The Good Place estreou como uma comédia engraçada e promissora, porém simples. Trazendo Kristen Bell no papel de Eleanor –uma pessoa que foi mandada para o paraíso por engano e agora está trazendo graves consequências para o local-, a trama por um bom tempo girou em torno dessa descoberta e, por mais divertidos que fossem os episódios, ficaram bem simples.

Nas nossas primeiras impressões de The Good Place comentamos o roteiro simples de Michael Schur, que mesmo muito interessante mostrava ser um possível problema para o futuro da série, e corria um enorme risco de se tornar repetitiva. Entretanto, esse risco não existiu. A temporada muda drasticamente os acontecimentos, sem sair do ritmo originalmente apresentado, e a trama dá uma reviravolta inteligente que não só evita a repetição, como abre caminho para uma 2ª temporada muito interessante.
Assim como o roteiro, o elenco também amadurece. Com os personagens secundários ganhando mais destaque, a química entre os atores aumenta gradativamente no decorrer dos episódios, deixando os acontecimentos ainda mais coerentes. Chidi (William Jackson Harper) ganha uma importância maior conforme a temporada vai chegando perto de seu desfecho, assim como Tahani (Jameela Jamil), que passa de uma perfeccionista irritante para uma pessoa que o público aprende a conhecer e amar. Janet (D’Arcy Carden), que carregava boa parte da carga cômica com seu jeito robô, ganha uma evolução interessante e se torna mais relevante na trama. Por fim, os acontecimentos exigem uma mudança em Michael, das quais Ted Danson entrega sem demonstrar dificuldades.

The Good Place só melhora ao decorrer da temporada. Inicialmente uma boa comédia, mas um pouco contida, os episódios só amadurecem até chegar ao desfecho, onde tudo é perfeitamente explicado e todas as peças encaixadas. Schur fez um ótimo trabalho ao transformar uma trama quase cotidiana em uma interessante intriga, que consegue prender a atenção do espectador do início ao fim e ainda deixa uma enorme expectativa para a segunda temporada.