Crítica | Procura-Se (2022)

Ponto positivo para o casal Queiroz e Toledo que conseguiram separar sua relação da vida real para a ficção

Fã que é fã, sempre fica imaginando como seria se um de seus livros favoritos fosse adaptado para as telonas ou telinhas. É uma emoção tão grande quando vemos aquele personagem em carne e osso, que antes existia apenas na nossa imaginação. A HBO Max, que tem apostado em adaptações de livros, lançará amanhã, 25 de novembro, a comédia romântica Procura-se. Dirigido por Marcelo Antunez, o longa-metragem é uma adaptação literária do livro homônimo da autora brasileira Carina Rissi e traz Camila Queiroz e Klebber Toledo como protagonistas da trama.

A trama apresenta ao público Alicia, interpretada por Camila, uma jovem que viajou o mundo, adora festas, é aventureira e sabe aproveitar a vida. Seu avô, por quem ela é super apegada, é um rico empresário e sua única família viva. Mas, após a sua morte, ela vê sua vida desmoronar: para que possa receber a herança deixada por ele, Alicia terá que estar devidamente casada.

Depois de muitas reviravoltas, Alicia decide seguir com um plano maluco e audacioso: arranjar um marido falso, Max, interpretado por Klebber, para ter acesso à herança e lutar para ter sua vida novamente.

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Camila é Alice em “Procura-Se” / Cortesia HBO Max
Leia também: Procura-Se | Camila e Klebber conta um pouco dos bastidores da adaptação baseado na obra de Carina Rissi

Procura-Se já começa numa pegada mais moderna e que difere da obra original. O título da adaptação não carrega a palavra “Marido”, atualizando a temática aos dias de hoje. Assistindo ao longa, a procura de Alice não se restringe a um marido. Infelizmente, a mocinha é vítima do machismo e da imposição. E essa atualização, fazendo com que a adaptação se torne mais atual, é muito relevante para que quem assista entenda o problema que está sendo retratado, ou seja, o machismo estrutural que faz parte da nossa sociedade e da luta de uma mulher para ter as rédeas da sua vida.

A história é clássica, mais um clichê para chamarmos de nosso. Aqui temos inimigos que se apaixonam, relacionamento fake (Lembra de LJ e PK?). É interessante ver que o longa possui influências de filmes clássicos do cinema hollywoodiano em como a história se desenrola e ganha corpo. No entanto, as relações entre os personagens é o que agrega o carimbo brasileiro à trama. 

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Vemos um outro lado de Klebber em “Procura-Se” / Cortesia HBO Max

A relação entre Max e Alice acontece de forma inusitada e inicialmente eles não se dão muito bem, mas ambos enfrentam problemas que precisam driblar e veem um no outro a possibilidade de resolver numa tacada só. A química dos atores em cena é fluida, ambos são carismáticos e apaixonantes. Foi um acerto da produção. Um complementa o outro e ver o casal da vida real na ficção é bem legal, pois conseguimos ver as nuances que ambos imprimem em seus personagens. Algo interessante é que o longa não vende um conto de fadas, mostra as dificuldades da vida adulta, é honesto quando aborda temas como machismo e como as mulheres ainda precisam lutar muito mais para serem ouvidas.

A amizade de Alice com Mari, sua melhor amiga desde sempre, é muito relevante para a trama, pois vemos uma amizade real, vemos duas mulheres que se apoiam e buscam viver de acordo com seus ideais. Ver mulheres no mundo corporativo, um cenário tão difícil, é algo que aquece nossos corações e nos mostra que é possível chegar lá. Sem contar que aproxima o público feminino das personagens da telinha que aguardam há muito tempo pela tão sonhada adaptação. Carina Rissi sabe como criar bons personagens e o longa traz esses personagens muito mais modernos e com valores e temas muito mais atuais.

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Mulheres no mundo corporativo é uma das pautas abordadas pelo longa / Cortesia HBO Max

Apesar dos comentários anteriores, o longa tem algumas brechas. O diretor consegue caminhar bem em quase todo o longa. Contudo, nos momentos decisivos faltou um pouco de profundidade, de tato e isso passou uma sensação de superficialidade. Além disso, os cortes são bruscos demais. Por se tratar de uma comédia romântica, esperava algo mais sutil, mais delicado, mais equilibrado. Esse é um ponto que influencia diretamente no entendimento dos acontecimentos, pois pode acabar deixando o público perdido em alguns momentos.

É óbvio que o tempo de duração do filme pode ter influenciado um pouco, mas alguns detalhes merecem mais atenção. Mas apesar disso, a fotografia está bonita, com uma pegada moderna, meio pop, os figurinos de Camila Queiroz são de fazer inveja, cada look mais lindo que o outro. O elenco é carismático e está bem em tela. Ponto positivo para o casal Queiroz e Toledo que conseguiram separar sua relação da vida real para a ficção, e embora eles tenham uma sincronia em cena, ambos conseguiram deixar um pouco de si em seus personagens.

O longa Procura-Se é produzido por Fernanda Mandriola e Nataly Mega, da Framboesa Filmes, roteiro de Guilherme Ruiz, Carolina Minardi, Alessandra Ruiz e Angélica Lopes e direção de Marcelo Antunez. O filme conta com recursos da Condecine – Artigo 39. A tão aguardada adaptação estreia no HBO Max no dia 25 de novembro.

Nota do Thunder Wave
É um longa que tem o potencial de agradar qualquer pessoa. O fato de não se prender a um romance adolescente e de ter um roteiro que reconstrua esse universo criado por Carina Rissi, há 10 anos atrás com uma roupagem totalmente moderna e atual, faz com que o longa não seja uma obra perdida como tantas outras que vemos por aí. O longa aborda temas como o machismo estrutural, o mundo corporativo e a presença feminina nesse cenário difícil, além da vida imperfeita da fase adulta. Com uma boa fotografia e um elenco de peso, a grama vale o entretenimento.

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