Crítica | Pinóquio

A Disney+ é a responsável pelo novo live-action de Pinóquio que mistura CGI com a história clássica do boneco de madeira que deseja se tornar um menino de verdade. A clássica história da Disney ganha novos contornos e consegue trazer toda a estética do filme de 1940 para 2022.

O filme começa com a narração do Grilo Falante (Joseph Gordon-Levitt) que introduz a história que está para começar na oficina do velho Geppetto (Tom Hanks). Após finalizar o boneco de madeira de pinho e lhe nomear Pinóquio, antes de ir dormir, faz um desejo para uma estrela. A boa Fada-Azul (Cynthia Erivo) escuta o seu pedido, feito do coração e dá vida a Pinóquio (Benjamin Evan Ainsworth), tornando o Grilo sua consciência.

Enquanto o novo filme segue muitas das cenas antigas, mudanças foram feitas. Personagens como Sabina (Kyanne Lamaya), a gaivota Sofia (Lorraine Bracco) são colocados para ajudar a construir essa nova versão de Pinóquio. A essência do clássico da Disney ainda está presente, mas os episódios que levam Pinóquio a conhecer o mundo são repaginados e ganham uma profundidade maior. A falta de confiança de Pinóquio após ser enganado por humanos é como uma criança que percebe que há muita maldade no mundo. A decisão de não manter João Honesto (Keegan-Michael Key) no episódio da Ilha dos Prazeres ajuda a construir um crescimento no personagem, que mesmo ingênuo sente que algo está errado e se sente incomodado com o comportamento das crianças na ilha. A ausência do Grilo Falante na maioria dos momentos é importante para mostrar as situações que Pinóquio se coloca quando a sua consciência não está presente para o guiar na direção correta.

Mantendo a tradição dos filmes mais recentes da Disney, é possível encontrar personagens clássicos durante o longa como Branca de Neve, Donald e alguns mais recentes como Malévola. Não é preciso muito esforço para encontrar essas referências no filme pois se encontram bem explícitas. As músicas originais foram mantidas e outras quatro foram acrescentadas para ajudar a mostrar os sentimentos dos personagens e seu crescimento, com destaque para “I will Always Dance” (Eu sempre irei dançar), música solo de Sabina.

A maior mudança é como a história termina, enquanto na animação de 1940 Pinóquio se torna um menino de verdade, na nova versão Pinóquio continua como um boneco de madeira, afinal ele sempre foi “um menino de verdade” e não há nada que precisa mudar nele.

Pinóquio nos mostra porque alguns clássicos nunca ficarão fora de moda.