Seria quase um crime não falar que essa semana do dia 17 a 21 está gerando uma ansiedade tão grande devido a duas grandes estreias nos cinemas. Estamos falando dos longas Barbie de Greta Gerwing e de Oppenheimer de Christopher Nolan que geraram até memes por conta da mesma data de lançamento: 20 de julho. Apesar de terem a mesma agenda de estreia, ambos são de universos diferentes. Enquanto o primeiro é o live action sobre um dos brinquedos mais icônicos da Mattel, o segundo é uma biografia sobre o criador da Bomba Atômica, a protagonista da Segunda Guerra Mundial que matou milhares de pessoas em Hiroshima e Nagasaki. Enfim, prepare o coração e o bolso, a semana será de fortes emoções.
O último filme que eu assisti que tinha mais de três horas – 03 horas ou 180 minutos, se preferir -, foi Vingadores Ultimato. Depois disso, alguns com um pouco mais de duas horas foram vistos por mim. Foi meio estranho sair da cabine de imprensa às 14hs de hoje (17/07). Em parte porque o dia estava bonito, ensolarado e convidativo para um almoço ao ar livre. No entanto, fui esmagada pelo ar condicionado e pela excepcional sala de cinema do Cinépolis JK Iguatemi. Gente, foi uma cabine dolorosamente impactante. Não só porque o filme é bom, mas a sala que disponibilizaram para que a imprensa pudesse assistir ao longa é IMAX e os tremeliques que o protagonista sentia… adivinha? eu senti também. A explosão do elemento (teste Trinity)… eu senti arrepiar até o cílio, se é que isso é possível.
Normalmente, eu costumo ler as críticas dos longas quando já é liberado lá fora como nos sites The Guardian ou na Rolling Stones para saber o que os críticos de lá acharam, se é bom ou bomba. Mas, sou uma grande fã do trabalho de Nolan e queria ser impactada, surpreendida mesmo. Então, não li nada sobre e fui para a cabine como um papel em branco para não ser influenciada. De fato, é um longa visualmente bonito, com um elenco impecável, com um dinamismo interessante, apesar de se tratar de uma das maiores descobertas do século XX. Infelizmente, ceifou a vida de milhares de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial e provou para o mundo o que a mente humana é capaz de criar. Além disso, mostrou o pior do ser humano em busca de poder. O longa não aborda apenas a criação da bomba, mas como os Estados Unidos tratou o seu físico mais famoso.
O longa, com orçamento de US$ 100 milhões, é estrelado por Cillian Murphy como J Robert Oppenheimer, sob a alcunha de “pai da bomba atômica”. O elenco também inclui Emily Blunt, Matt Damon, Florence Pugh, Rami Malek, Kenneth Branagh e Robert Downey Jr. Além de outros rostinhos famosos de Hollywood. O longa marca a entrada de Nolan para a Univeral Pictures depois de se separar da Warner Bros. Em entrevista à Wired, o diretor afirmou que: “Algumas pessoas saem do filme absolutamente arrasadas. Eles não podem falar. Quero dizer, há um elemento de medo presente na história e nas bases. Mas o amor pelos personagens, o amor pelos relacionamentos, é mais forte do que nunca.”
Quem foi Oppenheimer?

O longa de Christopher Nolan, é baseado na vida do físico teórico americano J. Robert Oppenheimer e se inspira no livro de 2005 “American Prometheus” de Kai Bird e Martin J. Sherwin. O longa conta a vida do físico mas focando no seu envolvimento com o Projeto Manhattan durante a Segunda Guerra Mundial, além do período que foi diretor do Laboratório Los Alamos. Outro detalhe, o filme acompanha como os maiores físicos vivos na época que se envolveram no Projeto Manhattan, como Edward Teller, Enrico Fermi e muitos outros.
Sabemos que Oppenheimer começou a vida acadêmica formado em Química por Harvard em 1922. Mas seu coração batia forte por Física. Primeiro, ele aceitou continuar seus estudos na Inglaterra com J.J. Thomson, físico que descobriu o elétron. Depois passou por problemas durante esse período pois não gostava de Física experimental. Logo, decidiu estudar Física Teórica com Max Born na Alemanha. Terminou seu doutorado com Born e recebeu convite para ser professor na Universidade da Califórnia.
Durante sua vida de pesquisador, Oppenheimer contribuiu na Mecânica Quântica, Relatividade Geral, Astrofísica e Física Nuclear. Pelo o que podemos ver no longa, durante seus estudos na Europa, Oppenheimer estava próximo do centro da pesquisa em Mecânica Quântica. Ele passou boa parte da década de 30 focando no estudo de Mecânica Quântica, assim como no estudo de Física de Partículas tendo como interesse a composição do átomo, principalmente nos nêutrons que compõem o núcleo de um átomo.
