Muitos filmes já abordaram o contraste entre o sagrado religioso e o corrompido e maligno, O Convento parece ser mais um desses filmes em que esses contrastes conversam e criam uma atmosfera de suspense.

O foco não está no terror e nas aparições inesperadas, mas no mistério que envolve a morte de dois sacerdotes, um deles o irmão de Grace (Jena Malone), cuja família sofreu diversos traumas. Após viajar para a Escócia até o Convento Mount Saviour, Grace investiga as circunstâncias suspeitas da morte de seu irmão Michael (Steffan Cennydd), que dizem ter cometido suicídio após matar outro padre local, mas Grace percebe que algo não combina com essa história, seu irmão não tem vestígios e nem histórico de uma pessoa suicida e uma aparição de seu fantasma a alerta que ela corre perigo. A história então se desenvolve ao redor de Grace tentar desvendar o que aconteceu enquanto permanece no convento sobre os olhares vigilantes da Madre Superior.
Enquanto mescla a linha de tempo atual com o passado, o filme explora o passado de Grace, com cenas confusas e que possuem muito potencial, mas que não são aprofundadas, deixando um sentimento de superficialidade e pouco investimento na história. Enquanto tentam explicar como Grace é o ponto central de todo o desenrolar de fatos, essa explicação deixa muito a desejar, indo e voltando no tempo, se perdendo em sua própria história.

Um dos pontos que talvez seja interessante é a contradição do nome de Grace, que pode ser traduzido para “graça” e a sua posição em O Convento, uma personagem que é uma antítese de si mesma. Que começa uma saga de justiça e acaba em uma posição de aceitação e quase vingança para com os outros que tentam cercear a sua liberdade e existência. Enquanto existe a especulação de diferentes linhas temporais para esse longa, a verdade é que parece que tentam unir diferentes ideais que, sozinhas teriam um grande potencial, mas que juntas se confundem e se perdem no decorrer do filme.
Apesar de ser classificado como um filme de terror, O Convento passa longe do tipo clássico que muitos esperam. Mesmo mostrando algumas cenas que podem ser bem perturbadoras, estas são praticamente esquecidas em meio à confusão que a história desenvolve, e acaba se tornando aquele típico longa que os amantes de terror irão assistir e concluir que apesar que não ser o pior do gênero, também está longe de ser minimamente bom, ficando como uma opção para aquele domingo de tarde que se quer ver algo novo, relativamente curto e sem grandes aspirações.
O Convento já está nos cinemas!