O filme Dark Web: Cicada 3301, baseado em um dos maiores mistérios da Deep Web é dirigido por Alan Ritchson. Além de estrelar o longa também é responsável pelo roteiro ao lado de Joshua Montcalm. A trama segue o hacker Connor, seu melhor amigo Avi e uma astuta bibliotecária que se veem com problemas ao serem forçados a competir em um sofisticado jogo de recrutamento global de uma sociedade secreta da dark web. O elenco ainda conta com Kris Holden-Ried, Conor Leslie, Jess Salgueiro, Jack Kesy, Ron Funches e Avaah Blackwell. Uma pena, levando em consideração a sinopse e ao elenco de peso, a produção deixou bastante a desejar.
Lendo a sinopse pensamos que se trata de um cara, gênio da matemática que resolve entrar em uma caçada para encontrar uma sociedade secreta chamada “Cicada 3301”. Até ai, nada de tão bizarro. Mas a forma como tudo foi construído é horrível. O roteiro é bagunçado, nada faz muito sentido, tem muita piada de cunho sexual que é desnecessária, o humor adicionado não se conecta de forma natural e o final… sem explicações. O momento que o protagonista Connor está numa espécie de julgamento e consegue sair dessa situação sem nenhum problema, é irreal.

Teria folego se tivesse sido bem amarrado, se tivesse um roteiro bem estruturado, pois a fotografia é boa, tem uma equipe de atores interessantes, um assunto legal, mas esses elementos são incapazes de fazer com que o longa decole. Na verdade, o desempenho dos atores não foi tão bom assim, visto que, o roteiro não sabia para onde ia.
Por ser o primeiro trabalho de Alan como produtor, diretor, roteirista e ator de um longa, é normal que não seja a “grande estreia do ano”, mas poderia ter tido um resultado melhor. O primor que a produção poderia ter alcançado se esses erros tivessem sido revistos e amenizados para que o consumidor final, o telespectador, não se sentido enganado.
Os desafios que os personagens conseguiram resolver faz parte de uma gincana virtual inspirada numa organização enigmatica que realmente existiu, a Cicada 3301. Essa organização, em seis ocasiões, postou um conjunto de quebra-cabeças e jogos de realidade alternativa complexos para possivelmente recrutar decifradores de códigos do público. Os quebra-cabeças eram sobre segurança de dados, criptografia e esteganografia. Foi chamado de “o enigma mais elaborado e misterioso da era da Internet” e é listado como um dos “top 5 mistérios não resolvidos da internet” pela The Washington Post.

Percebemos o quanto a trama se inspirou no grupo real, mas não conseguiu deixar de forma clara qual o proposito do longa. Os diálogos aqui são rasos, as pistas tem até um certo nivel de complexidade, mas em alguns momentos o nível dos desafios foi aquém do que vimos anteriormente. A personagem feminina que tem mais tempo de tela, se mostra inteligente, mas não tem uma química com o Connor já que ambos passam a maior parte do longa juntos, decifrando e procurando pistas. Além disso, para um personagem esperto ele se mostra meio “tapado” em algumas cenas, porém, se o intuito é ser engraçado, não dá certo.
Parece que aqui quiseram juntar o besteirol com ação, suspense e humor e já adianto-lhe que não deu certo. As piadinhas surgem fora de hora e quando realmente achamos que vai sair algo interessante, não acontece nada além do clichê que já vimos razoavelmente em filmes ruins.
Distribuído pela A2 Filmes, o filme estreia com exclusividade no NOW (Claro TV+) a partir do dia 22 de setembro, chegando às demais plataformas em 13 de outubro.