Crítica: Colossal

Abordando abusos de uma maneira criativa

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Monstros gigantes, prédios destruídos e pessoas esmagadas não é algo raro de se ver nos cinemas, porém a comédia indie Colossal consegue usar esse mesmos argumentos de uma maneira mais original, jogando os monstros para segundo plano enquanto explora também os problemas rotineiros dos protagonistas.

A trama primeiro apresenta a primeira aparição do Kaiju, para então focar em Gloria (Anne Hathaway), a típica perdedora, praticamente falida e com problemas alcoólicos. Quando seu namorado, Tim (Dan Stevens), a expulsa de casa, ela volta para sua cidade natal e é nessa mesma época que a Coreia do Sul começa a ser atacada por um monstro gigante. Não demora para a protagonista descobrir estar mentalmente ligada à criatura e assumir a missão de não deixar mais ninguém morrer.

Resumidamente, Colossal é insano, mas de uma maneira interessante. Mesmo tentando, não chega a explicar racionalmente como a ligação aconteceu (e de que maneira um monstro gigante se materializando em uma cidade poderia ter uma origem lógica?). O roteiro de Nacho Vigalondo se destaca por deixar o foco nas questões pessoais dos personagens, com os ataques sendo apenas um detalhe no filme. O relacionamento entre Gloria e seu amigo de infância, Oscar (Jason Sudeikis), é onde a verdadeira carga dramática está, com um interessante desenvolvimento- um tanto abusivo-, que contrasta diretamente com o jeito do grosso, porém preocupado, Tim, que tenta salvar a personagem de seu vício.

Colossal
Jason Sudeikis e Anne Hathaway em Colossal | Imagem: Paris Filmes

Ao mesmo tempo que usa de argumentos já há muito explorados no cinema, a trama consegue surpreender em vários momentos, com revelações e momentos inesperados. Há também uma ambiguidade interessante, que analisa os monstros internos e vícios, passando a mensagem de que a criatura vista externamente não é nada além do que uma representação do interior dos personagens. E isso tudo é muito bem apresentado com as mudanças de comportamento individual, com a boa atuação do elenco.

Colossal é uma grata surpresa. Sabendo inovar com elementos já muito vistos em diversas obras e abordando abertamente o alcoolismo e um pouco de machismo, o longa se torna interessante e diferente.

Veja a ficha técnica e elenco completo de Colossal

Resumo
Nota do Thunder Wave
colossal-resenha-criticaColossal consegue ser original mesmo abordando tema já muito utilizados e se diferencia por tratar vícios de uma maneira interessante.

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