Dia Internacional da Mulher | 08 Grandes profissionais do cinema

Assim como na maioria em todas as esferas sociais, a indústria cinematográfica também é um reflexo da desigualdade de gênero no mercado de trabalho como um todo

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O Dia Internacional da Mulher, 08 de março, é um ótimo motivo para refletir sobre o papel e a importância das mulheres na sociedade em que estamos inseridos. O ano de 2020 foi marcado por matérias, notícias de feminicídio no Brasil e no mundo. Em plena pandemia que já se arrasta aos dias de hoje, a doença que mais mata não é apenas o coronavírus. O homem também é causador de muita destruição, de dor, de feridas que não cicatrizam.

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Não basta dar flores no dia da Mulher, enche-la de mimos no aniversário de casamento, enquanto a maltrata nos outros dias. É doloroso ligar o rádio e a TV e se dar conta que a mulher é alvo de assédio, assassinato e a maioria das vezes o ‘camarada’ não aceita um “NÃO”. A mulher é uma figura pública, mas seu corpo não é.

Por isso, e tantos outros motivos, fizemos uma seleção nos mais diversos estilos e com as histórias mais inspiradoras, para mostrar a importância de cada uma na busca de mais equidade entre homens e mulheres. Confira.

Jodie Foster

Jodie começou a sua vida artística com anúncios de televisão para a Coppertone aos três anos de idade e, durante a infância, fez diversos papéis em séries de televisão e filmes infantis da Disney. O grande momento da carreira, entretanto, viria em 1991, ao conquistar o segundo Oscar como a agente do FBI Clarice Starling no sucesso The Silence of the Lambs, no qual contracenou com Anthony Hopkins, que também ganharia o Oscar de melhor ator (o filme também levou o prêmio de melhor filme e melhor diretor). Nos últimos anos, Jodie Foster tem cada vez mais intercalado o trabalho de atriz com o de produtora – que ela estreou em Nell, de 1994 – e lhe permitiu fundar sua própria companhia de produção cinematográfica em Los Angeles, a Egg Pictures.

Patty Jenkins

Patricia Lea “Patty” Jenkins é uma diretora de cinema americana e roteirista. Ela é conhecida por dirigir os filmes Monster (2003) e Mulher-Maravilha (2017). O filme mais famoso que Patty tinha dirigido até então é Monster, um docuficção sobre a assassina em série Aileen Wuornos, que rendeu o Oscar de Melhor Atriz para Charlize Theron.

Em 14 de julho de 2011, Jenkins recebeu uma indicação ao Emmy de Melhor Diretor de Série Dramática para o piloto de The Killing. Ela recebeu duas nomeações para os Prémios DGA Awards 2012 para diretorial proeminente Achievement, uma para “Realização diretorial proeminente em Série Dramática” e “Realização diretorial proeminente em filmes para televisão / Mini-série” por The Killing. Em 28 de janeiro de 2012, ela ganhou o prêmio DGA para diretorial proeminente Achievement para uma Série Dramática pelo piloto de The Killing.

Em abril de 2015, foi revelado que Jenkins iria dirigir o filme da Wonder Woman, o quarto filme do Universo estendido da DC agendado para 2017. Jenkins foi contratada depois que a diretora original, Michelle MacLaren, deixou o projeto devido a diferenças criativas. Jenkins foi cogitada anteriormente para dirigir Thor: The Dark World, mas deixou o projeto devido a diferenças criativas.

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Adelia Sampaio

Filha de empregada doméstica, Adélia teve um início de vida difícil e chegou a ficar afastada de sua mãe durante a infância, e foi criada em um asilo, porque o salário que sua mãe recebia não era suficiente para sustentá-la. Aos 13 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com a família para morar com sua irmã, que trabalhava em uma empresa que distribuía filmes russos. Lá, pela primeira vez, ela entra em uma sala de cinema e assiste Ivan, o Terrível de Serguei Eisenstein. Adélia foi pioneira na cinematografia negra brasileira, vivendo em um ambiente patriarcal, branco e elitista. Estreou como diretora em 1979, com o curta-metragem Denúncia Vazia.

Em 1984 lançou seu primeiro longa-metragem, Amor Maldito, do qual também foi roteirista (com José Louzeiro) e produtora. O filme estreou pouco tempo depois em algumas salas de cinema de São Paulo, com alerta de censura para menores de 18 anos. Apesar de não ter divulgação, o longa foi um sucesso, passou a ser exibido no Rio de Janeiro, ganhou público e viajou para Festivais Internacionais. Em 2018 Amor Maldito foi exibido no FIM CINE (Festival internacional de Mulheres no Cinema e na Mostra Diretoras Negras no Cinema Brasileiro.

Kathryn Bigelow

Kathryn Ann Bigelow é uma cineasta norte-americana que se tornou a primeira mulher a ganhar um Óscar de melhor direção por The Hurt Locker (Estado de Guerra). O prêmio também era disputado por Avatar de James Cameron, ex-marido de Kathryn. Em entrevista ao jornalista Jason Solomons do jornal britânico The Guardian, em que falava sobre seus principais filmes (Point BreakStrange DaysK-19: The Widowmaker e The Hurt Locker), Bigelow falou sobre os dois temas-chave de sua carreira: os homens e os militares, dizendo-se “atraída por personagens provocantes.”.

