Crítica | O Melhor Está por Vir

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Se você soubesse que seu amigo está doente e é terminal… Contaria a ele? É com essa temática que O Melhor Está por Vir se apresenta. Filmes sobre amizade sempre conseguem cativar e entreter o público. Na maioria das vezes, consegue abrir uma reflexão sobre esse sentimento que, se bem construído, transcende barreiras. A forma como a amizade dos protagonistas é representada chega a ser autentica e honesta e esse sentimento faz com quem assista se identifique com os personagens. Nesse sentido de lealdade e fidelidade ao companheirismo, os diretores Matthieu Delaporte e Alexandre De La Patellière souberam dar o tom emocionante e sincero da amizade entre Arthur e César.

O longa começa introduzindo os personagens com uma breve apresentação da infância de ambos e rapidamente fica evidente o quão diferentes e complementares eles são. Arthur é um pesquisador e professor universitário de 56 anos, divorciado e pai de uma menina. Mora sozinho e é o tipo de pessoa que costuma andar dentro da linha. É responsável e sistemático. Já César, é o eterno garotão que nunca cresceu. Gosta de viver o momento, é divertido, gosta de aventuras, principalmente, as amorosas. Como na vida real, os opostos se atraem e Arthur e César se dão muito bem, cada um com sua personalidade complementando o outro. Logo no início, a trama surpreende com um acontecimento que acaba se tornando o fio condutor do longa.

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O início da última aventura de Arthur e César / Paris Filmes

Arthur ao contar a César que ele está em fase terminal acaba se enrolando e da forma que ele conta parece que ele quem está doente. Logo César e o público acabam entendendo que Arthur está enfermo e a partir desse momento eles partem para mais uma de suas aventuras, desta vez, a última. O roteiro bem criativo faz com que Arthur seja forçado a se ausentar de seu trabalho para que ele e César possam viver de fato essa última jornada juntos. E de forma cômica, o filme começa a se soltar e mais está por vir.

Enquanto o acontecimentos se desenvolvem, algumas semelhanças com Antes de Partir são quase inevitáveis. A amizade e interação dos personagens de Morgan Freeman e Jack Nicholson se faz muito presente, porém, não é uma versão francesa de uma produção norte-americana e sim o olhar de uma mesma temática, mas com uma “roupagem” totalmente nova. É uma história diferente e encantadora. Se de um lado a questão da doença é algo triste, a trama faz questão de ser a cada cena, uma trama alegre e feliz. Com toda essa confusão, Arthur conseguiu se desprender desse modo robô em que ele estava. A filha o achava chato e depois passaram a se dar muito bem. Já César, depois de tanto tempo longe do pai, se permite a conversar com ele… E eles se reaproximam. 

Assistir ao longa é uma despedida. Por mais que seja difícil manter qualquer tipo de relacionamento nos dias atuais, o filme nos mostra que a verdade, a lealdade, a honestidade e o amor conseguem fazer coisas incríveis. As reviravoltas apresentadas e toda essa confusão conseguem fazer com que Arthur crie um novo olhar sobre a vida. É triste a sensação de não ter vivido o que se esperas ter vivido. É triste alguém partir e não ter tido a possibilidade de escutar um “eu te amo” de nossas bocas. 

Logo nas primeiras cenas, é possível perceber que ambos são carentes de afeto… verdadeiro. E que ambos tem seus monstros internos. Mas, o mais interessante dessa relação é mostrar o quão verdadeiro é o sentimento de se gostar de alguém. Às vezes, muitas coisas ruins acontecem e nem sempre valorizamos quem está ao nosso lado pronto para nos acolher independente da situação. A mais nova produção da Paris Filmes, O Melhor Está por Vir mostra que é importante viver com responsabilidade, mas sem se esquecer de viver o momento.


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