Crítica | Dolittle

Após o grande sucesso do seu papel como Homem de Ferro, Robert Downey Jr. volta aos cinemas com o filme Dolittle, onde além de ser o protagonista, também assina a produção executiva do longa que tem na direção Stephen Gaghan (Ouro e Cobiça, 2016).

O filme mostra a vida do Dr. John Dolittle (Downey Jr.) e sua trajetória como veterinário na Inglaterra, sendo até mesmo reconhecido pela Rainha Victória (Jessie Buckley) e ganhando um santuário para viver junto dos animais resgatados por ele e sua esposa Lily Dolittle (Kasia Smutniak). As coisas mudam quando Lily parte em uma jornada e não retorna, deixando-o viúvo e recluso do mundo exterior ao santuário.

Quando Tommy (Harry Collet) é levado por Polinésia (Emma Thompson), acaba entrando no santuário em busca de ajuda para salvar a vida de um esquilo ao mesmo tempo que Lady Rose (Carmel Laniado) procura ajuda para a rainha que se encontra doente. Convencido por Polinésia, o Doutor se encontra com a Rainha muito debilitada e a única solução é o fruto de uma árvore mística, que ninguém sabe se realmente existe, e nem onde se encontra. A jornada de Dr. Dolittle não será fácil, mas ele está na companhia dos animais que são seus amigos e do seu aprendiz auto-intitulado, Tommy.

Com uma trama simples e cenários encantadores a história se passa sem grandes surpresas de enredo, mas se mantém interessante até o final, com piadas bem colocadas e sem exageros. A simplicidade é algo que funciona bem no longa, mostra que o menos muitas vezes é mais, o que permite que a interpretação dos atores tenha um destaque singular.

Os efeitos especiais usados nos animais fazem com que tragam expressões faciais sem que pareça forçado, a dublagem complementa esse trabalho e aumenta mais a percepção dos sentimentos transmitidos. 

O longa ainda conta com atrizes e atores de grande calibre, como Antonio Banderas no papel de Rassouli, o rei dos Piratas e Michael Sheen, que recentemente interpretou o anjo Aziraphale na série Good Omens, da BBC com a Amazon. A dublagem conta com Tom Holland como o cachorro Jip, Rami Malek como o gorila Chee-Chee, Selena Gomez como a girafa Betsy, entre outros. 

A história de Dolittle já é conhecida por muitas pessoas pelos filmes estrelados por Eddie Murphy e posteriormente por Kyla Pratt, com um total de 5 longas, conhecidos por manter um tom de comédia comum à época em que foi lançado, com cenas muitas vezes forçadas para fazer rir, com momentos sem sentido e apenas pelo entretenimento. 

A nova produção se difere do que é retratado dos filmes anteriores, a data em que acontecem são bem distintas e enquanto um é tratado como doente, no caso dos anteriores, Dolittle é tratado como uma pessoa especial nessa nova obra.

Sua habilidade de falar com animais possuí um fundo original, enquanto um falava com os animais desde a infância e passou um tempo sem ter esse poder, o Dolittle atual se comunica na linguagem dos animais, não sendo um poder extraordinário, mas uma capacidade que pode ser aprendida, como acontece com seu aprendiz. Mesmo com a mesma base, as tramas são bem distintas entre si, mantendo apenas a parte principal de Dolittle, o conversar com animais.