Crítica | O Tempo Que Te Dou – 1ª temporada

A atração espanhola da Netflix tem estrutura criativa, porém se mostra um pouco superficial

A Netflix gosta de inovar e apostar em ideias que às vezes são boas e às vezes não. Mas quando se escolhe o desafio, é surpreendente a ousadia do streaming em nos proporcionar diversas experiências. A série espanhola El Tiempo Que Te Doy vem nessa pegada fora do padrão e a forma como foi montada a narrativa é muito tocante e delicada. É um tesouro escondido em meio às produções famosinhas. Vale muito a pena assistir a obra dirigida por Inés PintorPablo Santidrián e Pablo Fernández.

São dez episódios, todos com 11 minutos de duração – primeira obra que assisto com essa duração, nunca imaginei ver algo assim -. Mesmo com uma duração menor, a qualidade e a riqueza de detalhes, de personagens é incrível. A dinâmica é bem simples e muito fácil de entender. A série aborda as fases de um relacionamento amoroso, ou seja, o início, o meio e o fim. Sendo assim, a trama é dividida entre passado e presente. Seguindo essa dinâmica entre dois tempos retratados, as fases da relação e a duração da trama, no primeiro capítulo podemos ver 10 min dedicados ao passado e 01 se passa no momento presente, no segundo episódio, 9 minutos de passado e 2 de presente… e assim por diante.

Crítica: O Tempo Que Te Dou – 1ª Temporada
Nadia de Santiago e Álvaro Cervantes são Lina e Nico em O Tempo Que Te Dou / Reprodução

Em O Tempo Que Te Dou acompanhamos a personagem Lina que é interpretada por Nadia de Santiago (As Telefonistas), uma das criadoras da série. Apesar de dividir a tela com Nico, o personagem de Álvaro Cervantes (Legado nos Ossos), o ponto de vista é dela. Quando se conhecem e no decorrer dos primeiros sentimentos, Nico está trabalhando como biólogo e instrutor de mergulho. Já Lina abandonou a faculdade de Economia e trabalha como garçonete no resort para pagar o curso de enfermagem. Seu estudo motiva a mudança do casal da praia para a cidade, e a partir da evolução da protagonista o enredo identifica as rachaduras na relação. No entanto, a intimidade, a criação de mensagens subliminares que só eles entendem, e a escolha de um lugar predileto e outras coisas que o tornam um casal único são mostrados na trama.

Não é segredo, desde o princípio da série, que sabemos que eles estão se separando e o como é difícil eles viverem juntos. Quanto mais ela tenta esquecer Nico no momento presente, mais o momento no passado é curto… é como se as memórias deles juntos fossem se desprendendo, sendo apagadas para que ela possa seguir em frente, pois vemos a dificuldade de Lina em retomar a vida após a separação. A química da dupla central e o carismático elenco de apoio são pontos positivos. A fotografia é bem interessante nesse sentido, acentuando as emoções de cada momento.

A estrutura criativa é muito atraente, além da curta duração total que não ultrapassa 120 minutos… é quase um filme. Porém, é visível alguns defeitos no texto, se mostrando um pouco superficial em alguns momentos como nas “DRs” com diálogos bobinhos e a carga dramática que fica meio limitada, mostrando uma construção e desconstrução de uma história sem muita profundidade, porém essa leveza é o que faz a série cativar e ser o que é. É uma história de amor, de separação e de luto após o rompimento e a forma como se reconstrói a vida depois do caos. É uma série que não esconde o quão imperfeito o ser humano pode ser e que nenhuma dor, raiva, ódio, ressentimento, tristeza dura para sempre. É uma trama bem contada e que cumpre o que se propôs.

Nota do Thunder Wave
Amar alguém é sinônimo de felicidade, de dor e de imperfeição. O Tempo Que Te Dou é uma bela história que nos mostra os sentimentos sem deboche, é muito simples, é o que é e ponto. Não é preciso florear para falar de relações amorosas. A série, que tem 11 episódios, desenvolve de forma eficiente a reflexão sobre o amor entre duas pessoas e que nem toda relação tem um final feliz, mas existe a felicidade do que foi vivido e o perdão dos erros cometidos. Vale muito a pena.

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