Crítica | Made for Love- 1ª temporada

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Nos últimos anos, felizmente, mais e mais obras estão abordando assuntos extremamentes importantes, principalmente para mulheres. Filmes como Bela Vingança, que lindamente faz uma campanha contra o estupro e obras como I May Destroy You, também da HBO, mostram uma realidade comum que precisa cada vez mais ser exposta. A HBO parece querer investir pesado nesse conteúdo e lançou Made For Love, uma incrível série que usa a ficção cientifica para apontar os absurdos de um relacionamento abusivo.

A comédia apresenta Hazel (Cristin Milioti), casada com Byron (Billy Magnussen), bilionário dono da gigante empresa tecnológica Gogol. Hazel aparenta ter tudo, mora em um local que parece o paraíso, possui aquilo que o dinheiro pode comprar e não precisa se preocupar com nada. Entretanto, não tem algo muito importante: liberdade. Byron é um homem controlador que prefere se sentir seguro em um cubo – literalmente -, que construiu para si e levou Hazel para morar, sem poder nunca sair do local. Ele também quer a saúde dela, e para isso controla seus hábitos diários, sua comida e sua rotina.

Crítica | Made for Love- 1ª temporada 1
Made For Love/ Imagem: HBO

Quando ele afirma que ele e Hazel serão os primeiros a experimentar seu novo revolucionário projeto, o Made For Love, um chip implantado nos casais que permite ler seus pensamentos e ver cada movimento, Hazel resolve fugir dessa vida. À principio ela tenta o suícidio, detalhe que não passa despercebido ao espectador, já que demonstra que ela prefere a morte a ser mais controlada por esse homem. Mas quando descobre uma saída do cubo, acaba aproveitando a chance de fugir.

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É quando Hazel chega na casa do Pai (Ray Romano) que as verdadeiras críticas ao abuso começam. Todos os conhecidos, dos quais ela abandonou por uma década após casar com Byron, não acreditam que ela tenha sofrido nesse período, afinal, como pode ser algo ruim ser cuidada por um homem rico? Apenas não percebem que, mesmo parecendo uma boa intenção, ser doutrinada no que vai comer, quando vai dormir, como sente prazer e o que faz no tempo livre é um enorme tipo de abuso. Para piorar, Hazel é perseguida pelos empregados do marido e descobre que o chip já foi implantado no seu cérebro, sem seu consentimento.

Crítica | Made for Love- 1ª temporada 2
Made For Love/ Imagem: HBO

Através da batalha de Hazel para se livrar de Byron, a primeira temporada usa um tom humoristico ácido para apontar vários tipo de abusos diferentes, que até mesmo seu pai sofre por ter escolhido manter um relacionamento com uma boneca sintética. O passado da protagonista também revela alguns momentos que criticam a má criação, mostrando o quanto uma criança pode sofrer pelos erros dos pais. Vale ressaltar que até o relacionamento muito abusivo de Byron com seus empregados é apontado.

As maravilhosas atuações reforçam as mensagens da série. Milioti mostra diversas facetas diferentes ao longo das tramas, deixando muito evidente a transformação que o casamento causou nela. Magnussen entrega o perfeito perfil do tipo mais perigoso de abusador, aquele que demonstra preocupação e amor, porém se torna extremamente nocivo ao não saber lidar com suas próprias questões, cruzando limites e sendo muito controlador.

Made For Love usa de uma trama leve e engraçada para expor diferentes tipos de abusos que nem sempre são considerados absurdos por quem está de fora, mas são sérios e precisam sim ser abordados.

Resumo
Nota do Thunder Wave
critica-made-for-love-1a-temporadaMade For Love usa de uma trama leve e engraçada para expor diferentes tipos de abusos que nem sempre são considerados absurdos por quem está de fora, mas são sérios e precisam sim ser abordados.

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