31 de outubro de 2002. Caso você escute a história de uma filha que junto de seu namorado e o irmão dele mataram os pais dela, justamente no dia 31, poderia achar que é mais uma história do Halloween dos EUA. Mas não é.
O Caso Richthofen refere-se ao homicídio, a consequente investigação e o julgamento das mortes de Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen, casal assassinado pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da filha, Suzane von Richthofen.
Este é um caso que fará 19 anos agora em outubro de 2021 e ainda comove a Nação. Mesmo depois de tanto tempo as pessoas ainda discutem se os irmãos Cravinhos realmente foram usados ou não por Suzane ou se foi mais um caso de abuso de Daniel que levou ao assassinato dos pais de Suzane.
Só que nada justifica a crueldade do ocorrido. Antes da pandemia estava para estreiar nos cinemas os filmes A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou os Meus Pais, dirigido por Mauricio Eça e com roteiro da criminóloga Ilana Casoy, do escritor Raphael Montes.
A adaptação cinematográfica
A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais chegou no Amazon Prime no dia 24 de setembro, em mais de 240 países e territórios. Cada longa tem aproximadamente 80 minutos de duração e conta um ponto de vista diferente da história do casal de namorados Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos. Os roteiros têm como base informações contidas nos autos do processo que terminou com a condenação dos dois pela morte dos pais de Suzane.
Lançados simultaneamente, os dois filmes mostram os pontos de vista de cada um: A Menina Que Matou os Pais é inspirado no depoimento de Daniel, e O Menino Que Matou Meus Pais baseia-se no de Suzane.
Ao longo dos filmes são apresentados o caso e possíveis motivos do casal para cometer essa atrocidade. Um drama de crime real sobre um dos casos de assassinato mais brutais do país.
A história
Suzane e Daniel conheceram-se em agosto de 1999 e começaram um relacionamento pouco tempo depois. Ambos tornaram-se muito próximos, mas o namoro não tinha o apoio das famílias, principalmente dos Richthofen, que proibiram o relacionamento. Suzane, Daniel e Cristian então criaram um plano para simular um latrocínio e assassinar o casal Richthofen, assim os três poderiam dividir a herança de Suzane.
No dia 31 de outubro de 2002, Suzane abriu a porta da mansão da família no Brooklin, em São Paulo, para que os irmãos Cravinhos pudessem acessar a residência. Depois disso eles foram para o segundo andar do imóvel e mataram Manfred e Marísia com marretadas na cabeça.
Ainda em 2002, Suzane e Daniel chocaram o Brasil quando se declararam culpados pelo brutal assassinato de Manfred e Marisia von Richthofen.
Repercussão
Este foi um dos casos mais emblemáticos do país, mesmo que já tenha tido outros de repercussão como o Caso de João Acácio Pereira da Costa, conhecido como Bandido da Luz Vermelha, O Maníaco do Parque, entre outros. Mas este é de uma época diferente, pois já existia a internet como um ponto fixo e que era utilizado por milhares de pessoas ao redor do mundo para levantarem suas vozes.
Dessa maneira, devido ao interesse da população, a rede de TV Justiça cogitou transmitir o julgamenteo ao vivo. As emissoras de TV, rádios e imprensa em geral foram autorizadas a captar e divulgar sons e imagens dos momentos iniciais e finais, mas no final, acabaram sendo proibidas.
Além disso, mais de 5 mil pessoas se inscreveram para ocupar uma das 80 cadeiras disponíveis na plateia, o que derrubou muitas vezes o site do Tribunal de Justiça.
Quanto tempo pegaram de prisão?
Suzane e Daniel Cravinhos foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão. Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos e 6 meses de reclusão.
O que aconteceu com eles?
Andreas
De acordo com publicação recente do site Isto É (30/09), Andreas, único herdeiro da família, irmão de Suzane, “se concentrou numa carreira acadêmica promissora: pulou da graduação em Farmácia diretamente para o doutorado em Química na Universidade de São Paulo (USP). Aos 29 anos, em 2017, foi internado no Hospital do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, após ser abordado pulando um muro de um imóvel na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. Esse foi um dos últimos registros encontrados sobre Andreas. Aparentemente em surto psicótico, ele foi levado ao hospital, onde acabou sendo internado e, posteriormente, liberado.”
Suzane
Suzane atualmente está presa, mas pode sair com tornozeleira para frequentar as aulas de Biomedicina em uma Universidade da cidade de Taubaté, conforme informado pelo site G1.
Após conseguir o direito ao regime semiaberto, Suzane ingressou na faculdade depois de obter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A faculdade Anhanguera foi procurada pelo G1 na época da autorização da Justiça e informou que “trata diretamente com seus alunos, caso necessário, eventuais ações a respeito de sua frequência e desempenho escolar, pois trata-se de assunto de cunho particular. A instituição ressalta que a matrícula da aluna foi autorizada pela Justiça e esclarece que oferece a todos tratamento igual, conforme determina a legislação brasileira”.
Durante um período de 6 meses, Suzane também namorou Rogério Olberg, que terminou o relacionamento recentemente conforme publicação da Revista Época (29.09). Segundo a Revista, ele “colocou um ponto final na relação recentemente após ter descoberto que ela mantinha escondido uma conta bancária com o valor de R$ 120 mil.”
Daniel Cravinhos
Daniel, um dos responsáveis pelo assassinato dos pais de Suzane, cumpre pena em regime aberto desde 2018. Ele casou-se em 2018 com a biomédica Alyne Bento, irmã de um colega de cela.
De acordo com publicação da Revista Veja “os pais de Alyne, Valentino Bento, mecânico conhecido como Alemão, e a agente penitenciária Sumaia Bento, planejaram fazer uma festa para comemorar a chegada do genro, mas desistiram da ideia porque Alyne já perdeu dois empregos em laboratórios de análises clínicas da capital depois que seus patrões descobriram que ela era casada com um assassino.”
Em 2018, Daniel Cravinhos cumpre em regime aberto, depois de cumprir 16 anos de cadeia sem incorrer em falta grave e com registro de bom comportamento.
Cristian Cravinhos
Cristian foi condenado novamente em 2018 a quatro anos e oito meses de reclusão e ao pagamento de 23 dias-multa por corrupção após ser pego tentando subornar policiais militares quando se envolveu em uma briga de bar. Ele tem um filho que está tentando anular a parternidade na justiça de Cristian de seus documentos devido a constrangimentos. “Tenho vergonha”, disse ele a justiça. O filho de Cristian passa por diversos problemas quando precisa mostrar seus documentos.
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