Nova aposta naciona da Amazon Prime Video, Lov3 estreia trazendo diferentes relacionamentos e apresenta uma temática ainda pouco aplicada no Brasil, mas que vem fazendo sucesso internacionalmente: o cotidiano de diferentes relacionamentos em forma de comédia.
Há cerca de uma década, as séries que exploram relacionamentos e crescimento individual começaram a circular e fizeram sucesso com o público. Girls, que explora o universo feminino atual e livre, é uma das mais conhecidas. Após isso, a temática foi usada recorrentemente, mas trocando os universos explorados por mais diversidade, principalmente em relação à comunidade LGBTQIA+, como TODXS NÓS.
Lov3 traz essa proposta. Juntando vários núcleos e apostando em todo tipo de inclusão, a trama apresenta os irmãos Sofia (Bella Camero), Beto (João Oliveira) e Ana (Elen Clarice), cada um com seu jeito diferente de amar. Junto a eles está a história de sua mãe Baby (Chris Couto), que resolve abandonar o marido, Fausto (Donizeti Mazonas), e um casamento de 35 anos.
Através da comédia, o roteiro de Rafael Lessa, Filipe Valerim Serra, Duda de Almeida, Natália Sellani e Elton de Almeida explora os diferentes tipos modernos de relacionamento, mostrando o quanto o romance não convencional está crescendo e identificando as diversas maneiras com que uma pessoa pode se encontrar nessas relações. Ana tinha recentemente se separado de seu marido Artur (Drayson Menezzes), mas descobre que a solução para eles é manter o casamento, em um relacionamento aberto. Sofia ainda está se encontrando, acabou de ser demitida do milésimo emprego e precisa dividir o teto com um trisal que não a reconhece como parte da relação. E Beto é um jovem gay que só sente atração por homens héteros que o dispensam, e agora precisa conquistar sua autoestima. Entre todos esses relacionamentos, os três irmãos começam a uma jornada de autoconhecimento.
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A temporada de seis episódios amarra muito bem as histórias dos irmãos e não deixa nada a desejar em suas jornadas interiores. Sem medo de usar de cenas mais calientes e mostrar momentos mais polêmicos, Lov3 não cria favoritismos e explora tudo que há para ser explorado intimamente, indepedente da idade, orientação sexual ou preferência dos personagens em questão.
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Mesmo sendo de boa qualidade, a produção da série peca apenas em dialógos repetitivos e momentos previsíveis. As conversas e discussões são bem colocadas e pontuais, entretando, informações repetidas sobre a personalidade dos personagens são ressaltadas em todos os episódios sem necessidade, um trabalho comum nas obras brasileiras que já poderia ter parado de acontecer.
A boa formatação do roteiro amarra tão bem a trama, que deixa o arco de cada personagem previsível. Com excessão do clímax, no último episódio e o gancho colocado, os acontecimentos são lógicos, mas deixam a sensação de que poderiam dar uma inovada também nos capitulos anteriores.
Esses pontos prejudicam bem pouco a qualidade geral da série, que mesmo com suas ressalvas, entrega bem o proposto. Usando a comédia, mas sem deixar de lado a seriedade do assunto, Lov3 explora o autoconhecimento de seu trio protagonista enquanto desenvolve relacionamentos fora do convencional e modernos que diferenciam a trama.
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