles dançam ao som de Milton Nascimento cantando “Aqueles olhos verdes”. Os diretores falaram que quando eram crianças nos anos 1960, foram os anos que a música brasileira chegou na França para os que tinham ‘ouvido’ e eles descobriram tudo, Milton, Tania Maria, e acabaram associando isso aos pais, principalmente à mãe.

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