Crítica: Jogo Perigoso

O perigo que mora dentro de nós

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Uma inocente brincadeira sexual acaba virando tragédia na nova adaptação da obra de Stephen King, produzida pela Netflix.

Quando Jessie (Carla Gugino) e seu marido Gerald (Bruce Greenwood) resolvem ir para a isolada casa de campo do casal tentar apimentar a relação- algemando Jessie na cama-, o impensável acontece e Gerald sofre um ataque cardíaco. Sozinha e presa, Jessie precisa pensar em uma maneira de escapar antes de morrer de fome e sede, sua condição não é nada favorável, além de limitada pelas algemas, está em um local totalmente deserto, mas que ainda apresenta ameaças.

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Jogo Perigoso | Imagem: Netflix

Baseado na obra homônima de Stephen King, o filme mantêm as questões apresentadas no livro. A trama vai muito além do perigo da situação, na realidade as algemas servem como metáforas para a prisão em que Jessie vive.

A protagonista sofre com constantes opressões, desde sua infância, principalmente em um momento complicado que viveu com o pai (Henry Thomas). São esses traumas que realmente movem a trama, funcionando como auto-análise para assuntos bem relevantes. O longa intercala a explicação desses momentos com cenas visualmente mais pesadas, que representam o presente.

Com tantas metáforas e analises intimas, era de se imaginar que Jogo Perigoso seria uma adaptação complicada, entretanto o roteiro de Mike Flanagan e Jeff Howard consegue passar a mesma mensagem profunda da obra original. Para isso, transforma as vozes na cabeça de Jessie em ilusões visuais, representadas pela própria personagem e seu falecido marido.

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Jogo Perigoso | Imagem: Netflix

Sem a incrível atuação do elenco, não seria possível passar tão bem essa mensagem. Sem exceção, o time inteiro entrega uma atuação impecável, entretanto o grande destaque é Carla Gugino, que não só leva boa parte da produção nas costas, como atua em dois papéis contrastante, ambos muito convincentes. Flanagan faz também um excelente trabalho com a direção, entregando cortes de cenas estratégicos que, em conjunto com as atuações, entregam momentos de muita qualidade.

Jogo Perigoso não é um filme de horror, é um terror psicológico sobre o comportamento humano e os pequenos abusos que as mulheres constantemente sofrem. No melhor estilo polêmico de Stephen King, a obra expõe opressões que não são consideradas graves -porém são muito comuns-, e explora o efeito delas no psicológico da pessoa.

Veja a ficha técnica e elenco completo de Jogo Perigoso

Resumo
Nota do Thunder Wave
jogo-perigoso-resenha-criticaCom ótimas atuações e muita qualidade na produção, o filme consegue passar a mesma mensagem da obra original e analisando profundamente os traumas da protagonista.

1 COMENTÁRIO

  1. Não sou muito fã das historias de terror, mas este filme é realmente extraordinário. A atmosfera do filme é estressante e te mantém no suspense até o final, realmente gostei. Stephen King é um gênio de terror, tem um talento incomparável, é o melhor escritor. Minha história favorita dele é It: A coisa, acho que Pennywise é um icone, recém vi o novo filme, dirigido por Andy Muschietti e adorei, é sensacional. Acho que é uma boa adaptação, o novo Pennywise é muito mais escuro e mais assustador, Bill Skarsgård é o indicado para interpretar o palhaço. Os filmes de terror são meus preferidos, evolucionaram com melhores efeitos visuais e tratam de se superar a eles mesmos. Eu gosto da atmosfera de suspense que geram. It o filme tem protagonistas sólidos e um roteiro diferente. O clube dos perdedores é muito divertido e acho que os atores são muito talentosos. Já quero ver a segunda parte.

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