O longa Homens à Beira de um Ataque de Nervos (Hommes au Bord de la Crise de Nerfs), estrelado por Thierry Lhermitte, Laurent Stocker, Marina Hands e grande elenco, estreou nesta quinta-feira, 13 de outubro de 2022, nos cinemas brasileiros. Dirigido por Audrey Dana, o filme foi exibido na seleção oficial do festival L’Alpe-D’Huez deste ano.
A obra francesa acompanha um grupo de homens, de idades que variam de 07 a 70 anos, que se inscrevem em um retiro terapêutico, liderado pelo coach Ômega, pois estão à beira de um colapso nervoso. Com a promessa de uma experiência “exclusivamente reservado para homens” que, supostamente, opera milagres, o grupo se surpreende ao descobrir a verdadeira identidade sobre o local e seu operador.
Com poucas informações sobre a jornada espiritual todos os participantes vão e ao chegarem no local se deparam com a identidade do terapeuta que os conduzirão nessa descoberta de autoconhecimento. O longa tem uma característica peculiar que é nos confundir quanto ao seu gênero, se mostra uma comédia, mas também tem traços dramáticos. É interessante, pois as situações retratadas caminham dentro desses dois gêneros.
Homens à Beira de um Ataque de Nervos foca na desconstrução de todas as limitações e frustrações impostas pelos anos em cada participante como bloqueios, culpas, traumas não superados, sentimentos enraizados que não fazem bem e etc. Percebemos que todos esses aspectos fazem com que os homens não se permitam viver o novo, experimentar coisas diferentes porque eles acreditam que essas novas vivências apagarão tudo o que eles já viveram, conheceram e sentiram.
A produção dirigida e co-roteirizada por Audrey Dana deixa claro, desde a sinopse, a piada presente no título com o longa de Pedro Almodóvar “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”. Se você acha que ambos os longas se parecem, está enganado!! As histórias apresentadas são totalmente diferentes. Aqui, Audrey conseguiu traduzir todo o caos em forma de comédia e de uma maneira bem clara, no princípio era tudo caótico e confuso e no decorrer do longa vemos que tudo se esclarece e a confusão dá lugar ao equilíbrio, pois, os personagens conseguiram alcançar aquilo que lhes faltavam como amor, leveza, alegria, após enfrentarem seus problemas internos e frustrações.
O longa conta com um elenco muito conhecido do público francês: Thierry lhermitte, Laurent Stocker, Marina Hands entre outros. A escolha do cast foi bem assertiva porque todos conseguem transmitir as inseguranças de seus personagens com muita verdade e eles não fogem da proposta. Além disso, através das atuações percebemos que essas situações vividas pelo grupo durante a estadia no retiro nos lembra de cenas cotidianas que vemos cada vez mais com frequência.
Um ponto positivo também para a trilha sonora característica que se ajusta de acordo com as emoções e frustrações dos homens que tentam se reconectar com seus interiores e a fotografia que retrata as belas paisagens tanto de dia quanto de noite. Além disso, o texto é sempre bem coeso e amarrado nos surpreendendo com viradas sutis ao decorrer de seu desenvolvimento.
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