Crítica | Santo – 1ª temporada

uma produção espanhola que investe na cultura da Bahia.

As séries brasileiras ganharam muito mais espaço nos últimos anos graças as parcerias com os canais de streaming como Amazon Prime Video, HBO Max e a Netflix. Mas mesmo com este espaço algumas continuaram a serem feitas no eixo Rio-São Paulo. Felizmente existem algumas que fogem desse padrão, no caso o lançamento da Netflix, Santo.

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Santo, uma produção espanhola, tem em seu elenco o brasileiro Bruno Gagliasso, que faz a sua estreia na Netflix. Além dele, a série ainda possui um elenco internacional como a atriz Victoria Guerra (Portugal), Raúl Arévalo (Espanha), Greta Fernández (Espanha) e a direção ficou a cargo do brasileiro Vicente Amorim.

A história é bem simples e direta, que acontece nas cidades de Salvador, na Bahia e Madri, Espanha. Nela acompanhamos o personagem de Gagliasso no Brasil, que trabalha para a Polícia Federal e está atrás de um traficante e assassino chamado Santo. Enquanto isso, na Espanha, o outro policial interpretado por Raúl Arévalo, também está atrás do chefe do crime, que ninguém conhece ou já viu o seu rosto.

Crítica | Santo - 1ª temporada 1
Bruno Gagliasso em Santo/ Imagem: Netflix

A série começa já apresentando os rituais de uma religião fictícia que acaba por misturar elementos das culturas africanas como o Banto e Jejé. Mas a maior inspiração vem do Iorubá, o qual o Santo tem devoção pelo Orixá Icu. Vale destacar que isso tudo é uma adaptação para as telas e todos os rituais não existem no mundo real.

O que torna a série interessante são as diferenças culturais de cada país, mas que acabam se unindo para combater um inimigo em comum. Outro elemento, é trazer a tona a devoção cega, já que as pessoas que trabalham para o Santo não o veem como um criminoso e sim alguém a ser seguido, já que ele é mais do quem pai para todos.

Crítica | Santo - 1ª temporada 2
Raúl Arévalo em Santo/ Imagem: Netflix

Além disso, o próprio enredo é intrigante com um vilão totalmente misterioso. Alguns acontecimentos podem até ser previsíveis, mas o interesse em saber mais a respeito do Santo é o que faz a série ser surpreendente. Enquanto o espectador segue os desafios enfrentados tanto profissionalmente como pessoais, ao caçar o Santo, por Cardona (Gagliasso) e Millán (Arévalo), o verdadeiro foco é realmente querer saber mais a respeito do vilão, enquanto vê mais da cultura e rituais apresentados.

Isso segura uma falha do roteiro, que peca inicialmente na empatia pelos dois detetives, apresentando pouco do perfil dos personagens e colocando os dois com um estereótipo clichê de homens que se relacionam com todas as mulheres que encontram e viciados em trabalho, sem explorar seus dramas pessoais. O mistério e a cultura baiana conseguem contornar essa falha, segurando o interesse até o momento, nos episódios quase finais da temporada, em que a vida deles é amplamente explorada e a trama melhora consideravelmente.

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O mistério consegue segurar por usar de um tema pesado, onde o traficante de drogas comete seus rituais usando sacríficios de crianças, o que, como é dito na própria série, ele faz isso porque é o pior que ele pode fazer. Esses pesados sequestros e assassinatos infantis, enquanto envolve um vilão desconhecido e com um perfil extremamente perigosos, mexe com o espectador e prende do início ao fim.

Santo possui alguns problemas de início, onde entrega apenas pequenas partes dos acontecimentos em movimentos muito rápidos e acabam atrapalhando o desenrolar da série. O uso excessivos de flashbacks em épocas diferentes no começo da temporada atrapalham muito o entendimento, mas ao longo dos episódios, que totalizam em 6, a narrativa melhora se tornando mais linear e clara.

Com uma primeira temporada recheada de mistérios que envolvem o Santo, a série da Netflix termina aberta para uma próxima temporada, que irá envolver muito mais os aspectos da vida pessoal de alguns personagens. E talvez mais segredos obscuros de cada um deles.

Nota do Thunder Wave
Com uma trama misteriosa e muito da cultura baiana, Santo é uma série interessante que se destaca.

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