Crítica | Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald

Na última quinta-feira (15), os cinemas brasileiros estrearam o segundo filme da nova franquia do Mundo Bruxo de J.K. Rowling, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, sequência do primeiro filme, Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016). Os potterheads compareceram em todo o país, até mesmo após dois dias de pré-estreia, para reviverem a magia e a nostalgia de ser fã de Harry Potter.

Com pouco mais de duas horas e dez minutos de duração, o longa, roteirizado por Rowling, a criadora de todo o universo fantástico que vimos nos sete livros de Potter, entrega um filme dinâmico, criativo e eletrizante. É impossível você não se arrepiar com as cenas de ação, com os feitiços proferidos e/ou referências. Aliás, que feitiços, meus amigos, que feitiços!

Os efeitos especiais são de tirar o fôlego, por isso vale muito a pena o investimento financeiro para assistir o longa em 3D, IMAX, XD ou em outras tecnologias possíveis além do 2D. O filme te pede isso. E embora todo ele tenha sido filmado com essas novas tecnologias, não apenas nas principais cenas se faz uso delas, bem como em todo o longa, incluindo as cenas mais tranquilas e vemos uma profundidade interessante.

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Os cenários são realísticos, o figurino de uma impecabilidade – e se estendeu e melhorou no quesito qualidade dentro do esperado, desde o primeiro filme -, os núcleos são de uma qualidade absurda e o nosso destaque, vai para a comunidade bruxa que vive dentro da Paris de 1927, onde você tem acesso através de uma estátua, que serve como um portal para acessá-la. Apesar de ter sido apenas poucos minutos, o Circo Arcanus merece todo o mérito de beleza e criatividade.

Aliás, todo o mérito vai também para a dupla MinaLima, que desde a franquia Harry Potter, consegue reproduzir exatamente o que a mente de Rowling pensou. Aliás, fica aqui a nossa dica para você que curte design de arte, visitar a House of MinaLima, em Londres. A dupla possui uma espécie de museu onde toda a sua obra, incluindo Animais Fantásticos, estão em exposição para o público. São cartazes, ilustrações, capas de livros, artes em geral.

A forma com que David Yates dirigiu Os Crimes de Grindelwald, em nada se compara com a maneira que Animais Fantásticos e Onde Habitam, e os quatro últimos filmes da franquia Harry Potter foram dirigidos. É como se Yates quisesse experimentar algo novo, ousar, se aventurar em um novo jeito de fazer cinema. Até porque, o roteiro pediu isso, que fosse diferente dos demais. Yates é conhecido por ter um jeito “redondinho” de fazer cinema, aquela espécie de direção padrão. Em Os Crimes de Grindelwald, ele basicamente joga as regras fora pela janela e faz com que tudo se encaixe perfeitamente com o que vimos.

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Muito se criticou a atuação de Rowling como roteirista do segundo Animais Fantásticos. O site Rotten Tomatoes, um dos portais que agregam críticas de produções cinematográficas e televisivas mais famoso do mundo, e referência para tantos outros que se aventuram em críticas, classificou o filme numa média de 40%, o que para os fãs, que conhecem e amam o Mundo Bruxo, é uma nota baixíssima de aprovação.

O último dia 9 de novembro, aconteceu no Brasil, a cabine de imprensa do filme onde a Warner Bros. Pictures, convidou diversos jornalistas e colunistas de entretenimento; blogueiros e blogueiras; youtubers e influenciadores digitais, para assistirem o filme – antes mesmo da pré-estreia – e posteriormente, produzirem conteúdo sobre o longa em seus respectivos veículos. E o que se viu, foi uma enxurrada de críticas negativas ao filme e principalmente, a Rowling.

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No Twitter, muito se dividiu as opiniões. Tiveram os fãs que gostaram, outros, amaram e ainda outros, detestaram. Houve quem disse que o roteiro do filme era “vazio, sem brilho, sem criatividade, com furos e que Rowling como roteirista de filmes, era uma bela autora de livros“. Houve também, quem afirmasse veementemente, que a britânica “necessitava de uma consultoria para escrever roteiros e que era necessário melhorar, pois o que vimos em mais de duas horas, poderia ter sido resolvido em uma hora e quarenta minutos de filme“.

O fato é que para nós, do Thunder, o filme agradou. E Rowling conseguiu entregar um filme além do esperado. O longa superou nossas expectativas e o fato do melhor ter sido guardado para o final, em nada decepcionou. A impressão que tivemos, é que estávamos assistindo um livro, era como se abríssemos um manuscrito e as páginas saltassem para a tela. Rowling ousou em escrever um roteiro completamente diferente do primeiro Animais Fantásticos e quem afirmou que nada aconteceu durante a exibição do longa, não assistiu o mesmo filme que nós.

Muita coisa acontece sim e o filme, faz jus ao título. Johnny Depp entrega um Grindelwald cruel, frio, calculista, com um discurso e características fascistas e que coloca Voldemort com todo o respeito, no chinelo. Os primeiros crimes que o vilão comete, está nas primeiras cenas do longa e ele não para – é preciso assistir para entender quais crimes o bruxo comete. Ao assistir o longa, fica claro o porque a Warner e a própria Rowling defenderam veementemente a permanência de Depp no elenco – não podemos pôr panos quentes no que ocorreu entre o ator e sua ex-esposa, a também atriz Amber Heard e você pode ler clicando aqui, aqui e aqui.

