Legalidade, último trabalho do ator Leonardo Machado que faleceu em 28 de setembro de 2018, é um filme com uma proposta em mostrar o início da queda da democracia brasileira e o que levou a ditadura.

Isto é mostrado através do então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, interpretado por Leonardo Machado, que em seus discursos mostra-se um líder civil e crente dos ideais da liberdade.
Não é um drama político ou para enaltecer Brizola. Serve de base para entendermos uma época, que muitos ainda teimam em não acreditar que existiu ou que não entendem.
Brizola é o homem de frente para que Jango, vice-presidente de Janio Quadros, que acaba de renunciar, possa retornar ao Brasil e assumir como presidente.
Algo simples e que todos entendem. Mas nos bastidores, era mais do que isso, onde militares e muitos políticos faziam discursos acusando Jango e até mesmo Brizola, de serem comunistas.
Só que não é uma defesa que o filme faz. Ele apenas mostra o que estava atrás das cortinas e te deixa entender que dar lados extremos para as pessoas, é simples demais. E que nem tudo é preto no branco ou simplesmente a mistura dessas cores.
Infelizmente, Legalidade cai na armadilha de colocar um romance no meio desta discussão. Não que ela não deva existir. O que atrapalha são cenas românticas acontecendo em meio a tiroteios e ameaças de morte, o que deixa o filme ficcional demais e perde todo o conteúdo histórico.

De qualquer forma, Legalidade é um bom filme para continuar a servir de memória para que não se repitam erros do passado e lembrar que não importando sua ideologia, todos somos brasileiros.