Crítica | Lupin Part III

Uma série que é impossível para de assistir

Demorou muito, mas Lupin retornou às nossas telas no último dia 05 de outubro com sete episódios novos. Aqui, Assane será testado de todas as formas possíveis. A nova leva de capítulos mostram o quanto ainda estamos sedentos pelas aventuras de Lupin e como é bom ver planos a la Missão Impossível sendo executados por outros atores que não sejam Tom Cruise ou Daniel Craig de 007. Em termos de planos absurdos, a série continua bem. Aqui vemos um pouco mais da infância difícil de Assane e como essa temporada traz o tema da lealdade como um dos pontos fortes a serem discutidos.

Leia também: Crítica | Lupin Part I

A terceira temporada começa com Assane escondido da lei depois que sua identidade foi revelada no final da temporada anterior. Chega a ser irônico um homem tão atraente e imponente passando despercebido, às vezes com disfarces simples ou sem mesmo, é uma fonte constante de humor na série. Ele tenta persuadir sua ex-mulher Claire (Ludivine Sagnier) a fugir com seu filho Raoul (Etan Simon), mas ela está frustrada com as consequências dos crimes que tiveram em suas vidas. O investigador Youssef Guedira (Soufiane Guerrab) está obcecado pelos livros sobre o ladrão/mestre Arsene Lupin, que inspiram os roubos de Diop, mas seus colegas desconfiam dele. Em flashbacks recorrentes, vemos como o adolescente Assane (Mamadou Haidara) começou a se envolver ainda novo com roubo após seu pai ser preso. Além disso, Assane é chantageado por um adversário misterioso para roubar objetos valiosos em seu nome e não se sabe o porquê exatamente.

Leia também: Lupin | Tudo sobre a série e as obras que inspiram a trama

Em Lupin, antes da rasgação de seda, vamos para os pontos negativos/questionáveis sobre a trama. Pode-se perceber que a maior mudança nesta temporada é que Assane não está mais no controle de seu destino, logo, a tensão fica mais elevada e isso é ótimo, pois saí daquela fórmula que vimos nas temporadas 1 e 2. Contudo, ele ainda tem a liberdade de decidir como vai planejar seus roubos contando com o apoio de seu fiel parceiro de crimes, Benjamin (Antoine Gouy). Algo que não foge de produções do gênero, é apresentar o delito e só depois mostrar para o público como foi feito. Se há uma forma de inovar, aconselho aos roteiristas e a produção que comecem a se mexer, a fórmula já está começando a ficar cansativa e menos emocionante. Só o carisma do Omar Sy, não seguram o sucesso da produção.

Crítica | Lupin Part III 1
Os policiais que estão caçando Assane em Lupin 3ª temporada / Reprodução Netflix

À medida que a série avança, percebemos que o problema principal é o núcleo de Assane. Os personagens Claire, Raoul, os policiais e até mesmo o jovem Assane eram interessantes quando a série começou, mas a produção não desenvolve esses personagens, não dão um arco, um outro problema que eles tenham que resolver… a trama foca o pensamento, a vida desses personagens na existência de Assane. Isso faz com eles precisem aparecer para favorecer o arco de Assane e evitem a sobrecarga do personagem principal aparecendo o tempo todo, mas não adianta muito. Pois, quando Omar Sy não está em tela, tem algum personagem falando ou pensando sobre ele. Já sabemos que Assane é o Sol e os demais orbitam ao redor dele, mas isso pode ser um problema nas próximas temporadas já que mostra o quanto o personagem Assane é importante e ninguém mais é remotamente tão interessante assim.

Crítica | Lupin Part III 2
As versões jovens de Assane e Bruno em Lupin 3ª temporada / Reprodução Netflix

No elenco voltamos a encontrar Ludivine Sagnier, Hervé Pierre, Soufiane Guerrab, Etan Simon, Shirine Boutella e Vincent Londez. E como sempre eles são muito bons e o destaque vai para o trabalho de pesquisa da produção, pois os atores jovens são os equivalentes aos atores adultos e isso é difícil ver em muitas produções.

Diferente da série também produzida pela Netflix, Emily In Paris, a Paris de Lupin é mais amarronzada, com tons de cinza, e fria, se aproximando de sua realidade ao invés de apostar num devaneio criado para uma série que vomita moda inacessível e marketing publicitário exagerado. As belas paisagens de Paris são privilegiadas e vemos os edifícios mais importantes desta cidade como o Arco do Triunfo, Montmartre ou a Coluna Vendôme, entre muitos outros monumentos que serão os cenários para o protagonista deitar e rolar com a polícia.

Por falar em polícia, Soufiane Guerrab retorna como o detetive Guédira, e, no meio de sua determinação em capturar o mais famoso bandido, nessa terceira temporada de “Lupin,” Guédira e Diop se unem como uma dupla que não dura muito tempo, pois Assane tem outros truques e intenções na manga. Mas no fim, culmina em Guédira prendendo o nosso ladrão meticuloso.

Crítica | Lupin Part III 3
Omar Sy em Lupin 3ª temporada / Reprodução Netflix
Leia também: Crítica | Lupin Part II

No geral, a série tem um saldo mais positivo do que negativo. Embora o elenco não tenha tanto destaque como o desejado, são atores muito bons e talentosos em cena. Principalmente, Omar Sy, que consegue nos entreter com seu ladrão refinado e meticuloso. Mesmo a trama dificultando as coisas para o protagonista, o público consegue ter empatia por ele e entendemos que assim como muitos outros que acabam nesse realidade, o nosso querido Assane só quer ter uma vida normal com sua mulher e filho. Mas não será tão fácil assim.

A terceira temporada traz novos delitos bem articulados e testa a humanidade de Assane que antes era visto como intocável e superior. Para quem estava com saudades do ladrão cavalheiro, os sete novos episódios passaram tão rápido que será impossível não rever tudo de novo. Com um plot twist e ganchos soltos para uma futura quarta temporada, Lupin encerra seu terceiro ano com saldo positivo e com mais problemas que precisam ser resolvidos.

Nota do Thunder Wave
Repetindo a fórmula já vista nas temporadas anteriores, a terceira leva de novos capítulos continua emocionante e acerta por focar na infância de Assane. Mas peca por fazer de seu protagonista o Sol no qual os demais personagens orbitam e se tornam irrelevantes por não terem vida própria ou um desenvolvimento mínimo. No geral, paisagens, os planos executados para cada roubo e os truques continuam impactando. Além disso, Omar Sy nasceu para ser Assane/Lupin devido ao seu carisma e sua desenvoltura. Vale entretenimento.

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