Crítica | Veneza, de Miguel Falabella, é uma viagem à sua jornada

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Um filme que fala sobre você. Este é Veneza, uma adaptação do teatro trazida para as telas por Miguel Falabella e mais do que um grande elenco. A trama, ou tramas, gira em torno de Gringa (Carmen Maura), que quer reencontrar o seu grande amor que ela deixou no passado, na cidade italiana de Veneza.

Com uma maestria fora do comum, contanto com problemas na produção – que passou por crises de ter um circo totalmente destruído para ter um novo construído e uma viagem para filmar em Veneza, enquanto a cidade dormia- este filme é uma epopeia e uma homenagem a quem somos.

A obra possui várias subtramas, que acabam por se tornar verdadeiras tramas com histórias de cada uma das prostitutas que vivem na casa de Gringa, cada uma buscando por sua jornada, ou melhor, por seus sonhos. Sonhos estes que cada um acha impossível de alcançar e motivo de chacota, mas ao se depararem com seus verdadeiros conflitos internos, acabam vendo o quanto somos levados pelos sonhos de outras pessoas.

Podemos ter os nossos, mas em muitos momentos, até mesmo uma vida, acabamos por viajar na jornada de outros. A busca se torna a vida de quem gosta e no final, fica a pergunta: onde está a minha história? Onde ela foi parar e agora quem eu sou?

São várias as perguntas que Veneza nos trás, e nenhuma resposta, pois a verdade de onde ficou o seus sonhos e o que é a VERDADE, são detalhes que apenas o espectador poderá responder.

Além de uma trama simples sobre o desejo de Gringa de ir até Veneza, o filme brinca com a geografia, ao nos mostrar o quanto somos ignorantes e ingênuos ao achar que as coisas podem ser tão fáceis de se conseguir, mas ao mesmo tempo que com um pouco de vontade – e imaginação -, pode-se conseguir chegar até Veneza!

Mas o longa não é apenas Veneza. É também a realidade fria da ignorância e do preconceito contra a mulher e homens que buscam sua realização. É sobre pessoas que se encontram felizes em uma realidade que é a deles, uma verdade que é arrancada em forma de tragédia.

Tragédia essa tão comum pelas ruas de qualquer cidade brasileira onde a homofobia é uma das maiores do mundo. Como bem dito durante entrevista com o elenco, “é só fazer uma busca rápida no Google para constatar.”

Veneza é um filme para ser assistido de uma forma diferente. Não se deve analisar com partes, seguindo regras cinematográficas ou procurar por defeitos. Veneza é simples, como a vida e assim deve-se ser vivenciado e no fim, apenas sentar em sua gondola e pensar: por que não Veneza?

Resumo
Nota do Thunder Wave
critica-veneza-de-miguel-falabellaVeneza é um filme que vai além de uma tela de cinema. O longa de Falabella fala sobre a vida, o preconceito, homofobia e do que os sonhos realmente são feitos.

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