Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado é um conhecido filme de terror da década de 90 e agora está ganhando um reboot em forma de seriado. No lindo cenário havaiano, a série adapta dos acontecimentos do clássico longa homônino. Um grupo de amigos acidentamente atropela e mata uma pessoa e tentam sair ilesos disso ao esconder o acontecido. Um ano depois, são perseguidos por uma misteriosa figura que diz saber o que eles fizeram e começa uma mortal vingança.
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A trama se mantém inicialmente bem fiel aos acontecimentos da obra original, chegando a representar visualmente muito bem a icônica cena do atropelamente. Entretanto, a história apresenta uma arriscada mudança, a pessoa atropelada não é um desconhecido e sim alguém bem intimo daquele grupo de amigos que se conhece desde o jardim de infância. Isso aprofunda o absurdo da situação, aumentando a gravidade de um grupo intímo acobertando a morte de quem diziam amar, além de ter pais envolvidos nessa mentira posteriormente. Acaba funcionando na série, mas fica uma fina bem linha entre o não acreditavel e a genialidade de uma crítica gritante sobre o comportamento egoísta do ser humano.
A protagonista faz um ótimo trabalho na atuação, que nesse enredo se transforma em dois personagens, irmãs gêmeas. Madison Iseman consegue diferenciar muito bem qual das irmãs está em cena, a ponto de levar o público a ter opiniões totalmente diferentes sobre elas e chega a estragar a grande revelação do final do episódio inicial, já que seu trabalho é tão denso que o espectador já sabe distinguir uma da outra logo nos primeiros minutos. Mesmo que Iseman seja um grande destaque, o restante do elenco não deixa nada a desejar e entrega um núcleo bem construido.
A atualização na narrativa funciona muito bem, elevando a qualidade da série em relação à crítica feita no filme. Abusando da era digital, a trama usa dos inúmeros recursos que ela fornece para abordar questões revelantes, como os perigos da busca desenfreada por seguidores que pode levar a ações extremas, além de erros que podem prejudicar os jovens. Exposição sexual e descuidos com imagens na era digital são alguns dos assuntos recorrentes na tela.
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Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado ainda é um terror e continua mostrando várias mortes, como é o esperado dessa adaptação. Com um elenco mais extenso, que inclui mais uma pessoa no grupo de amigos que anteriormante eram apenas 4, há muito mais espaço para explorar um grande número de mortes e a série se aproveita disso, nos quatro episódios iniciais que foram fornecidos para a crítica já é possível notar que muitos assassinatos criativos acontecerão. Inicialmente, a obra mantém um tom mais discreto e por cerca de dois episódios se parece bastante com um suspense adolescente, lembrando as mentiras e troca de identidade de The Lying Game e até mesmo emprestando o mesmo nome de Pretty Little Liars para a suspeita de enviar mensagens e vídeos. Quando apresenta de fato as mortes, consegue tirar um pouco dessa impressão, dando uma pitada de horror que também é crescente, à princípio mostrando a pior parte apenas em vídeos e depois dedicando-se à cenas mais dignas de Slash.
Com mais tempo de tela, é possível explorar mais dos personagens e isso a série faz bem. Investindo em diversidade de uma maneira interessante, a trama aborda um caso entre homossexuais que não está ali só para marcar presença, mas sim para aumentar as suspeitas de quem pode estar aterrorizando o grupo. Vários relacionamentos e segredos envolvem os acontecimentos, transformando todos em potenciais suspeitos, além de aproveitar para fazer pequenas críticas atuais, como uma abordagem totalmente errada de um policial a uma personagem negra.
Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado é uma ótima versão de um filme que merecia uma atualização. Investindo em sempre mais, é uma série que coloca mais mistério, mais personagens interessantes, mais crimes e mais critícas a um enredo que já fazia uma boa reclamação sobre atitudes irresponsáveis, porém com as limitações da época.
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