Em abril de 2010, Bigelow foi nomeada uma das pessoas mais influentes do ano pela Time 100.

Anna Muylaert

Anna Muylaert é uma cineasta, diretora de televisão e roteirista brasileira. Estudou cinema na Escola de Comunicação e Artes da USP. Como roteirista participou das equipes de criação dos programas Mundo da Lua (1991) e Castelo Rá-tim-bum (1995) da TV Cultura, Disney Club (1997), do SBT, e Um menino muito maluquinho (2006), da TVE Brasil, além de ter escrito o episódio do Open a Door :”O menino, a favela e as tampas de panela”, dirigido por Cao Hamburger.

Como diretora, dirigiu vários curtas, entre eles “Rock Paulista”, A Origem dos Bebês segundo Kiki Cavalcanti (1996) e os longa-metragem Durval Discos (2002), prêmio de melhor filme e melhor diretor no 30º Festival de Cinema de Gramado e, este em 2009, É Proibido Fumar com Glória Pires e Paulo Miklos.

Em 2015, dirigiu Que Horas Ela Volta?, longa premiado no Festival de Sundance, nos Estados Unidos e no Festival de Berlim, na Alemanha. Em 2016, dirigiu Mãe Só Há Uma exibido em fevereiro de 2016 no Festival de Berlim e venceu o prêmio de melhor filme pelo júri de leitores da revista alemã “Männer”.

Agnès Varda

Agnès Varda, nascida Arlette Varda, foi uma cineasta e fotógrafa belga, radicada na França. Foi também professora na European Graduate School. Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em março de 2016. Seus filmes focavam no realismo documental, ou formas não-ficcionais de mídia, focando no feminismo e/ou em produzir críticas sociais em um estilo experimental. Varda trabalhou com muitas locações numa época em que as limitações tecnológicas forçavam ou tornaram mais comuns as filmagens em estúdio ou sets de filmagens. Ela também contratava atores amadores, algo bem incomum para o cinema dos anos 1950. Agnès Varda morreu em 28 de março de 2019, aos 90 anos, devido a um câncer. Na época de sua morte, Varda foi a pessoa mais velha a ser indicada para um Oscar Honorário da Academia e a primeira diretora a receber o prêmio.

Sofia Coppola

Sofia Carmina Coppola é uma cineasta, roteirista, produtora e atriz ítalo-norte-americana. Em 2003, recebeu o Oscar de Melhor Roteiro Original pelo filme Lost in Translation, e se tornou a terceira mulher a ser indicada para um Oscar de Melhor Diretor. Em 2010, com o drama Somewhere, ela se tornou a quarta cineasta dos Estados Unidos (dentre eles a primeira mulher) a ganhar o Leão de Ouro, o maior prêmio no Festival de Cinema de Veneza. É filha do também cineasta, produtor e roteirista Francis Ford Coppola. Em 2017, Coppola dirigiu The Beguiled, estrelando Nicole Kidman, Elle Fanning e Kirsten Dunst, baseado no romance homônimo de Thomas P. Cullinan. O filme estreou no 70° Festival de Cannes, onde Coppola se tornou a segunda mulher a receber o prêmio de melhor direção na história do festival. 

Jennifer Kent

Jennifer Kent (nascida em 1969) é uma atriz, escritora e diretora australiana, mais conhecida por sua estreia na direção, o filme de terror The Babadook (2014). Seu segundo filme, The Nightingale (2018), estreou no 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza e foi lançado nos Estados Unidos em 2 de agosto de 2019.

Em 2005, Kent dirigiu seu curta Monster , que foi exibido em mais de 50 festivais ao redor do mundo. Em 2014, ela adaptou seu curta para um longa-metragem The Babadook, estrelado por Essie Davis, que Kent conheceu na escola de teatro. O filme conta a história de uma mãe solteira interpretada por Davis que deve enfrentar uma presença sinistra em sua casa enquanto lida com a morte de seu marido. O Babadook estreou no Festival de Cinema de Sundance de 2014 na prestigiosa seção Midnight. O filme foi rapidamente escolhido para distribuição nos Estados Unidos pela IFC Films. Kent fez cinco rascunhos do roteiro do longa-metragem, recebeu a maior parte de seu financiamento do governo australiano e conduziu uma campanha no Kickstarter para ajudar a levantar US $ 30.000 para pagar a construção do cenário. O Babadook recebeu ampla aclamação da crítica, com o diretor de O Exorcista , William Friedkin, tuitando que nunca tinha visto um filme mais assustador, e dobrou seu orçamento com $ 4,9 milhões em bilheteria mundial.  O roteiro de Babadook ganhou o Prêmio Betty Roland de Roteiro no Prêmio Literário do Premier New South Wales de 2015

Kent deu voz à imprensa sobre a falta de diretoras no cinema de terror. 

“Isso mudará, conforme o mundo muda. As mulheres adoram assistir filmes de terror. Foi comprovado, e eles fizeram todos os testes. A demografia é metade homens, metade mulheres. E nós conhecemos o medo. Não é como não podemos explorar o assunto. ” – Wikipedia

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