Crítica | Segredos Oficiais

Uma história de coragem e determinação.

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Apresentando uma trama bem construída e um roteiro bem planejado, Segredos Oficiais se destaca pela sintonia entre os personagens e a forma como todos se empenharam, da qual chega a ser apaixonante.

O drama biográfico inspirado em Katherine Gun, mostra como a força e a determinação de uma mulher que quer evitar a guerra proposta pelos Estados Unidos contra o Iraque, devido aos acontecimentos do 11 de setembro de 2001, foram aspectos importantes para que a protagonista interpretada por Keira Knightley tivesse uma atuação comovente, melancólica e que nos levasse a refletir sobre vários aspectos.

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Katherine Gun interpretada por Keira Knightley em frente ao escritório dos seus advogados. | Imagem: Diamond Films

A forma como os jornalistas lidam com a notícia que choca num primeiro momento e que envolve uma corrente liderada por Martin Bright é de fato desafiadora. Nem todos acreditaram e contestaram devido aos riscos de manchar a imagem do jornal. Sim, é um mundo difícil de lidar. Onde a ética jornalística é posta de lado e a vontade do Governo se sobrepõe ao bem mais inegociável pela imprensa: a verdade. 

Do outro lado, temos o trio de advogados que arquitetam muito bem a defesa de Katherine, que vive a angustia de uma possível acusação. E nesse universo também, temos a ética dos promotores posta em jogo, querem a todo custo fazer com que a moça seja acusada. Quando na verdade, a busca é por justiça, mas vemos que alguns têm um olhar distorcido quanto a isso.

Official Secrets
Segredos Oficiais | Imagem: Diamond Films

O mais interessante é que todos os personagens tem uma construção e uma participação muito significativa. O longa não foca apenas na protagonista e sim em todos os personagens, secundários ou não, e de certa forma as histórias se conversam e se completam como se fossem uma coisa só. A questão é simples, é sobre evitar mortes de inocentes, é evitar uma guerra ilegal, é dar o direito de liberdade de expressão e justiça. É a verdade.

É uma produção que vale a pena ser vista por se tratar de uma obra baseada em uma história real, que permeia numa época em que o medo por uma possível guerra pudesse acontecer, e o fato de alguém fazer algo sem querer nada em troca, a coragem e a determinação nos faz pensar em como o ser humano pode ser incrível e cruel. É uma linha tênue que separa a besta do herói. 

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