Crítica | Um Lugar Bem Longe Daqui: Um Best-Seller Dignamente Representado nas Telas

Um Lugar Bem Longe Daqui estreia nos cinemas brasileiros em 1° de setembro, e é um prato cheio para os apreciadores de histórias de romance e mistério.

O romance Um Lugar Bem Longe Daqui, escrito por Delia Owens, é um grande best-seller contemporâneo, tendo vendido mais de dois milhões de cópias em todo o mundo. Tamanho sucesso, obviamente, chamaria a atenção das produtoras de cinema em algum momento, e uma adaptação do livro era apenas questão de tempo. E foi Reese Whitherspoon (sim, a atriz de Legalmente Loira) a responder tal chamado, convocando Olivia Newman (de Minha Primeira Luta) para dirigir a versão cinematográfica desta obra que já havia conquistado tantos leitores a redor do planeta, e que obviamente esperaram avidamente por ela.

Um Lugar Bem Longe Daqui nos apresenta Kya, uma jovem que vive isolada em um brejo nas proximidades da cidadezinha de Barkley Cove, na Carolina do Norte. Abandonada por todos os membros da sua família desde a infância, a garota sobrevive como catadora de mexilhões, contando com a ajuda de poucas pessoas, como o casal de comerciantes Mabel e Pulinho, e o garoto Tate. Os demais moradores, contudo, a ridicularizam, chamando-a de A Garota do Pântano, e debochando de sua presença, o que impede que a menina vá à escola, aprenda a ler, ou tenha amizades.

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Assim, Kya cresce solitária, tendo principalmente a natureza do pântano como companhia, e desenvolvendo uma íntima relação com ela. Ela chega se relacionar com Tate, que se torna não apenas seu primeiro amor, mas seu grande incentivador, ensinando-a a ler e escrever. Contudo, ele também a abandona para continuar seus estudos em outra cidade. Posteriormente, ela se envolve com Chase, um jovem bonito, popular e intenso, mas também possessivo e agressivo. Quando ele é encontrado morto nos arredores do pântano, Kya acaba se tornando a principal suspeita. Através dos esforços do seu advogado, Tom Milton, de inocentá-la, Kya relembra a trajetória de sua vida tão acidentada.

O longa acerta em cheio no que se propõe. A direção consegue alternar habilmente entre o passado, que nos mostra a infância e adolescência sofridas de Kya; e o “presente” (na verdade, algo em torno dos anos 70), onde o advogado busca os fatos para tentar provar sua inocência. Nessa busca de elementos do passado para salvar a jovem no presente, o espectador acaba capturado pela comovente história de Kya. Além disso, a delicadeza com a qual a relação da garota e a natureza é tratada é exemplar, pois é através dela que Kya começa a desabrochar seus dons artísticos e interesses intelectuais. A fotografia do filme, mostrando os diversos aspectos do pântano, do sombrio e assustador à beleza extasiante.

O elenco do filme também faz um ótimo trabalho, mas o grande destaque, obviamente, vai para a protagonista, interpretada por Daisy Edgar-Jones, que dá uma aula de interpretação, cheia de emoção e nuances (e que lhe valeram um prêmio honorário para talentos emergentes no festival de Locarno, na Suíça). Outros destaques vão para os personagens que demonstram compaixão e ternura por Kya, como o advogado Tom Milton (David Strathairn), Tate (Taylor John Smith) e o casal de comerciantes Mabel (Michael Hyatt) e Pulinho (Sterling Macer Jr.). Além destes, Harris Dickinson também consegue entregar um Chase que alterna bem entre os papeis de sedutor e agressivo.

A direção acerta também em manter o tom e o grau certo de fidelidade à trama criada por Delia Owens (o livro foi lançado no Brasil pela Intrínseca). Além disso, a sutileza com a qual o roteiro foi tratado é digno de elogios, sendo que não há respostas óbvias na trama, apenas sugestões deixadas no ar. É relevante ainda a forma como o preconceito, o abandono parental e a violência contra a mulher são tratados no longa.

Com tudo isso, não é surpresa que o filme tenha conseguido ser um sucesso de bilheteria nos EUA, mesmo com uma estreia sem alarde. O grande público do livro certamente ajudou nisso, mas o filme é mais do que capaz de se sustentar por seus próprios méritos (e provavelmente irá alavancar ainda mais o sucesso da versão literária). Não bastasse tudo o que foi dito, o longa ainda conta com uma canção inédita de Taylor Swift, Carolina, em sua trilha sonora, que se encaixa perfeitamente com o tema do filme.

Um Lugar Bem Longe Daqui estreia nos cinemas brasileiros em 1° de setembro, e é um prato cheio para os apreciadores de histórias de romance e mistério.

Nota do Thunder Wave
Um Lugar Bem Longe Daqui estreia nos cinemas brasileiros em 1° de setembro, e é um prato cheio para os apreciadores de histórias de romance e mistério.
Escrito PorWallace William

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