O foco de seu trabalho que chamou de “núcleo de nêutrons de estrelas” prevendo basicamente o que seria chamado de estrelas de nêutrons depois. Devido ao seu trabalho, Oppenheimer ficou famoso na área da Física e no final dos anos 30 e início dos anos 40, o cientista já era um nome de peso.
Projeto Manhattan e sua contribuição para a Física
O trabalho de Oppenheimer é notável, no entanto, foi após o convite do químico James B. Conant, que foi professor de Oppenheimer em Harvard, para fazer parte da pesquisa envolvendo cálculos de nêutrons rápidos que a carreira dele se tornaria algo grande. O físico recebeu a tarefa de calcular a reação em cadeia e quanto material seria necessário para criar uma bomba. Além disso, no mesmo ano de 1942, Oppenheimer foi convidado para liderar o Projeto Manhattan e propôs a construção do laboratório em Los Alamos, no Novo México. De acordo com o longa, foram três anos focados na criação de aparelhos que desencadeariam a reação em cadeia, e assim nascia o rascunho das bombas atômicas.

Teste Trinity e uma nova era sem CGI
Foi em julho de 1945, que ocorreu o primeiro teste com bomba atômica chamado “Teste Trinity” que ocorreu no Novo México e o próprio Oppenheimer testemunhou a explosão. Anos mais tarde, o físico disse que a frase (trecho do texto sagrado hindu Bhagavad-Gita que resumia a sensação de mortalidade e, ao mesmo tempo, controle sobre outras vidas), que ficou famosa, “I am become Death, the destroyer of worlds” (tradução para “Eu me tornei a Morte, a destruidora de mundos”) estava em sua cabeça ao testemunhar o teste. Essa cena está no longa e foi uma das melhores sequências do filme, pois vemos a preparação e o envolvimento da equipe comandada por Oppenheimer e como aquela demanda mobilizou tanta gente. No momento em que explode, foi uma sensação de que tudo é possível, mas ao mesmo tempo de ter a consciência de que se tem muito poder nas mãos. E a beleza de toda aquela tomada foi perfeita.
Hollywood sempre soube que o diretor Christopher Nolan é um cineasta ousado e ele confirmou que o longa encabeçado por Cillian Murphy não possui nenhuma cena com retoques de computação gráfica, incluindo a tão aguardada explosão nuclear.
Mas você deve estar se questionando sobre o trabalho de efeitos especiais por trás dessa decisão. Por isso, profissionais que desempenham funções importantes dentro do campo de pós- produção foram essenciais para dar o efeito que o diretor queria e um deles, Andrew Jackson (supervisor de efeitos visuais), foi fundamental.
“Quando terminei (o roteiro), uma das primeiras pessoas para quem mostrei foi meu supervisor de efeitos visuais, Andrew, e falei que queria tirar a computação gráfica da mesa, e ver se ele poderia criar metodologias do mundo real para produzir o efeito da primeira explosão atômica.”
Nolan em entrevista ao site da Entertainment Weekly.
“Eu queria tentar olhar para a mente de Oppenheimer (com) imagens simbólicas e visualizações do mundo quântico. Andrew entende o mundo dos computadores, mas também entende o mundo analógico. Ele é maravilhoso com isso. E então, ele passou meses e meses e meses fazendo todos esses experimentos e descobrindo esses métodos, alguns muito, muito pequenos e microscópicos, e outros absolutamente colossais.”
Outros dois profissionais, a designer de produção Ruth De Jong e o supervisor de efeitos especiais Scott Fisher, responsáveis pela construção da réplica, em tamanho real, da bomba atômica, foram importantíssimos para o longa, conta Nolan.
“Por causa disso, conseguimos desenvolver toda a tensão até a detonação, mostrando esse processo pelo qual passaram na época.”

Uma reação em cadeia não prevista
Outros dois projetos foram desenvolvidos em paralelo com a supervisão de Oppenheimer. Apos ficarem prontos, ambos foram colocados em prática. O desenvolvimento das bombas atômicas envolveu meses de pesquisas teóricas antes dos primeiros bombardeios de teste — e a tecnologia resultou em duas armas, uma bomba de fissão com um isótopo do urânio, batizada de Little Boy, e outra com um elemento sintético chamado plutônio-239, na Fat Man. Conseguimos ter uma noção disso, pois vemos no longa e de início não se entende muito bem aonde os cientistas querem chegar com tanta pesquisa acontecendo ao mesmo tempo, mas depois fica claro.
