Crítica | Enquanto Houver Amor

Do diretor William Nicholson, indicado ao Oscar pelos roteiros de Gladiador e Terra das Sombras, Hope Gap é um longa emocionante e reflexivo

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No dia 11 de novembro, chega aos cinemas a nova produção do diretor e roteirista William Nicholson, ENQUANTO HOUVER AMOR (Hope Gap), estrelado por Annette Bening (Georgetown, Regras Não Se Aplicam), Bill Nighy (Simplesmente Amor, Questão de Tempo) e Josh O’Connor (‘The Crown’, O Reino de Deus). O longa acompanha a história de um casal, Grace (Bening) e Edward (Nighy), que estão casados há 29 anos. Porém, com a visita de seu filho Jamie (O’Connor), a trama aquece quando Edward comunica que quer o divórcio de Grace. Essa noticia inesperada faz com que muitas questões sejam debatidas e postas em xeque no decorrer da trama.

O longa não tem muita ação e a partir do momento que ele aquece se mantém morno até o fim do longa. Algo interessante é que antes da protagonista ser pega de surpresa, o espectador já está sabendo do que está por vir. Inicialmente, podemos pensar o quão injusta é a decisão de Edward, mas analisando de fora, injusto é permanecer num lugar se sentindo infeliz e fazendo o outro infeliz. Acho que essa maturidade nem todos temos e por vezes optamos pela comodidade ao invés do que realmente faz bem e seria  o mais assertivo ao se fazer mesmo que isso signifique desistir de um casamento de mais de duas décadas. No fim, estamos em busca da felicidade e é sobre isso que o longa fala, sobre ser feliz.

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Bill Nighy e Annette Bening são Edward e Grace em Hope Gap / Reprodução California Films

Existem algumas cenas emocionais muito fortes e o fato de como seguir em frente, reencontrar o seu lugar no mundo que antes era conhecido e agora passa a ser visto de uma outra forma é difícil, mas é uma realidade que acontece muito. Vários casais se separam e nem sempre é algo simples e fácil de fazer. As coisas ainda são piores para quem é deixado ou abandonado, pois a sensação de “missão não cumprida”, “onde errei” e vários questionamentos rodeiam os pensamentos dessa pessoa e piora quando tem tem mais volta, como Annette retrata muito bem na sua interpretação.

Outro fato importante é a relação dependente entre mãe e filho que ganha novos ares a partir da separação de Edward e Grace. A separação faz com que eles precisam reavaliar a relação que eles possuem com Jamie, que se torna uma ligação poderosíssima entre eles. Embora Edward prefira não manter contato com Grace, é por meio de Jamie que o faz, de forma indireta se comunica com Grace que a todo custo uma segunda chance. Ela se mostra resistente, com muita raiva e tristeza. No entanto, o pior lugar para se estar é na pele de Jamie, que por mais que seja um adulto, é algo difícil para se lidar, ainda mais ele que também tem os seus próprios medos, problemas, sua própria vida. É uma obra que aborda com humanidade a questão da felicidade, do casamento, das relações familiares.

Enquanto Houver Amor estreia em novembro nos cinemas - Cinema10
Grace e Jamie durante um momento emocionante / Reprodução California Films

O longa é baseado na vida pessoal do diretor William Nicholson. Quando jovem, seus pais se separaram, após quase 30 anos de casamento e isso o afetou de forma profunda fazendo com que ele mudasse a forma como via sua família, uma unidade aparentemente inquebrável. Após alguns anos, Nicholson percebeu que sua bagagem pessoal poderia servir de inspiração para algum filme.

“A separação dos meus pais não é algo particularmente especial, acontece com tantas pessoas”, diz Nicholson. 

Além das atuações excelentes, o roteiro está bem amarrado, a sonoridade do longa é calma e as paisagens são lindas. O longa tem uma paleta puxada para o azul e o verde, algo que evidencia o frio do local e a triste situação que os personagens estão enfrentando agora. A mensagem passada pelas entrelinhas é interessante e muito real. É comum passar por momentos difíceis a todo momento, mas temos a possibilidade de sairmos mais fortes se buscarmos seguir em frente, é sobre superar as adversidades. O longa Enquanto Houver Amor estreia nos cinemas dia 11 de novembro com distribuição da California Films.

Resumo
Nota do Thunder Wave
critica-enquanto-houver-amorUm filme reflexivo sobre questões como casamento, felicidade, autoconhecimento, relações amorosas, família… lento de propósito, morno de propósito e na medida certa. Um dos principais motivos para assistir o longa dirigido por William Nicholson é ter a oportunidade de ver três atores performando em uma direção uniforme e maravilhosamente incrível.

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