Hoje (29) estreou na Netflix o filme Jogo Perigoso, baseado no livro homônimo de Stephen King.
Essa é uma adaptação que parecia complicada, visto que Stephen King analisa intimamente os traumas e receios da protagonista em seu livro, entretanto, a produção conseguiu fazer um bom trabalho e manter a ideia principal. O longa não chegou a ter tantas diferenças, na maioria foram pequenos cortes, e nem mesmo a atualização de época exigiu muitas mudanças.
Veja as principais na lista abaixo: *Pode conter spoilers*
Censura obrigatória
Seria uma diferença que nem faria a pena mencionar, se não fosse pelos receios com o corpo que foram tirados do filme por causa dela. Na obra original, a protagonista está apenas de calcinha quando fica presa, mas, obviamente, no filme está com uma camisola.
Claro que essa mudança é mais do que justificável, já que não caberia uma protagonista pelada durante todo o filme, mas acaba tirando um ponto interessante do livro: a encanação da personagem com seu corpo. Jessie tinha uma auto-estima tão baixa, que chegava a ter receio de ser resgatada por estar seminua.
Essa mudança também deu a desculpa para substituir o cartão de assinatura de revista (coisa muito desatualizada para algo que se passa nos tempos atuais) que Jessie usa como canudo. No filme, ela usa a etiqueta da camisola.
Tchau, esposinha perfeita!
Para transmitir os traumas de Jessie, Stephen King usa de vozes interiores baseadas em pessoas que ela conheceu para deixar mais fácil o entendimento dos traços da sua personalidade. Então, enquanto está presa, a protagonista conversa com a Esposinha Perfeita (que representa sua necessidade de ser moralmente correta), Ruth (sua antiga amiga da faculdade que representa o lado independente e forte da personagem) e Nora (sua terapeuta que faz o trabalho de auto-análise).
Já no filme, isso foi simplificado – e funciona muito bem! Jessie tem alucinações, que conversam com ela nas formas dela mesma, representando sua personalidade independente (substituindo a Ruth), e Gerald, representando seu lado oprimido (substituindo a Esposinha).
Viagra de Gerald
Fica claro no livro que o casal passava por alguns problemas de falta de interesse na cama, já que estavam recorrendo a medidas que não agradam mais a Jessie, mas Gerald nunca tomou nada para melhorar seu desempenho.
Já no filme, ele toma Viagra e é por isso que o copo está na estante acima da cama – e não por uma caneca de enfeite com gelo velho.
Por falar em Gerald -que era gordinho, com cabelo estranho e usava óculos na versão de Stephen King-, vira um senhor com corpo definido e sem as outras características no filme.
O cuspe que vira uma linda metáfora
A mudança mais genial do longa é o final, onde Jessie confronta o homem estranho que a ameaçou durante seu tempo presa. No livro, ela faz questão de ver seu julgamento e acaba dando uma enorme cuspida em sua cara.
Mas no filme, a cena ficou muito melhor. Ela não cospe na cara dele, na realidade, ela vê a representação de todos os homens que a oprimiram e apenas lhe diz a incrível frase: “Você é bem menor que imaginava”. A fala brinca com a superação dos traumas da protagonista e a estranha deformidade do homem, que tinha os membros muito desenvolvidos e longos.
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