Crítica | Anne With An E – 3° Temporada

A série Anne With An E chega ao fim em sua terceira temporada como uma grande surpresa da Netflix e do canal CBC do Canadá, que não imaginavam a grande repercussão positiva que ela causaria entre os críticos e telespectadores. O seriado estreou no catálogo do serviço de streaming sem muito alarde, porém após descoberta pelo público conquistou muitos fãs – não o suficiente para a audiência, levando a série a ser cancelada em comum acordo entre as empresas. 

A produção é uma adaptação da coleção de livro chamada Anne of Green Gables (L.M. Montgomery), de 1908 que conta a história da órfã Anne Shirley, uma garota que ama aventuras e que ao longo da vida aprendeu que sua imaginação poderia levar ela a lugares inimagináveis. A menina, que foi adotada por engano por um casal de irmãos solteirões – Marilla (Geraldine James) e Matthew (R. H. Thomson) –, nos ensina grandes lições por sua maneira de enxergar a vida, maneira essa totalmente diferente das pessoas que viviam em sua época (século 19). 

Após duas temporadas com grandes emoções e aprendizados, essa última fica responsável por encerrar o ciclo de Anne e de toda a cidade de Green Gables. Ao contrário do que foi visto nas duas primeiras partes, nessa terceira, Shirley já esta totalmente inserida na cidade onde vive e não sofre mais o preconceito que antes era comum em sua vida, devido a sua visão de mundo e seu amadurecimento precoce para sua idade. 

A terceira temporada, assim como as duas anteriores, continua levantando questões reflexivas para o público como, por exemplo, machismo, feminismo e o preconceito contra o povo indígena. Por ser o final, algumas coisas foram deixadas de lado, a fim de utilizar o tempo necessário para tentar encerrar a história de todos os personagens, então nessa parte os traumas de Anne, que ao longo da série sempre foi mostrado para construir sua história, não foi abordado e o foco dessa vez, foi o desejo da protagonista em descobrir as suas origens. 

Uma evolução incrível que podemos notar é de Marilla Coutbath, que ao longo da história foi se desconstruindo e deixando para trás todos os seus preconceitos por amor a sua filha adotiva Anne Shirley. Inclusive ela é um dos grandes destaques dessa terceira temporada, uma das responsáveis por ajudar Anne descobrir sua verdadeira origem e fechar seu ciclo. Também não poderia deixar de citar a excelente atuação da atriz Geraldine James, que de forma brilhante interpretou Marilla e em vários momentos nos levou a emoção.

Crítica | Anne With An E – 3° Temporada 1
Marilla Coutbath (Geraldine James) em Anne With an E | Imagem: Netflix

Um dos temas que é abordado nessa última fase são as situações e preconceito a qual o povo indígena sofria no final do século 19. Obviamente Anne se desprende de qualquer julgamento precipitado e decide escrever um artigo sobre suas culturas e costumes. Durante a construção do seu texto para o jornal da escola, ela conhece a índia Ka’kwet e as duas desenvolvem uma linda amizade que por falta de uma quarta temporada, não veremos qual foi o desfecho da nova personagem, que ao longo dos últimos episódios é afastada de seus pais.

Crítica | Anne With An E – 3° Temporada 2
Anne Shirley (Amybeth McNulty) e Ka’kwet (Kiawenti:io Tarbell) em Anne With an E | Imagem: Netflix

Protagonismo feminino

Sem sombra de dúvidas o protagonismo feminino foi um ponto alto na terceira temporada, onde Anne e suas amigas de escola estão na fase de descoberta de seu próprio corpo e mesmo com todos da sociedade as ensinando que o papel da mulher é casar e construir uma família, elas vão além e em um ritual lindo feito durante um dos episódios expressam o quanto se orgulham em ser mulher, mesmo com todos os preconceitos e machismo da população local. Em certo momento as garotas se uniram para proteger uma das colegas e exercem o feminismo sem ao menos saberem o que era isso.  

Outra figura feminina que foi destaque ao longo desses episódios foi à professora Stacy (Joanna Douglas), que ao contrário da maioria das mulheres daquela época, foi uma personalidade feminina exemplar para suas alunas e em vários momentos se desprende de qualquer padrão de moda para ser feliz consigo mesma. Ela com certeza é uma personagem que precisava de mais foco e desenvolvimento em sua história caso tivesse mais temporadas. 

O Final

Anne With An E se encerra de uma forma linda, nos deixando emocionados com a conclusão na história de vários personagens, que ao longo de todos os episódios evoluíram graças à ajuda da incrível e corajosa Anne. Ela, por sinal, encontra seu amor verdadeiro, que o tempo todo estava ao seu lado. A nossa aventureira se despede da produção entrando em mais uma aventura: A Faculdade. 

A série termina ainda com algumas histórias em aberto e nos deixando com um ‘gostinho’ de quero mais. Talvez daqui alguns anos podemos ter um spin-off de Anne e seus amigos na faculdade. Não custa nada sonhar, não é mesmo?

Nota do Thunder Wave
A última temporada de Anne With an E encerra de maneira incrível, o único ponto negativo é a falta de conclusão na história de alguns personagens – já que essa é a temporada final.
Escrito PorEmerson Alves

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