Com Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 esta, que é uma das franquias mais regulares dentre os grandes blockbusters, chega ao sétimo filme. Alguns sugerem que ela é a primeira parte do último capítulo da saga do agente Ethan Hunt. Se realmente o for, não haveria de ser algo estranho, afinal, o primeiro filme da série Missão Impossível foi lançado em 1996 (para não citar o seriado dos anos 60).
Após quase 30 anos de sucesso, é natural que a franquia se aposente. A questão é: será que Tom Cruise finalmente poderá pendurar as chuteiras do seu espião após esse longa? Se ele for um sucesso, será realmente o fim do agente Ethan Hunt?
No longa, o segundo agente secreto mais famoso da ficção (depois, obviamente, do imortal James Bond) tem um novo inimigo: uma inteligência artificial conhecida como a Entidade, que começa a agir de forma independente dos seus criadores, ameaçando corromper toda a rede tecnológica do planeta. A sua existência chama a atenção de pessoas poderosas de diversos países, e a missão de Hunt é encontrar as chaves que dão acesso ao seu código-fonte antes que outras nações tenham acesso a ele.
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É uma premissa original? Nem um pouco, mesmo que dialogue com as recentes preocupações de diversos setores profissionais quanto ao progresso das inteligências artificiais. Mas a verdade é que não precisa ser original. A franquia Missão Impossível acabou se tornando bem sucedida por entregar exatamente o que o público espera, mesmo que não seja algo realmente. E em Acerto de Contas – Parte 1, ela faz exatamente isso, não tentando ser algo que não é, e certamente alcançará mais um sucesso justamente por isso.
Assim, o público pode ter certeza que encontrará exatamente o que espera de um filme da série: muita espionagem, um clima de tensão e perseguição constante, locações ao redor do mundo, além de cenas de ação de tirar o fôlego (e aqui temos, provavelmente, as melhores de toda a história da franquia).
Grande mérito nisso tem o diretor, Christopher McQuarrie, que consegue equilibrar toda essa alquimia cinematográfica, dosando perfeitamente os seus elementos. Mesmo beirando às 3 horas de duração, ele passará como o vento para os fãs do gênero, mesmo que possa parecer um tanto “esticado” para outra parcela do público, mas nada que comprometa muito o resultado final.
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Porém, outro que tem mérito indiscutível no provável sucesso do longa é Tom Cruise, que se firma definitivamente como um dos grandes nomes da indústria dos blockbusters. Não por suas qualidades como ator, mas pela sua aposta em fórmulas que pareciam estar ficando para trás, mas que se mostram absolutamente rentáveis quando bem atualizadas para os nossos tempos.

Ele fez isso com Top Gun: Maverick, e certamente fará novamente com Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1, que é uma verdadeira carta de amor aos fãs do gênero de ação e espionagem. Mesmo que sem tentar reinventar a rodar.
Além disso, é sempre importante mencionar a solidez do elenco que acompanha Cruise. Desde aqueles que estão há muito tempo na franquia, como Ving Rhames (Luther Stickell) e Simon Pegg (Benji Dunn), até as adições mais recentes, como Rebecca Ferguson (Ilsa Faust), Esai Morales (Gabriel) e a estreante Hayley Atwell (Grace), nenhum deles deixa a peteca cair, combinando competência e carisma.
Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1 é, como o próprio título diz, a primeira parte de uma algo maior. Alguns sugerem que esta duologia será a despedida da franquia, o que nos leva ao início do texto: será mesmo a despedida de Ethan Hunt?
Eu mesmo sou adepto da ideia de que todas as boas histórias tem que ter um final. Mas Tom Cruise tem que ligar para a minha opinião? Se depender desse filme (e do provável sucesso que alcançará), ele continuará com sua Missão Impossível por anos a fio.