Depois da onda dos filmes “masculinos” da Marvel e cheio de lutas, explosões piadinhas, chegou a hora de adaptar uma personagem que sempre esteve presendo ao lado dos Vingadores e sem ninguém perceber, é mais do que uma heroína para completar o elenco.

Viúva Negra chega nas telas do cinema e para Premiere Access no Disney+ mantendo o padrão Disney Marvel, mas agora com uma linguagem mais voltada para a espionagem e mantendo a inteligência de Natasha (Scarlett Johansson).

O filme é entre os filmes da Marvel, mas antes dos acontecimentos de Ultimato, já que ela morreu durante o último filme do MCU. Sua morte não é tão lembrada, como a de Tony Stark, e é uma pena, já que foi graças ao seu sacrifício que o Homem de Ferro pode fazer sua última cena.

A morte de Natasha deveria ter tido um impacto maior entre os espectadores, pois a única pessoa presente naquele momento foi o Gavião Arqueiro, enquanto Tony estava rodeado de tantas pessoas. Ela morreu longe de casa, sem que ninguém pudesse chorar por ela. É uma pena que os roteiros não conseguiram explorar isso.

Crítica | Viúva Negra, um filme inteligente e que mantém a aventura 1
O elenco de Viúva Negra é uma parte mais do que integrante e fundamental para o desenvolvimento da história e não apenas meros coadjuvantes como acontece nas aventuras da Marvel.

Voltando ao longa da espião russa, Viúva Negra não precisa de muito para dar vida a toda a estrutura de espionagem e ele em várias partes nem lembra uma adaptação da Marvel. Com um estilo que os fãs de espionagem/aventura estão acostumados, o início é o bom e velho estilo James Bond de perseguição, faltando apenas a música tema para indicar que o filme nem mesmo começou.

As cenas de luta deixam Jason Bourne no chinelo, com uma coreografia excelente em brigas em locais fechados utilizando o que elas conseguirem pegar. É tudo mais frenético e sem câmeras nervosas que mais atrapalham. Além disso as perseguições de carro pelas ruas de Budapeste, estão acima da média se comparadas com os de Missão Impossível.

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As cenas de perseguição são bem feitas e cheias de adrenalina.

Deu para perceber que de um modo positivo, Viúva Negra mergulha no universo da espionagem com suas cenas de ação mas também homenageia alguns livros do gênero como A Espiã Vermelha que ganhou uma versão para os cinemas com Judi Dentch. Por sinal, o romance é baseado em uma história real.

Com todas estes aspectos, o roteiro não se perde e ainda consegue manter a base da personagem dos quadrinhos e que também ficou famosa nos cinemas. Viúva Negra mergulha no passado de Natasha, quando ela era uma adolescente nos EUA morando com seus pais espiões. Novamente para quem assistiu The Americans, irá perceber a semelhança. Não pelo filme parecer copiar, mas por Natasha ser muito mais baseada em um mundo real, com pessoas que viveram na Guerra Fria, do que o Capitão América, Thor, Hulk e o próprio Homem de Ferrro, que são mais quadrinescos e que só cabem como personagens deste tipo de aventura.

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O longa faz uma “homenagem” a posição de luta de Natasha de uma maneira bem humorada e de uma maneira crítica.

O longa continua anos depois com a Natasha tendo que lidar com um fantasma de seu passado ao lado de sua “irmã”, onde ela é menos fria do que era nos inícios das aventuras dos Vingadores. Ela já é uma personagem com foco sem precisar se perder em ter que explicar como elas se tornou a Viúva Negra. Isto é muito produtivo e ao manter a inteligência da personagem, sem precisar entrar em conflitos sobre sua profissão de espiã e Vingadora, o filme apenas cresce e entrega aos fãs um dos melhores filmes da Marvel.

Esta que deveria ser a tendência: explorar o potencial verdadeiro de personagens Marvel que são inteligentes, sem precisar apelar para corpos cheios de músculos, conflitos que mais parecem briga de crianças em querer saber quem é o mais forte ou tem razão.

Viúva Negra prova que os outros heróis – e até vilões -, foram até o momento mal explorados. Tony Stark, um dos maiores gênios teria muito a trazer com discussões do potencial da tecnologia, de como algo tão simples como um software de ajuda psicológica pode e será usada por militares etc. Isto até foi mostrado no primeiro filme, mas se perde em meio a tantas explosões.

O mesmo para Bucky que nem mesmo teve tempo de apresentar quem ele é e ter uma verdadeira aventura com Natasha.

Estes são os motivos que mostram o quanto as personagens femininas da Marvel devem ser melhores exploradas e mostrar aventuras mais dignas que os fãs de quadrinhos merecem. E também aqueles que não conhecem ou nunca leram nada. Pode não ser o melhor filme de todos os tempos, mas é sem dúvida alguma merecedor de estar ao lados dos melhores da espionagem/aventura.

Motivos para se assistir

  • Pela crítica a milhões de crianças que são sequestradas diariamente e ninguém sabe quem são;
  • Crítica a maneira como as mulheres são tratadas como meras peças e totalmente descartáveis;
  • A Marvel finalmente consegue mostrar que a inteligência é a melhor forma que existe, em vez de super poderes ou a necessidade de “brinquedos”.

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