Especial | A tecnologia de Star Trek e Star Wars – Parte 1

Conheça um pouco mais da tecnologia presente nas duas maiores franquias da ficção, Star Wars e Star Trek.

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Colunista convidado: Renato Azevedo

Olá, leitores. Antes de mais nada gostaria de agradecer à equipe do site Thunder Wave, que me convidou a escrever este artigo.

A tecnologia de nossas séries e filmes preferidos, além de ser uma ferramenta que ajuda a contar a história, também nos inspira a perseguir esses feitos na vida real. A Motorola nunca teria lançado o celular StarTAC se não fossem os comunicadores fartamente utilizados por Kirk, Spock, McCoy e cia em Jornada nas Estrelas!

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Assim, convido vocês a conferir algumas outras ideias apresentadas em nossas produções preferidas que já têm sua contrapartida em nossa realidade, e quais podem vir a ser utilizadas no futuro próximo ou mais distante.

Velocidade de dobra, engage!

STAR WARS

Vamos começar pelo máximo? Que tal construir uma Estrela da Morte? Sim, a primeira e única, e não aquela coisa contrária às mais elementares leis da física que é o Starkiller… Mesmo porque o Mestre Yoda disse que “tamanho importa não”!

A primeira Estrela da Morte tem um diâmetro de 160 km. O site Centives.net fez algumas estimativas em torno dos custos de construir somente sua estrutura, sem entrar em detalhes quanto ao Super-Laser ou o Hyperdrive. Comparando com a construção dos grandes porta-aviões nucleares da Marinha dos Estados Unidos, e se fôssemos construí-la com aço, haveria necessidade de 1,08*10 elevado à 15º potência de toneladas desse material. Conforme à taxa de produção atual, que é de 1,3 bilhões de toneladas, levaríamos 833.315 anos para produzir aço suficiente.

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O custo seria de cerca de 852.000.000.000.000.000 de dólares, ou 13.000 vezes o Produto Mundial Bruto atual. E um rebelde com um reles caça X-Wing poderia explodi-la se tivesse a sorte de acertar o lugar correto…

E os sabres de luz? Bem, recentemente foi anunciado que uma equipe conjunta de Harvard e MIT realizaram uma experiência, introduzindo átomos do elemento rubídio em uma câmara de vácuo, e depois resfriando-a até próximo do zero absoluto, ou – 273º C. Depois fizeram passar raios laser por esse meio, e o resultado é que os fótons, partículas que compõem o laser e também a luz comum que vemos, desaceleraram e se uniram, comportando-se como um novo estado da matéria.

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Qual o seu preferido?

Os fótons não possuem massa, e normalmente nunca interagem uns com os outros. O feito tornou-se ainda mais significativo quando um dos físicos de Harvard envolvidos, de nome Mikhail LUKIN (santa coincidência, Batman!) disse: “A física do que acontece nessas moléculas formadas por fótons é muito similar ao que vemos nos sabres de luz dos filmes de Star Wars”. Mas calma, ainda vai demorar para termos um sabre operacional, pois as aplicações mais imediatas são na computação quântica, que já produz protótipos de novos computadores incrivelmente rápidos. Quando esta tecnologia de matéria fotônica estiver mais desenvolvida, permitirá que circuitos de computação mais complexos, como os dos computadores atuais, sejam produzidos para as máquinas quânticas.

Os droids vistos na saga já têm vários equivalentes em nosso mundo atual. Vários segmentos da indústria utilizam robôs há décadas, e máquinas para limpeza automática de residências podem ser facilmente adquiridas, detectando sujeira automaticamente e realizando sua tarefa sem intervenção humana. O Japão tem desenvolvido de forma assombrosa a robótica, e uma de suas utilizações são androides de companhia para idosos. Um dos robôs mais famosos daquele país é o Asimo da Honda, que chegou a visitar uma das edições do Salão do Automóvel de São Paulo.

A interconexão entre sistemas de informática vista nos filmes já é uma realidade, e a Inteligência Artificial (A.I.) está dando passos significativos, a ponto de vários organismos internacionais manifestarem preocupação com o fato de máquinas conscientes poderem surgir e representar uma ameaça. Drones, aeronaves sem tripulação, já realizam tarefas militares há anos, e existe o temor que sua autonomia permitam escolher alvos indiscriminadamente, ameaçando ainda mais as populações civis. E provável que muito em breve aconteçam conferências internacionais para tratar do tema das A.I.

Em termos bem mais positivos, as próteses como a mão de Luke estão se sofisticando mais e mais a cada dia, sendo mais confortáveis para os usuários e permitindo que tenham uma sensibilidade que se aproxime muito mais das mãos humanas. Até a Walt Disney Company está trabalhando em protótipos de próteses temáticas, e um dos modelos é precisamente inspirado em Star Wars.

Ainda mais legal e muito emocionante, John Peterson reuniu um grupo de entusiastas em impressão 3D como ele sob o nome e-NABLE, e esse grupo de voluntários têm ajudado muitas crianças produzindo próteses a uma fração do valor dos aparelhos comuns. Uma das pessoas que ajudaram foi o garoto Liam Potter, e o vídeo é emocionante!

Augusta boy gets new ‘trooper’ arm

Possivelmente o melhor exemplo de tecnologia equivalente a de Star Wars sendo utilizada hoje é o da propulsão iônica de naves espaciais.

Sim, muito semelhante a dos caças TIE do Império! Tais engenhos, claro, não se equiparam à nave da ficção em termos de aceleração e velocidade, mas têm auxiliado e muito a pesquisa espacial, por uma fração de custos dos propulsores químicos convencionais.

Motores iônicos têm sido desenvolvidos desde meados dos anos 1950, e sua primeira aplicação em uma missão científica foi com a nave Deep Space 1 da NASA, lançada em 24 de outubro de 1998 e que visitou o asteroide 9969 Braille e o cometa 19P/Borrelly. Foi a primeira utilização desse tipo de motor no espaço profundo, que produzia somente 92 millinewtons de empuxo. Porém, como funcionava por grandes períodos de tempo, o motor deu a Deep Space 1 um acréscimo de velocidade de 4,3 km/s, ou quase 15.450 km/h.

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Deep Space 1, Imagem: NASA

Ainda melhor foi a espetacular missão Dawn, cujo acréscimo de velocidade foi de 11,5 km/s, ou mais de 41,842 km/h. Lançada em setembro de 2007, a Dawn seguiu para o principal Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter, onde se tornou a primeira nave a orbitar dois corpos celestes distintos que não a Terra e a Lua. De 16 de julho de 2011 até o final de 2012 ela orbitou o grande asteroide Vesta, e depois partiu para Ceres, planeta anão ao qual chegou em 6 de março de 2015. Ali realizou importantes descobertas, como a presença de material orgânico no pequeno mundo, além de evidências de possíveis espaços com água ou mesmo um oceano sob sua superfície. A missão foi encerrada devido a falta de combustível convencional para seus propulsores de manobra em 1 de novembro de 2018, e ela permanece inerte em órbita de Ceres.

Na segunda parte, Star Trek!

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Renato Azevedo é engenheiro e escritor. Saiba mais sobre ele nos links abaixo:

Especial | A tecnologia de Star Trek e Star Wars - Parte 1 6Escritor com R – Blog oficial

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