Maria e João – O Conto das Bruxas tem direção de Osgood Perkins (Oz Perkins) que também foi o responsável por O Último Capítulo (2016). Nesse longa, resgatamos a história de João e Maria de uma maneira mais séria e sombria.
Acompanhamos a história de Maria (Sophia Lillis), que leva João (Sammy Leakey), seu irmão mais novo até a floresta em busca de comida e trabalho, após serem expulsos de casa pela própria mãe. Em meio a sua procura por um lugar para passar a noite, eles se encontram com uma criatura estranha, e acabam sendo salvos por um homem que os indica o caminho para um povoado que talvez possa abrigar os irmãos. Em sua jornada pela floresta, eles encontram uma cabana e no seu interior uma mesa repleta de comida, o que os encanta pela fome que estão passando. A moradora da cabana é Holda (Alice Krige), uma senhora que parece inofensiva, mas com o passar dos dias sua verdadeira natureza vai se revelando.

A base do filme é a mesma da tão conhecida João e Maria, com algumas mudanças pontuais. A primeira a ser notada é a inserção de uma outra história no começo do filme, de uma criança muito bela com um chapéu rosa e como ela sobrevive com a ajuda de uma bruxa, mas há um preço a ser pago por isso e que todos se arrependem depois, a história que parece inocente tem um dos pontos chaves do filme.
O foco principal é a jovem Maria, sendo talvez esse o motivo dos nomes estarem invertidos no título, o crescimento e descoberta de sua própria força interior. Com exceção de João, o longa mantém uma predominância e importância feminina, sem que seja forçado, mas simplesmente por elas serem as personagens principais e o irmão mais novo apenas uma motivação para os conflitos existirem.
Ver Maria se desenvolvendo durante sua estada na cabana com Holda, passando a reconhecer alguns de seus talentos conforme enfrenta a transição para uma jovem mulher é ao mesmo tempo uma jornada interessante e cansativa, interessante por nos mostrar uma personagem totalmente diferente do que estamos acostumados nos contos de fadas mas de uma forma arrastada e tomando um tempo considerável no longa, que parece que não passa.
Maria e João – O Conto das Bruxas deixa várias partes sem nenhuma explicação, com alguns furos de história que ainda não dá para saber se são propositais e com a intenção de uma continuação futura, a abordagem rasa dos personagens deixa a desejar por não trazer tanto engajamento e verossimilhança a eles.

No geral é um filme de suspense com toques leves de terror, sempre colocando em xeque se o que Maria via era real ou apenas uma alucinação na sua cabeça. Com uma ambientação simples, mas bonita e condizente com o filme, o longa pode ser uma boa para aqueles que desejam uma história diferente, mas sem grandes surpresas e emoções.
Apesar da história ter um bom argumento e as mudanças feitas trazerem uma nova ótica para João e Maria, o ritmo é lento o que prejudica um pouco o longa, tornando-o monótono e sem grandes acontecimentos marcantes, principalmente após a chegada dos irmãos na cabana, voltando a ter um ritmo um pouco melhor nos últimos 30 minutos de longa, onde ocorre o conflito final e o encerramento, que deixa pontas abertas para possíveis continuações.