Crítica | Shazam: A Fúria dos Deuses

Shazam: A Fúria dos Deuses é um filme simples e divertido, sobre um garoto com poderes divinos, mas que ainda está aprendendo a enfrentar os dilemas de crescer.

Shazam (2019) foi um capítulo controverso na história da DC nos cinemas. Apesar ser considerado um sucesso comercial, o longa estrelado por Zachary Levy e dirigido por David F. Sandberg recebeu também profundas críticas de uma parcela do público, que não aprovou o teor cômico apresentado (que o afastava da ideia de um DCEU “sombrio” e idealizado por Zack Snyder, em contraponto ao MCU da Marvel).

O universo DC nos cinemas está em fase de transição, e isso trouxe muitas dúvidas sobre se valeria a pena assistir Shazam: A Fúria dos Deuses nos cinemas. Afinal, se tudo o que foi feito anteriormente será descontinuado, qual a razão para assistir aos filmes restantes? Mas a continuação do longa de 2019 tem méritos próprios para quem der uma chance a ele.

Em Shazam: A Fúria dos Deuses, a Billy Batson e sua família tentam equilibrar as suas responsabilidades enquanto super-heróis com aquelas trazidas pela vida mundana, como a aproximação da vida adulta e o desenvolvimento de interesses diferentes, o que faz com que cada um queira seguir o seu próprio caminho. Billy se esforça para manter sua família unida, mas não é algo fácil, uma vez que o próprio se sente como não sendo merecedor dos seus poderes. É quando surgem as Filhas de Atlas, um trio de deusas antigas em busca da Semente da Vida, um artefato que pode trazer enorme perigo ao mundo.

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E assim se inicia a nova aventura do menino em corpo de super-herói. A trama é simples e apropriada, mesclando os elementos da mitologia grega (tão característicos do personagem) com as interações familiares e os típicos dilemas adolescentes. O teor humorístico do longa está melhor dosado do que no primeiro filme, mas ainda é bastante forte (e não podemos esquecer de que o protagonista é um adolescente que ganha poderes divinos). O filme brinca bastante consigo mesmo, inclusive com as críticas que sofreu, como a ausência da Sabedoria de Salomão na caracterização do personagem. Ou seja, o roteiro é eficiente. Não é um filme que busca mudar o mundo ou se marcar na história do cinema, mas sim um que reconhece o que é e usa isso para trazer entretenimento e diversão.

A produção é bastante competente no que se propõe. Um dos aspectos mais criticados do primeiro filme envolvia a caracterização de Zachary Levy como Shazam, melhorado na sequência, e o mesmo pode-se dizer de todos os membros da família Shazam. O CGI também mostra evolução, gerando algumas sequências de ação dignas dos grandes filmes da DC, com deusas e seres mitológicos ganhando espaço e combatendo super-heróis. O filme não deixa nada a dever às grandes produções do gênero nesse aspecto.

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O elenco parece estar mais à vontade nos seus papéis. Zachary Levy, obviamente, traz novamente o seu personagem heróico, mas pleno de humor e sentimento. As demais crianças da família Shazam entregam boas atuações e a maioria deles tem seus momentos para brilhar. Mas destes, há um óbvio destaque para Asher Angel (Billy Batson), Jack Dylan Grazer (Freddy Freeman), e Grace Fulton (Mary Bromfield), que são as molas motrizes do filme. É inegável, contudo, que todos eles estão crescendo e já não passam facilmente por adolescentes, sendo que a própria Grace Fulton interpreta as duas contrapartes de Mary Marvel, sem haver troca de atrizes.

Cooper Andrews e Marta Milans interpretam Victor e Rosa, pais adotivos dos membros da família Shazam, e entregam bons papéis de apoio, tanto no quesito alívio cômico quanto em momentos familiares. Além disso, as três Filhas de Atlas não decepcionam (algo que seria difícil, quando se tem Rachel Zegler como Anthea, Lucy Liu como Kalipso e Helen Mirren como Hespera) e entregam o melhor que o roteiro permite.

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O maior mérito de Shazam: A Fúria dos Deuses, portanto, é não tentar ser o que não é. Ele não é O Homem de Aço (de 2013). Ele é um filme simples e divertido, sobre um garoto com poderes divinos, mas que ainda está aprendendo a enfrentar os dilemas de crescer.

Quer o personagem tenha ou não continuação no novo DCEU, ele entregou algo que pode ter desagradado uma parcela dos fãs, mas que é fiel à essência do personagem. Não bastasse isso, é um filme divertido, que entrega entretenimento na medida certa.

Nota do Thunder Wave
Shazam: A Fúria dos Deuses é um filme simples e divertido, sobre um garoto com poderes divinos, mas que ainda está aprendendo a enfrentar os dilemas de crescer.
Escrito PorWallace William

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