Crítica: Logan

Enfim dizemos adeus à Hugh Jackman no papel de Wolverine

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E chega ao fim a era do Wolverine nos cinemas. Foram 17 anos de altos e baixos do personagem nas telonas, marcando uma geração que agora tem a chance de ver tudo isso sendo encerrado com chave de ouro com o último filme solo do X-Men, Logan.

Wolverine teve ao todo três filmes solo, além das participações nos X-Men. Ao longo desses anos uma opinião sempre foi verdadeira: O personagem tão querido dos quadrinhos nunca foi perfeitamente representado nas telonas. Logan chega para acabar com esse problema e finalmente entrega aos fãs o longa que todos queriam ver.

A obra mostra suas diferenças logo de cara, com um Logan debilitado e cansado, o tom é visivelmente mais sombrio e pesado em relação aos filmes anteriores. A transformação de Hugh Jackman é impressionante, com olhos vermelhos, aparência sempre cansada, mancando e com o ar sempre melancólico. O peso da culpa finalmente o consumiu o mutante.

Logan

Situado em 2029, Logan nos apresenta um mundo diferente, onde os mutantes foram enfim vencidos. Por anos não se ouve falar deles e com isso o mundo parece mais triste, fato reforçados pela direção de James Mangold, que investiu em cenários de pura ruína, completados pelos closes na aparência sempre fatigada do protagonista.

Ao lado de Logan temos o sobrevivente Charles Xavier (Patrick Stewart), que também sofre graves sequelas, precisando constantemente de cuidado e Caliban (Stephen Merchant), um mutante com o poder de “farejar” outros mutantes e apenas sobreviveu por ter ajudado os perseguidores por quase toda sua vida.  E claro, a tão comentada Laura (interpretada impecavelmente pela fantástica Dafne Keen), que rouba a cena com sua postura durona, contrastando com sua inocência infantil. Boyd Holbrook, que interpreta o vilão Pierce, é uma grata surpresa, entregando muito bem seu papel e merecendo também uma menção de destaque.

Logan
Laura

Mesmo sendo indiscutivelmente o melhor filme do personagem, Logan ainda não é exatamente tão fiel aos quadrinhos como os fãs esperavam. O roteiro tenta remediar com referências e explicações realistas do motivo de tudo ser diferente,que funcionam para amenizar a frustração que os fãs de X-Men vêm sofrendo com as adaptações dos mutantes.

A principal diferença do longa é o tom mais adulto. Wolverine é um personagem que exige violência pesada e isso estava faltando em suas obras. Para dar uma despedida digna, o filme possui muita violência, muito mais explícita que o de costume, em cenas incríveis que remetem aos bons e vigorosos tempos do mutante. Uma produção mais madura também exige mais realismo e sentimento, e isso também vemos aqui. O tom é mais refletivo, abordando união, família e consequências, que aliados com o carinho que temos pelos personagens tão sofridos, tornam a obra muito sentimental.

Logan encerra muito bem a participação de Hugh Jackman como Wolverine. Finalmente chegando muito perto do que os fãs queriam ver, é repleto de ação e profundo. Talvez fuja um pouco do tema super-herói, por se focar tanto em questões morais e mortais, mas é exatamente isso que torna o filme tão bom e irá te deixar tocado por um bom tempo.

Logan estreia dia 2 de março nos cinemas brasileiros.

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