A Mentira volta aos teatros após sucesso em 2019. A peça traduzida, dirigida e estrelada por Miguel Falabella é uma versão do original francês escrito pelo dramaturgo Florian Zeller. Com um humor leve e de fácil compreensão, a peça é uma boa reflexão em tempos modernos permeado por notícias falsas e mascaradas.
Alice (Danielle Winits) fica surpresa após ver o marido de sua amiga com outra mulher e não consegue lidar com o conflito entre contar a verdade ou não. Seu marido, Paulo (Miguel Falabella) tenta convencê-la a não falar nada, defendendo assim a mentira. Será que realmente é necessário falar a verdade a todo momento? Ou a mentira no momento certo pode ser considerada uma “delicadeza”? Questionando a todo momento onde se encontra essa linha tênue, as reflexões que a peça trás são regadas de humor e um excelente jogo entre os atores.
O que poderia ser uma discussão entre qualquer casal se torna uma busca por quem está sendo sincero, é impossível não se envolver e tentar apostar as suas fichas em quem tem a razão, se Alice por querer contar a verdade ou Paulo, que acredita que não deve se envolver e causar desconforto para o melhor amigo, Michel (Frederico Reuter) e sua esposa Laura (Alessandra Verney).

O desfecho da peça faz com que tudo se encaixe, sem abrir ou dar brechas para segundas interpretações, o que faz com que se torne ainda melhor. Mesmo quando a verdade é dita, ela pode ser encarada como mentira, se a pessoa realmente não quiser acreditar que é real. A reflexão fica sobre quando a verdade deve ser exigida e quando a mentira é apenas uma fuga para evitar conflitos, devemos ser sinceros o tempo todo? A que custo?
A Mentira possui um apelo especial para casais e pode levantar boas discussões, não só sobre relacionamentos amorosos, mas para qualquer tipo de relacionamento que temos. Além disso, fica a reflexão, até onde a verdade que é contada condiz com os fatos e não com uma narrativa? A história sempre tem lados diferentes, a que se sabe é a que é contada, e toda história tem um viés, mais ou menos distante do real.
A peça estreou dia 04 de março no Teatro Claro em São Paulo e fica em cartaz até 29 de maio.
Olá,
Não conhecia a peça mas achei a temática bem interessante. E incrível por finalizar de forma fechada. Adoro isso!
Beijo!
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