Após três semanas, as bombas Little Boy e Fat Man foram lançadas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, com o Japão assinando a rendição logo depois. Na obra de Nolan, antes do lançamento há uma espécie de comitê, onde se discute quais cidades poderiam ser atingidas e percebemos a frieza de como os participantes tratavam vidas inocentes como se não fossem nada. É uma das cenas em que o público se questiona sobre a moralidade e humanidade dos cientistas. Vimos que muitos não eram a favor do uso da arma nuclear, mas os EUA tinham receio de a Alemanha nazista produzir esse material bélico antes dos Aliados.
Pausa para contextualizar
Por que o Japão foi atacado se a Alemanha Nazista era o inimigo? Albert Einstein e Leó Szilard escreveram na carta enviada ao presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt, alegando que os cientistas alemães já estavam desenvolvendo estudos sobre fissão nuclear e, por isso, o Projeto Manhattan foi criado. Vemos que no longa, alguns físicos defendiam a criação da arma nuclear para fins de última instância, só se fosse realmente necessário o uso. Mas com a arma já existindo, o uso ou não da tecnologia não competia mais aos físicos e cientistas que viabilizaram a criação das bombas e sim aos atores políticos que na época queriam a todo custo uma arma que pudesse pôr fim a qualquer guerra.
Durante a Segunda Guerra Mundial, conflito armado envolvendo diversos países, se iniciou em 1939 e teve fim em 1945. Dois grupos foram formados: os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS). O Brasil integrou o segundo grupo. Com o bombardeio das duas cidades japonesas e a rendição do Japão, a guerra chega ao fim com os países Aliados saíram vitoriosos, restando às forças do Eixo a perda de territórios e o pagamento de indenizações.
No entanto, há mais motivos para que os Estados Unidos atacassem o Japão. Texto para um outro dia, ok?!

Infelizmente, mais de 210 mil pessoas morreram nas duas cidades devido aos ataques, com incontáveis vítimas indiretas dos efeitos da radiação. Na mesma entrevista em que relata o teste, Oppenheimer imortalizou outra reação marcante sobre os outros cientistas que estavam no local. “Nós sabíamos que o mundo jamais seria o mesmo novamente. Algumas pessoas riram, outras pessoas choraram, a maioria ficou em silêncio”, afirmou o físico.
Em algumas passagens do longa, vemos o personagem de Murphy vendo corpos carbonizados, fuligem, um grande clarão, pessoas tendo suas peles descoladas por conta do forte impacto da explosão. Não é real, mas é como se aquilo que ele estivesse vendo, a ilusão, fosse ele tendo consciência das consequências de sua criação. Uma frase marcante dita pelo cientista, quando Oppenheimer é recebido por Truman, personagem de Gary Oldman, “minhas mãos estão sujas de sangue” e isso evidencia o que todos já sabiam, mas alguns ignoravam… o poder e o seu efeito sob o ser humano.
Arrependimento e acusações
O Projeto Manhattan é encerrado com o fim da Segunda Guerra Mundial, e os cientistas são tidos como heróis na sociedade. O cientista passa a presidir um comitê da Comissão para a Energia Atômica, agência criada após a guerra para fiscalizar as atividades nucleares dentro e fora dos EUA, e volta a lecionar. Porém, o que era para ser um período de paz se torna mais um momento turbulento. Oppenheimer começa a fazer declarações pedindo o controle de pesquisas sobre armas nucleares, já que parecia se mostrar cada vez mais arrependido da participação em experimentos bélicos envolvendo energia atômica.
De forma pública, se opôs ao desenvolvimento da bomba de hidrogênio (bomba de fissão que serve de “gatilho” para a reação nuclear do deutério com o trítio, ambos isótopos do hidrogênio). Esse explosivo termonuclear seria ainda mais poderoso que as criações anteriores e os EUA viram nele uma oportunidade de vencer a corrida armamentista contra a União Soviética ainda no início da Guerra Fria. Acreditando que a vantagem militar não compensaria os riscos dessa tecnologia para a humanidade, Oppenheimer se opôs.
Um colega físico, Edward Teller, era o responsável pela proposição do projeto. A ala de colegas de Teller se voltou contra Robert e começou uma campanha de difamação que encontrou o melhor contexto possível para acontecer.
Em 1950, o então presidente Harry S. Truman rejeitou a recomendação do Oppenheimer e ordenou as pesquisas sobre a bomba de hidrogênio. A campanha pegou mal e o físico passou a ser investigado por traição e rotulado como comunista. O físico nunca foi membro do Partido Comunista e nem concordava com boa parte dessa ideologia. Entretanto, Kitty (Emily Blunt) e o irmão de Robert até foram filiados, além de uma antiga namorada, Jean Tatlock, papel de Florence Pugh.
O personagem de Cillian Murphy era somente simpatizante a ideias progressistas desde os tempos de pesquisador, além de financiar algumas campanhas contra regimes antidemocráticos. Ele nutria especial ódio pelo regime nazista e o tratamento aos judeus, por suas origens e ainda ter parentes no país.
