Crítica | Hebe – A Estrela do Brasil

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Com as cinebiografias tomando seu espaço nos cinemas, nomes influentes da televisão brasileira ganham destaque nas telonas e a Warner Bros. estréia sua obra baseada em uma das apresentadoras mais conhecidas do país: Hebe Camargo.

Servindo mais como um tributo do que como uma biografia em si, Hebe- A Estrela do Brasil mostra um pequeno período da vida da protagonista, durante a transição entre a ditadura e a democracia no Brasil. Na época, Hebe já tinha 40 anos de carreira e estava em luta contra a repreensão de seu livre-arbítrio em seus programas, enquanto tenta lidar também com o preconceito e machismo que vive em casa. Para lutar contra tudo isso, ela arrisca sair de seu programa na Bandeirantes e se aventurar em novos caminhos, quando aceita ir para o SBT, canal que na época estava apenas em ascensão.

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Andréa Beltrão como Hebe em Hebe- A Estrela do Brasil | Imagem: Internet

Andréa Beltrão faz um trabalho impecável na pele de Hebe, sua atuação é praticamente à prova de falhas, que em conjunto com o incrível trabalho de caracterização da personagem, entrega um papel tão convincente, que é possível se perder totalmente da trama e ficar analisando a perfeição de detalhes. Na realidade todos os influentes da época estão igualmente convincentes, participações como Dercy Gonçalves (Stella Miranda), Roberto Carlos (Felipe Rocha) e Chacrinha (Otávio Augusto) empolgam o espectador com sua fidelidade.

O roteiro de Carolina Kotscho tem como foco principal a força e feminismo da apresentadora. Hebe não tem medo de mostrar seu ponto de vista, lutar com as armas que possuí contra toda as repreensões e ainda abordar temas como a Aids, que era esquecida pela mídia na década de 80, homossexualismo e transexualidade. A trama representa muito bem as dificuldades dessas lutas e enaltece a figura da protagonista, mostrando um lado do qual nem todos conhecem. Entretanto, esse foco restrito limita as possibilidades e deixa de lado o inicio de carreira e boa parte da vida pessoal de Hebe e seus companheiros na época, assuntos que seriam interessantes e fazem falta no filme.

Já a direção de Maurício Farias tem um toque único e muito certeiro. Aproveitando o interesse em mostrar a caracterização das aparições marcantes, o diretor brinca com o público ao usar de ângulos que causam certo suspense, aguçando a curiosidade do espectador.

Hebe- A Estrela do Brasil é uma produção que passa a forte imagem da apresentadora, deixando uma boa mensagem sobre a política na época, mas deixa um pouco a desejar sobre sua vida. É um filme interessante como uma homenagem aos marcantes nomes da década de 80.

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