O segundo filme da nova trilogia Halloween que começou em 2018 e terá o seu último, Hallween Ends, em 2022, finalmente chegou para dar uns bons sustos para este ano de 2021.
Halloween Kills dá continuidade na mesma noite dos acontecimentos do longa anterior, ou seja, tudo o que vimos com Michael Myers ficando preso na casa em um incêndio, não terminou. Portanto é importante que tenha assistido a Halloween de 2018, do contrário ficará um pouco perdido. Não muito, pois como é praticamente um único filme, apenas as questões ligadas a Laurie e sua família, ficarão meio estranhas.
Assim como o anterior de 2018 que é uma continuação direta dos acontecimentos do original de 1978, este novo relembra o ocorrido com alguns sobreviventes do segundo longa de 1981. Depois disso, diferente do que os fãs de terror estão acostumados com adolescentes que não querem nada com nada, Kills tem um foco em praticamente toda a cidade e o pesadelo que eles vivem há mais de 40 anos.
Não foi apenas Laurie, interpretada mais uma vez por Jamie Lee Curtis que continua assombrada por Michael, mas outros sobreviventes que acabamos por esquecer, mas que o filme faz questão de nos dar um tapa na cara sobre isso.
Lógico que os adolescentes sem noção estão presentes, mas a verdadeira faceta humana aparece muito mais, até do que a presença de Michael. A crítica do quanto escondemos nossa dor e frustrações aparece quando descobre-se que Michael está de volta e uma boa parte da cidade ainda desconhecia o seu retorno. A busca por vingança daqueles que perderam seus filhos há mais de 40 anos fica explicita, e querer acabar com o mau nesta noite, é seu único objetivo, mesmo que isso traga consequências na vida de inocentes.
Durante todo o filme temos estes dois lados, dos moradores da cidade e Michael praticamente passeando e matando das formas mais inovadoras e até cômicas algumas pessoas.
É interessante observar que Halloween Kills foge do terror, até psicológico, ao apresentar a humanidade como um vilão. Algo que era muito comum nos antigos filmes do gênero. Em certos pontos, como uma cena do hospital, uma perseguição lembra – e deve ser uma homenagem – ao Corcunda de Notra Dame, que é perseguido por uma multidão enfurecida. E como não ver o final disso tudo e não pensar no Monstro de Frankstein?
Halloween Kills consegue ser superior a Halloween de 2018, com um Michael Myers que assusta mais por ser aquele medo que é muito mais uma fobia de tão aterrorizante que se torna, pois qualquer sombra ou barulho, pode ser ele ali presente.