Crítica | Hanna – 1ª temporada (2019)

0
2641

É notável que os grandes serviços de Streaming veem fazendo sucesso com suas produções dignas de prêmios como o Oscar. Com um “cardápio” amplo e possibilidade de acesso em qualquer tela, as plataformas como Amazon Prime Vídeo vem reinventando mundos que já conhecemos. Uma grande aposta da streaming foi a série a Hanna, baseada no filme de 2011 de mesmo nome.

Foi um bom investimento expandir o universo de Hanna. A trama é baseada no filme de 2011, dirigido por Joe Wright, que consegue cumprir seu objetivo de contar um pouco mais da história de Hanna, além de introduzir novas particularidades, personagens e um desenvolvimento mais detalhado.

A produção acompanha a jovem Hanna, interpretada por Esmé Creed-Miles, que foi criada por seu pai Erik Heller, personagem de Joel Kinnaman, em uma floresta, isolada da sociedade. Desde muito cedo, Hanna tem sido treinada por seu pai que guarda inúmeros segredos sobre ela. Depois de desobedecer seu Erik, eles fogem e acabam se separando. Dessa forma, nesse caminho, até o reencontro, os segredos sobre sua existência acabam vindo a tona. Entretanto, suas habilidades de sobrevivência terão que ser finalmente testadas, por Marissa Wiegler (Mireille Enos), e sua equipe de agentes da CIA.

Hanna embarca em uma dura e difícil jornada pela Europa. Tentando encontrar Erik para fugir dos agentes que a estão perseguindo e descobrir o que está por trás da morte de sua mãe, Hanna, precisará enfrentar desafios não só físicos, mas emocionais que a assustam na sua jornada. Nesse meio tempo, ela também terá que aprender a viver em sociedade, o que será uma tarefa complexa para alguém que viveu 15 anos numa floresta.

Crítica | Hanna – 1ª temporada (2019) 1
Esmé Creed-Miles e Joel Kinnaman são filha e pai na série Hanna / Reprodução Amazon Prime Vídeo

Diferentemente do filme original, a série da Amazon tem a preocupação em desenvolver o universo, mostrar detalhadamente a evolução da relação dos personagens e o avanço da protagonista, sem fugir da trama principal o que se torna interessante. Hanna, que viveu na floresta até meados de seus 15 anos, sem interação com a sociedade, a não ser de seu pai, tem seu primeiro contato com um garoto da sua idade, revelando para a garota que o mundo é muito mais do que ela imagina.

Um dos pontos positivos de Hanna, são as descobertas que a jovem faz sobre o mundo, como por exemplo a primeira balada, a primeira melhor amiga ou o primeiro beijo, fazendo com que a evolução da protagonista se torne interessante de assistir e o desejo de que ela alcance seus objetivos. Percebemos nela, uma inocência, uma pureza por meio daquela aparência selvagem e hostil.

A série nos mostra lugares bem bonitos como HungriaEslováquiaEspanha e Reino Unido, e isso torna o trabalho de David Farr(Legion) muito mais contemplativo. A fotografia da produção está incrível, com algumas cenas bem abertas, mostrando Hanna correndo pelas belas paisagens. Em momentos em que a solidão acompanha a jovem e seu tutor, na floresta e nas colinas, o tom é meio azulado, verde e passa essa sensação de tristeza, medo. Em outros momentos como em Marrocos, a paleta de cores é quente e remete a uma sensação de curiosidade, alegria, conforto. Mas o sentimento de pertencimento só conseguimos ver quando Hanna e Erik estão juntos.

Crítica | Hanna – 1ª temporada (2019) 2
Hanna, depois que escapa da base em Marrocos, encontra Sophie e se tornam amigas/ Reprodução Amazon Prime Vídeo

Esme Creed-Miles, interpreta Hanna, que apesar de ter apenas 19 anos e não colecionar muitos títulos em sua carreira, tem uma atuação que se destaca entre o restante do elenco, representando uma jovem curiosa, furiosa e ao mesmo tempo com medo, e a evolução da personagem fica evidente em cada episódio. Já Joel Kinnaman, tem bons títulos em seu currículo como Altered CarbonHouse of Cards e The Killing, e nessa série, o ator dá vida ao personagem Erik, pai não biológico de Hanna, que tem uma questão não resolvida do passado. Sentimos um carinho de pai e filha na relação desenvolvida por Esme e Joel que, aliás, não é o único de The Killing na série, a atriz Mireille Enos , interpreta a antagonista de Hanna, Marissa Wiegler, uma das responsáveis que deu início ao projeto desenvolvido na série. Rhianne Barreto, que também não tem muitas obras em sua carreira, vive Sophie, a melhor amiga de Hanna, responsável pela a maioria das primeiras descobertas da protagonista no decorrer da trama.

Leia também | Crítica | The Killing – 1ª temporada

Outro ponto muito importante da trama é a música, que caminha lado a lado com os acontecimentos da série. O roteiro tem algumas falhas, talvez, os cortes não estejam exatamente bem amarrados, mas nada que prejudique a obra. A direção é boa, a produção tem um ritmo acelerado, pulsante que mistura thriller e suspense numa tacada só. Ao longo de oito episódios vemos os personagens ganharem forma. Tem basatante tiro, luta, perseguição e muito sangue.

Por fim, Hanna vem para mostrar o potencial da Amazon, que já se destacou por American Gods. A série criada por um dos roteiristas do filme original de 2011, David Farr, garante uma adaptação fiel na medida do possível em relação à ideia original, além de conseguir desenvolver mais os seus personagens. Hanna tem uma ótima fotografia, uma trilha sonora envolvente e um elenco competente e com algumas pontas soltas, dá possibilidade para mais temporadas.

Resumo
Nota do Thunder Wave
critica-hanna-1a-temporada-2019A série "Hanna" é despretensiosa, envolvente e com uma protagonista que gera comoção. A trilha sonora é incrível, e apesar de ser uma série de "ação", vemos drama e aventura nesse suspense misturado com thriller. É com certeza uma ótima escolha para maratonar e a Amazon não decepciona.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por Favor insira seu nome aqui