Sem sombra de dúvida a trilogia de livros ‘To All The Boys…’, da escritora Jenny Han que acompanha os altos e baixos da vida de Lara Jean Song Covey, uma garota descendente de coreanos que escreve cinco cartas para garotos que já amou é um sucesso. Always and Forever é o último capitulo dessa história que amamos. Assim como a protagonista, nós também amadurecemos e agora é a hora de nos permitimos a sonhar e nos emocionar com as escolhas de Lara Jean.
O longa que chegou na plataforma de streaming Netflix no dia 12 de fevereiro, Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre, é o desfecho da história do casal Lara Jean e Peter, às vésperas de se formarem no Ensino Médio e partirem para a universidade. Peter passou na prestigiada Stanford University, na expectativa de que Lara Jean também vá para a mesma instituição, para que deem continuidade ao namoro apaixonado. Porém, algo inesperado acontece e faz com que o plano elaborado pelo casal saia dos trilhos e a pergunta que não se cala é: será que PK e LJ conseguirão fazer dar certo?
A trama mostra como é difícil lidar com a frustração e aceitar o fato de que ela e Peter não conseguirão fazer as coisas que tanto queriam e um tema que é abordado é como nos posicionamos diante de um relacionamento com alguém. Será que devemos atingir as expectativas do parceiro ou se arriscar e fazer o que queremos de verdade? É nesse momento que Lara Jean se dá conta de que a vida não é de forma alguma um conto de fadas.
O longa foi um tiro certeiro. Se por uma infelicidade de coesão e sentido, deixaram o concorrente John Ambrose (Jordan Fisher) de fora, depois de quase causar a separação de Lara Jean e Peter Kavinsky em P.S. Ainda Amo Você, parece ter sido nada mais que um fantasma a ser esquecido assim como a carismática e adorável Stormy (Holland Taylor) que nem é mencionada. Por mais que seja triste deixar para trás personagens tão marcantes, é difícil não encarar esse “esquecimento” com bons olhos. Afinal, Lara Jean supera sua dúvida e é nesse desfecho marcante vemos o quanto ela amadureceu.
A produção foca nos questionamentos sobre amor verdadeiro x carreira; os sacrifícios que se está disposto a fazer pela amor; se o amor na juventude é real e sólido o suficiente para resistir à distância ou forte o bastante para determinar as escolhas afetivas pelo resto da vida. Nesse sentido, o romantismo é posto como em xeque e como elo central que decidirá o que irá ou não acontecer. Além disso, mostra a relação do pai de Kavinsky que não é das melhores, mas com o tempo vai se desenvolvendo. O fato de não decidir ir logo para a faculdade também é abordado mas bem de leve na trama. O roteiro volta e meia com um toque de sutileza e doçura, nos lembra de que devemos sempre pensar no melhor para nós e essa mensagem é crucial para uma história que aborda o amadurecimento das relações.
Além de trabalhar essa questão do namoro entre LJ e PK, o longa também aborda de forma um pouco mais elaborada o laço de maizade e amor entre as garotas Song. Kitty (Anna Cathcart) continua sendo a garota prática e de humor ácido e de certa forma muito presente na vida de Lara Jean. Já Margot (Janel Parrish) desde o primeiro longa, a irmã mais velha não tem seu desenvolvimento como deveria. Mas mesmo assim, ver as cenas delas juntas na Coreia com o pai e a madrasta foi uma sacada genial. Assim como a filha do meio, Dr. D está dando um passo e tanto na sua vida, ele decide se casar com Trina e isso é emocionante, pois ele ficou tanto tempo só. E como sempre, ele tem bons conselhos.
A fotografia continua bem feita, tudo muito colorido e vivo. A trilha sonora é boa e combina perfeitamente com o filme. Vemos aqui também o desfecho da amizade entre Covey e Gen, elas passam a se falar com mais frequência de forma gentil. A excursão à Nova York é lindíssima. Como uma cidade pode ser tão linda? Placo perfeito para casais apaixonados fazerem juras de amor eterno. Apesar de toda essa purpurina e doçura, ficamos com um ponto de interrogação sobre o futuro dos personagens, o que é muito bem-vindo, pois, afinal, Lara Jean e Peter (bem como os demais personagens) estão amadurecendo, algo que as cenas que relembram momentos marcantes e importantes durante os créditos finais não deixam dúvidas… de que eles farão dar certo. E se não der, tudo bem. Nem tudo é para sempre.