A perseguição a supostos comunistas estava no auge com o período conhecido como macartismo, com nomes de todas as áreas sendo “acusados” de forma similar. Em 1954, o pesquisador perdeu a credencial de segurança e qualquer conexão com o governo norte-americano por dois motivos: as falas contra pesquisas nucleares e acusações de que ele seria um risco para o país. Vemos uma espécie de “tribunal” com direito a advogado e testemunhas, e um dos personagens importantes desse momento foi Lewis Strauss, papel de Robert Downey Jr., que brilhou fora da Marvel. Como o físico Robert Wilson contou em entrevista, “Sr. Strauss foi certamente uma das pessoas importantes no julgamento de Oppenheimer e pode ter desempenhado um papel que você poderia associar a alguém da igreja na época de Galileu”. Esse desdobramento é visto no longa e podemos notar como a tensão era excruciante.
O legado de Oppenheimer
Com a reputação bem machucada e isolado na academia, o físico passa a focar mais nos estudos. Em 1963, recebeu o prêmio Fermi dos EUA: uma medalha e um pagamento de US$ 50 mil pelo pioneirismo nuclear. O cientista escreveu vários livros e ajudou a ampliar a reflexão sobre os problemas surgidos da relação entre a ciência e a sociedade. Afinal, ele é um símbolo de arrependimento do início das pesquisas nucleares e achava que o uso dessa energia deveria ser “uma nova forma de compreender a natureza”. Já aposentado, Oppenheimer faleceu aos 62 anos, em 1967, em decorrência de um câncer na garganta.

Um espetáculo audiovisual
Existe um primor nos longas de Christopher Nolan que é quase um crime não falar sobre. A fotografia de Hoyte Van Hoytema (responsável por Dunkirk) fez um trabalho excepcional ao focar o seu olhar nos momentos mais comuns. Se no longa de guerra, foi fácil dar leveza em momentos inesperados, a dificuldade foi maior num longa cinza como a fumaça. A cena da mexerica que pode ser vista duas vezes, demonstra a beleza em meio a escuridão. Porém, são as conversas sobre Física, política científica, negociações e praticamente quase todas as interações que carregam a produção. Atrelado a isso, temos as idas e vindas temporais, onde vemos a tensão e a profundidade ganharem mais corpo e se misturarem com a alma de seu elenco.
O diferencial de Nolan e seu protagonista “humano”
Oppenheimer, novo filme do cineasta britânico Christopher Nolan foge da estrutura das cinebiografias comuns, pois consegue explorar as várias facetas de seu personagem título. Retratado como um gênio, ele era complicado, egoísta e se mostrou arrogante algumas vezes. De motivações indecifráveis, a atuação de Cillian Murphy é “ao ponto”, depois de muitos papéis sendo coadjuvante, agora é a vez de brilhar na pele de um protagonista complicado.
O longa não foca só na vida do cientista, mas nos desdobramentos pré, durante e pós criação da bomba. Percebe-se o quanto o discurso político se sobressai em detrimento da ciência. Talvez seja, por isso, que Nolan tenha conseguido entregar um longa que se distancia dos demais de mesmo gênero porque conseguiu desenvolver um personagem com camadas, com qualidades e defeitos. No entanto, o maior acerto foi deixar a dúvida sobre as convicções de um homem que chegou a ter contato com movimentos d esquerda e abandonou seus ideais para liderar uma pesquisa que determinaria seu futuro. O protagonista de Nolan, tem a face de um homem que estava no seu auge, mas que sentia o peso de ser quem era: um homem com mãos sujas de sangue, de forma indireta.

As escorregadas de Nolan
Nem tudo são flores e o problema de Nolan está em seu protagonista. A grandiosidade de Cillian Murphy é tão grande que ele acaba engolindo as demais pessoas que fazem parte do elenco e em especial as atrizes que servem de escada para contar a trajetória de Oppenheimer. O fato disso acontecer, é porque o diretor não sabe como construir arcos femininos de protagonismo. As cenas de nudez, então… É horrível ver duas atrizes que já estiveram nas franquias mais famosas do cinema, relegadas a simples amantes, onde uma delas ainda morre – isso não é spoiler, é história.
No entanto, não foram Emily e Florence as únicas penalizadas. Matt Damon é a prova viva de que nem todo personagem cabe no seu intérprete. O seu General Groves parecia fora de sincronia. Já o antagonista do longa, Robert Downey Jr., conseguiu ter suas camadas bem construídas, simulando bem os seus interesses. Os atores como Kenneth Branagh, Gary Oldman e Casey Affleck se mostraram talentosos mesmo com suas pequenas participações.
No geral, Oppenheimer vale a sua ida ao cinema. É a desconstrução do mito num ser humano falho que acreditava em coisas diferentes e mudou os rumos da história.