Outro ator que também conseguiu expressar a verdadeira essência de um personagem, foi Jude Law. O jovem Alvo Dumbledore, apareceu bem menos do que gostaríamos ou esperávamos, mas em todas as suas cenas, um verdadeiro show de atuação, nos foi entregue. Law é o verdadeiro Dumbledore que Rowling escreveu. Ele poderia, sem sombra de dúvidas, protagonizar um filme solo para o personagem, bem como, refazer os filmes de Potter, algum dia, e interpretar um Dumbledore mais velho.

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Ainda sobre atuação de elenco, vale muito destacar o talento do quarteto principal do filme. Eddie Redmayne, Dan Fogler, Katherine Waterston e Alison Sudol estão (e continuam) incríveis com seus respectivos Newt Scamander, Jacob Kowalski, Tina Goldstein e Queenie Goldstein. É como se tivessem feito esses personagens anos a fio e num reencontro, como mágica, explodissem talento. Tiveram alguns fan-services também e quem diríamos que finalmente, veríamos Nicolau Flamel (Brontis Jodorowsky)? Pois acreditem, o famoso alquimista e inventor da Pedra Filosofal, não está no filme apenas de enfeite.

Bem como os animais de Newt, que para esse filme, fizeram jus ao título e puseram seus talentos mágicos e animalescos para jogo. Ainda é muito bonito ver a interação, seu trato, amor e cuidados do magizoologista com sua fauna fantástica. Novos animais estão no longa e eles são completamente eficientes para que o rumo da história tome o percurso que possui. E ver o que cada um é capaz de fazer em 3D IMAX, é fantástico!

Por falar em novidade, os novos atores e atrizes que se juntaram ao elenco, são de uma primorosidade estupenda. Os personagens e as atuações de Callum Turner e Zoë Kravitz, são incríveis e em nada se comparam aos trailers e sinopse divulgados. É preciso assisti-los em ação para além de entender a trama, entender a motivação de cada um dentro da trama. E se aquele “eu te amo!” de Leta Lestrange não te emocionar e não te fazer entender que ainda há pessoas boas dentro da Sonserina, sinceramente você não entendeu o filme. Aqui vai uma charada: para quem você acha que Leta disse aquele “eu te amo!“?

Sugerimos, aos que não entenderam nada e que saíram do cinema cheio de questionamentos, que revejam o filme. Aliás, revejam dublado, porque além de valer muito a pena, fará mais sentido assistindo o longa uma segunda, terceira ou até, quarta vez. Por falar nisso, que dublagem maravilhosa! Sugerimos também que confiem na genialidade e na criatividade de J.K. Rowling, pois tudo dará certo e fará muito sentido nos próximos três filmes. Por fim, o filme agradou, superou as expectativas e entreteve. E mal podemos esperar pelo próximo, que infelizmente, só em 2020.

Nota do Thunder Wave
Com um novo jeito de escrever roteiro de filmes, J.K. Rowling entrega um longa eletrizante, divertido, cheio de referências a Harry Potter, sua obra-prima bruta e que vai explodir sua cabeça com a revelação final. Tudo isso, somado aos talentos do elenco, direção e demais membros da equipe técnica, faz de 'Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald', até então, um dos melhores filmes de 2018.
Escrito PorLuã Stewart

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Comentários

  1. Olha… Ou vc está sendo pago pela Warner (ou querendo agradar assessorias) ou faz parte da pequena minoria de pessoas no mundo (os fãs chatos) que viram esse filme diferente… rsrs Porque não é possível que o longa mais cagado de toda a saga do Mundo Mágicos dos Bruxos de JK receba tanto elogio sem motivo assim… O pior roteiro de todos, o twist mais tirado do cu que existiu e falhas absurdas fizeram o filme que a maioria das pessoas assistiu. Por isso é bom sempre separar o lado fã do lado crítico na hora de escrever…

    Aliás, JK fez sim um novo jeito de escrever roteiro: sem sentido; sem começo, meio e fim; com fan service a torto e a direito o tempo todo e twist ruim”. Sendo que, na verdade, nem é novo, né? Ela está seguindo tendências da indústria… E o objetivo todos já sabem qual é: $$$

    • Olá, tudo bem?
      Então, uma crítica é algo muito pessoal e 100% parcial, diferente de reportagem/matéria/notícia, que possui caráter imparcial. No nosso caso, temos uma equipe em que dividimos a tarefa e caiu para mim, a responsabilidade de assistir o filme e escrever a crítica.

      Para que isso fosse feito com 100% de certeza, o filme foi assistido duas vezes por mim: legendado e dublado e das duas maneiras, obtive o mesmo posicionamento, entretanto, a segunda experiência assistindo o filme, sobrepôs e justificou a primeira, fazendo com que a história que foi exibida, fizesse mais sentido e que resultou no trabalho atual, que foi a crítica.

      O Thunder entende perfeitamente que existem pessoas que não gostaram do filme, não entenderam ou até mesmo, encontram-se até o momento, com caraminholas na cabeça, tal como o Chapéu Seletor disse a Harry, nos adventos de “Câmara Secreta”. E é natural ter tudo isso, sentir tudo isso. Imagine se uma obra, aberta ou fechada, em multimídia ou artigo, fizesse com que 100% dos seus consumidores, gostassem ou não gostassem? Não teria graça alguma, não acha?

      Todo tipo de argumento é válido, aceito e ponderado. No nosso caso, o filme agradou e muito, superou nossas expectativas e sobrepôs em qualidade e aprofundamento da trama, o filme de 2016. Como foi dito, tudo fará sentido nos próximos filmes da franquia. E quando tudo terminar, assistiremos em formato de maratona e mais sentido ainda, fará na nossa mente.

      Obrigado por seu comentário! 😉
      PS: Quem nos dera ser pagos pela Warner. hehehe

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