Baseado no livro homônimo de Raphael Montes e Ilana Casoy, Bom Dia, Verônica é a nova aposta da Netflix. A série nacional trata de violência contra a mulher e assuntos bem relevantes, enquanto apresenta uma interessante investigação de casos que foram baseado em acontecimentos reais romantizados no livro.
A trama é centrada em Verônica Torres (Tainá Müller), uma policial que trabalha na parte burocrática da policia, mas começa uma investigação por conta própria quando presencia um suicídio que traz a tona questões de seu passado. Enquanto ela ajuda no caso de um homem que engana, droga, rouba e se aproveita de mulheres que conheceu em um site de namoro, ela se depara com Janete (Camila Morgado), que vive um relacionamento intensamente abusivo, onde seu perigoso marido (Eduardo Moscovis) é um cara influente e um verdadeiro serial killer.

Com um ritmo instigante, Bom Dia, Verônica prende o espectador enquanto mostra críticas bem acertadas e mensagens importantes. Indo além da parte policial, a obra apresenta momentos onde o preconceito contra a mulher são gritantes, quando o lado feminino não é ouvido, quando seus problemas não são importantes e, principalmente, a imagem de que tudo é culpa da mulher. Em várias cenas é evidente o quanto a prioridade é parecer que está tudo certo, e não proteger as mulheres que precisam de ajuda.
Essa crítica é tão forte na série, que podemos notar esses comportamentos sendo aplicados inclusive por mulheres, que por terem um status maior em sua carreira, acham que podem menosprezar os problemas alheios e tratá-las como inferiores.
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A equipe de roteiro, supervisionada pelos escritores do livro, acertam ao tocar nesses pontos, sem tentar impressionar com o visual e focando em mostrar o lado emocional e psicológico dos traumas sofridos. Essa mensagem fica ainda mais gritante com o apoio das ótimas atuações. Todo o time do elenco entrega lindamente sua parte na trama, deixando a obra muito apreensiva e profunda.
Bom Dia, Verônica estreia como um grito de socorro de todas as mulheres que já sofreram qualquer tipo de abuso em suas vidas. Seu objetivo é evidente, tanto que a empresa teve o trabalho de, certeiramente, colocar ao final de cada episódio o contato que deve ser acionado pelas mulheres que sofrem algum tipo de violência.