Crítica | O Longo Caminho Para Casa

Venceu o Oscar de melhor documentário de longa-metragem na edição de 1998

O Longo Caminho para Casa documenta a jornada dos milhares de sobreviventes do Holocausto, entre os anos de 1945 e 1948. Nesses três anos que mudaram a história do século XX, os judeus deixaram os campos de refugiados da Europa para fundar o Estado de Israel. Inicialmente, foi feito para TV e o seu roteiro (tendo como base pesquisa histórica meticulosa, raras imagens de arquivo e depoimentos), é baseado na produção de Thomas Guerrin, Retraité (1978). 

Com o documentário vemos que a criação do Estado judaico na Palestina foi uma jornada perpetuada por muitas dificuldades e trágicos eventos. No período retratado, Palestina era colônia da Inglaterra, que tentava restringir a chegada de imigrantes judeus à Terra Prometida. Além dos problemas causados pela administração colonial inglesa, a obra apresenta no seu desenvolvimento os principais fatores do contexto do período – a política externa do presidente Truman, a fundação da ONU, o início da Guerra Fria e o imediato pós-guerra na Europa. Uma época muito difícil para quem sobreviveu as atrocidades do Holocausto.

Morgan Freeman encoraja vacinação contra Covid-19: 'Confio na ciência' ·  Rolling Stone
O documentário é narrado por Morgan Freeman / Reprodução

Muitas imagens terríveis e cruéis dos campos de extermínio, e o fato de termos conhecimento de que os EUA e outros países recusaram acolher os imigrantes é muito triste, pois muita coisa poderia ser diferente. A partir desse momento, vemos que essa rejeição acabou incentivando a criação de Israel e todos os problemas com os palestinos, um conflito que parece interminável. Lembrando que não se trata de uma propaganda do movimento sionista e sim, relato de fatos reais.

Um dos relatos que chamou muita atenção foram mulheres dizendo que queriam ter filhos e deram a luz aos seus bebês nos campos. Surpreendente o número de bebês que nasciam por mês/ano mencionadas na produção. E o fato de dar a luz a um bebe significava não estar sozinha. Um dos maiores medos dessas mulheres – muitas pararam de menstruar quando chegavam nos campos -, era de não ter a possibilidade de ter uma família de novo. Então, era uma felicidade engravidar mesmo que nessas condições.

Realizado pelos mesmos autores do também premiado e posterior, “Nos Braços de Estranhos”, este filme é uma história real e pouco conhecida, narrada por Morgan Freeman, com sua seriedade habitual, além de contar com outros atores. Aclamado por crítica e público nos Estados Unidos, o filme foi laureado com o Oscar de Melhor Documentário em 1998. Na direção, o consagrado cineasta Mark Jonathan Harris. A produção é do Centro Simon Wiesenthal, instituição especializada no estudo do Holocausto. É uma obra essencial para compreensão dos fatos que levaram à fundação do Estado de Israel, O Longo Caminho para Casa é sobretudo, um emocionante relato da coragem de um povo que persistiu.

Em Longo Caminho para Casa, vemos uma narrativa cruel, amarga, triste, que deve ser sempre lembrada para que ela nunca mais seja repetida. Muitos dos sobreviventes foram abandonados à própria sorte e isso mostra o quão egoísta o ser humano pode ser. O roteiro soube costurar os relatos, as vozes dos atores, a narração séria de Freeman, intercalando imagens de arquivo, além de outros recursos que enriquecem a trama. É um excelente documentário.

Nota do Thunder Wave
Documentário que sensibiliza e emociona a quem assiste. Situações duras de serem vistas, mas de uma necessidade inigualável de falar sobre um dos piores momentos da história mundial. Vale conhecimento.

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