Em uma jornada para ganhar sua confiança de volta, Katarina Baker (Kaya Scodelario) é uma patinadora lutando para se manter sã e focada, apesar de todos, e são muitos, obstáculos que querem tira-la do ringue.
Depois de um acidente, em plena fase final de uma competição que poderia ter rendido o primeiro lugar no pódio, Kat tenta seguir em frente aceitando que não poderá voltar de forma regular ao circuito de competições. Sua última esperança é passar na prova para se tornar treinadora e assim manter os patins nos ringues. Mas até quando isso lhe é negado, viver como garçonete do bar do hotel mais caro da região parece um bom plano, até que seu constante conflito com sua mãe, também ex-patinadora frustrada, a leva ao limite. Mas a esperança é a última que morre, né?
Mesmo sendo um ex-patinadora com um futuro que já foi promissor, Kat continua atraindo olhares. E o dono do hotel em que trabalha está de olho nela para se tornar a nova parceira de seu filho, o, também patinador, Justin Davis. E é aqui que as coisas poderiam começar a melhorar. Mas não melhoram.
Com um início lento e que pouco prende o espectador, Spin Out é uma tentativa de mostrar como uma saúde mental intacta é importante para se manter focado e motivado em seus objetivos. Apesar de ser mais cuidadosa ao comentar o assunto do que a polêmica produção também da Netflix, 13 Reasons Why foi, a série acaba sendo um clichê quase adolescente que mistura diversos triângulos amorosos com álcool, remédios e excessivas cenas de sexo que não adicionam nada a história.

Como se já não bastasse a pressão de voltar aos ringues de patinação, ter que aprender a patinar em duplas e os conflitos que a vida impõe sobre Kat Baker, seu parceiro alimenta uma espécie de paixonite aguda misturada com ego ferido que sempre os colocam em uma linha tênue nos treinos ou durante o dia-a-dia destoante.
As sub-tramas, mais numerosas do que é possível sustentar, leva a série a se perder na construção da personagem de Kaya, para mostrar os conflitos familiares, mal trabalhados, entre Justin, seu pai e sua madrasta, o amor platônico que Marcus, gerente do bar do hotel, sente por Kat, e para contar as histórias rasas da treinadora russa da dupla de patinadores e de Serena, a irmã, literalmente, esquecida da protagonista.

January Jones, interpretando Carol Baker, a mãe bipolar e narcisista das irmãs patinadoras, ficou com um papel chato que bate na mesma tecla durante boa parte da série sem ter um desenvolvimento muito bom. Marcus, interpretado por Mitchell Edwards, ficou marcado como o amigo que sempre ajuda e nunca é ajudado. Até mesmo a melhor amiga de Katarina, Jenn, interpretada por Amanda Chou, que teve um desenvolvimento razoável na primeira metade da trama, ganhou mais camadas do que outros personagens mais recorrentes.
A fotografia, sempre trabalhada com tons que acompanham o humor das personagens, mesmo que de forma sutil, é uma boa aliada na hora de contar a história. A trilha sonora que poderia ter incrementado as constantes mudanças de humor das personagens, indo de euforia a histeria, foi mal trabalhada, chegando a ficar bem básica.