A bruxa mais indecisa e simpática do selo Archie Comics está de volta às telinhas na terceira temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina.
Nesta terceira parte, logo no primeiro episódio, vemos muitas mudanças, desde o showrunner Roberto Aguirre-Sacasa, o mesmo de Riverdale, até o tom mais musical e também dramático da série. E fazia sentido ser um pouco mais dramática já que Sabrina (Kiernan Shipka) entra em uma jornada, sem muita clareza, em busca de seu amado Nick (Gavin Leatherwood) para livrá-lo das garras do Senhor das Trevas (Luke Cook) e ainda assim ter que conciliar com sua vida de adolescente (quase) normal com seus amigos colegiais.
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Ter o mesmo showrunner de outra série do mesmo universo não foi uma decisão muito boa. A série acabou ganhando um formato muito mais adequado para televisão, ficando cansativa demais com as diversas tramas que são apresentadas pelo caminho, mas que não culminam realmente a lugar nenhum.

A personagem principal acaba sendo citada a todo momento, mais para não deixá-la ser esquecida, do que por real necessidade já que há elementos que não permitem-na bancar Deus, ou Satã, e salvar o pescoço de todo mundo sem grandes consequências. E no meio de toda a confusão, já no meio da produção mesmo, os verdadeiros vilões são apresentados com a promessa de que são os seres mais poderosos que a Terra já viu, mas não é bem por aí não.
Além disso, as conexões com Riverdale, antes só citadas, se tornam cada vez mais concretas, mas, de novo, sem significar muita coisa.
Ainda assim, os pontos fortes existem e começam ao manter as características e os elementos já trabalhados nas temporadas anteriores. A fé do clã de bruxas e feiticeiros sofre mudanças decorrentes do final da segunda temporada e é até ameaçada pelas visitas que a cidade de Greendale recebe.

Outro ponto positivo vai para a amplificação dos elementos místicos e da mitologia que faz parte da série. Desta vez o cristianismo dá as caras para além de ser a religião dos habitantes, que não sobrenaturais, que vivem na cidade. E apesar de pouco aprofundado, deixou um bom caminho a ser trilhado na, já em produção, quarta temporada.
No fim, a série teve erros e acertos que devem ser considerados equilibrados até. E mesmo começando devagar e sendo um tanto confusa, a nova temporada rende um bom entretenimento para quem chegou até aqui no hype da estreia ou para quem já virou fã do “Clube do Horror”.