Crítica | Orange is the New Black – 5ª Temporada

Palavras faltam para iniciar esse texto, afinal, tudo o que será dito pode parecer um tanto clichê por simplesmente ser fã de uma das séries mais incríveis e originais que já foram lançadas. O que acontece, de fato, é que a quinta temporada de Orange is the New Black veio recheada de suspense, desde o final da última temporada, com a cena icônica de Dayanara Diaz (Dascha Polanco) segurando uma arma contra um policial. A partir daí, toda a trama se desenrola no quinto ano da série. Para se dar essa crítica, impossível não dar alguns spoilers, mas nada que comprometa toda emoção da série.

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As atrizes Jessica Pimentel (Maria Ruiz) e Dascha Polanco (Dayanara Diaz) na quinta temporada de Orange is The New Black | Foto/Reprodução: Netflix

***Este artigo pode conter alguns spoilers***

A quarta temporada da série findou com um baita suspense e passou tão rápido que quem a acompanhou, percebeu que os treze episódios foram consumidos como num piscar de olhos. Assim começa a quinta temporada, do exato ponto de onde paramos no ano passado.

A quinta temporada nos faz refletir sobre diversos acontecimentos importantes na sociedade, como por exemplo, a discussão do sistema prisional e trazendo para o contexto brasileiro, algumas rebeliões justificadas por busca de melhorias. Há também diversos momentos engraçados que poderiam ser evitados, mais precisamente no quarto episódio, quando as detentas fazem dos agentes penitenciários que já são reféns, calouros de uma edição prisional do America’s Got Talent.

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Atrizes de Orange is the New Black em uma das cenas importantes da quinta temporada | Foto/Reprodução: Netflix

Mas é entendível e respeitável, serve para contrabalancear e criticar as pessoas que estão no comando, que possuem poder, mostrando o que elas são capazes de fazer – porque tudo se dá a partir do posse da arma que Dayanara segurava no final da quarta temporada. A série usou seu espaço e sua audiência para criticar o comportamento dos policiais e agentes penitenciários que muitas das vezes, usam de sua autoridade para denegrir, humilhar e até mesmo agredir os menos favorecidos – no caso, os presos. Abuso de poder, entendem?

Como em toda manifestação, há o “lado bom” da coisa, que é a turma do “deixa disso”, “eu não me envolvo com gangues”, “tô fora de confusão”, mas que se aproveitam de todos os benefícios conquistados pela “turma da baderna”. Orange aproveitou para mostrar ao público que os presos possuem vez, voz e inteligência. Liderada por Tasha “Taystee” Jackson (Danielle Brooks), um grupo de pessoas buscam o reconhecimento e a citação em rede nacional sobre o acontecimento que ocasionou a morte de Poussey Washington (Samira Wiley), provocada por um policial. Partindo desse princípio, as detentas se unem para pedir melhorias na Complexo Prisional de Litchfield.

As condições sub-humanas das detentas são vistas desde a primeira temporada, quando Piper Chapman (Taylor Schilling) ingressa no sistema prisional e na temporada atual, as presas sugerem coisas para o bem comum – dentre as reivindicações, umas coisas bem surreais e engraçadas, tipo internet wi-fi, Netflix e até a presença da Beyoncé, por exemplos. O básico, que é direito de toda pessoa que cumpre sua pena, desde assistência médica, boa alimentação e cursos para reintegração na sociedade, não possuem. E isso nos leva novamente a fazer uma ponte com o sistema prisional brasileiro, principalmente por celas superlotadas e sem condições de sobrevivência, outro feito citado na quinta temporada.

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As atrizes Taylor Schilling (Piper Chapman) e Laura Prepon (Alex Vause) em uma cena da quinta temporada de Orange is the New Black | Foto/Reprodução: Netflix

A situação foge do controle quando algumas presas armam um plano para capturar o policial Desi Piscatella (Brad William Hank) usando um telefone celular – dado esse momento, as detentas assumiram todo o controle de Litchfield e a transformaram num lugar sem regras e um tanto convidativo para habitar -, porém a estratégia não sai como planejaram e acontece algo muito interessante nesse episódio – o diretor resolveu usar um pouco das técnicas presentes em filmes de suspense/terror para provocar o medo em quem assiste – vai por mim, dá para levar uns sustinhos de quando em vez.

Novamente, Piper e Alex Vause (Laura Prepon) não são o centro das atenções na nova temporada, mesmo sendo as atrizes principais do projeto, dando destaque e vez as atrizes secundárias que até a quarta temporada, meio que apareciam vez ou outra para preencherem cena. Na temporada atual, essas atrizes brilham (e brilham muito), fazendo o dever de casa no quesito atuação. O nosso destaque vai para a atriz Uzo Aduba, a intérprete de Suzanne “Crazy Eyes” Warren – algumas de suas cenas te farão chorar um pouco e Uzo soube como ninguém, interpretar os dramas vividos por detentas que possuem problemas psiquiátricos e que vivem em condições dolorosas.

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A atriz Selenis Leyva (Gloria Mendonza) em uma cena importante da quinta temporada de Orange is the New Black | Foto/Reprodução: Netflix

Toda a emoção que a série pedia ficou para os dois últimos episódios, onde unidos com uma trilha sonora escolhida a dedo, fazem os espectadores ficarem apreensivos com as cenas seguintes. Num jogo de câmera muito bem posicionado, fazendo uso até mesmo de “câmera-lenta”, deram a dosagem exata aos dramas em que as detentas vivenciaram. As redes sociais e a imprensa, novamente foram pautas na quinta temporada e possuem um papel importante no desenrolar de toda a trama, bem como feminismo, privilégios dados a alguns presos e também, o desprezo aos negros.

Entrementes, a quinta temporada de Orange is the New Black prende o espectador com a dose certa de humor, suspense e a tensão que os produtores sabem dar como ninguém. Teremos #OITNB até a sétima temporada, fato confirmado pela Netflix no ano passado. E mesmo a série tendo sido envolvida em algumas tramoias de hackers (episódios vazados) e tido todo aquele suspense quanto a divulgação de imagens, teasers, trailers, valeu muito a pena esperar a data oficial para o produto ser lançado. A série não decepciona e está disponível no catálogo da Netflix desde a última sexta-feira (09). Assista, “you’ve got time“.

 

Nota do Thunder Wave
Com a dose certa de humor, suspense e a tensão, a 5ª temporada da série consegue prender o público e entrega o que prometeu
Escrito PorLuã Stewart

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