Os musicais não dominam as salas de cinema como antigamente. Talvez por ter um público alvo bem restrito (boa parte do público não é chegado a esse formato) e ser uma produção mais demorada para sair, a indústria cinematográfica não anda investindo muito no gênero. Entretanto, é quase impossível contar a história de P.T.Barnum, provavelmente o primeiro milionário do Show Business, sem transformar em um musical.

E para dar vida a essa interessante personalidade, ninguém melhor do que o rei dos musicais Hugh Jackman, que ao lado de um talentoso elenco, conta a interessante vida de Barnum, através de um ritmo frenético que não deixa espaços para enrolações ou cenas duvidosas. Barnum teve uma infância simples e difícil, mas lutou para conseguir uma vida ao lado de Charity (Michelle Williams), que mesmo sendo de família rica, se contentava apenas em viver ao lado de seu amor, apesar das dificuldades. Porém isso não era o bastante para Barnum, que teve a original ideia de montar espetáculo de excentricidades.

O Rei do Show
Hugh Jackman e Michele Willians em O Rei do Show  | Imagem: Fox Film

O Rei do Show (The Greatst Showman) possui tudo que um bom musical precisa, sem ficar restrito a isso. Com musicas envolventes, apresentadas em coreografias de encher os olhos, o roteiro conta sem dificuldades a trama, investindo em detalhes que complementam o entendimento e a beleza da obra, mas sem mastigar as informações para o espectador. Em conjunto com a fotografia, as coreografias entregam cenas magníficas, onde o cenário geralmente participa da ação. Em vários momentos, há um detalhe que deixa a experiência do espectador ainda mais interessante, como uma jogada de cortina, um ritmo ditado por copos em um bar ou até mesmo uma dança controversa, protagonizada por Zac Efron e Zendaya, que deixa um interessante contraste em relação à palavras e comportamento.

O Rei do Show
Zac Efron e Zendaya em O Rei do Show  | Imagem: Fox Film

Conseguindo fugir de vários clichês, o longa ainda consegue apresentar inúmeras formas de preconceito. Logo de inicio, é jogado na cara do público o preconceito em relação à classe social, que é apenas a ponta do iceberg. Além da implícita questão em relação às excentricidades dos participantes do circo de Barnum, há espaço ainda para explorar racismo e entre todos esses problemas, apresentar mensagens de aceitação.

O elenco é certeiro. Jackman conduz magnificamente a trama, seguido de perto por Efron – que mesmo não demonstrando o mesmo talento do protagonista, não deixa a desejar em suas performances-, e Zendaya, que revela um enorme talento para musicais. O time de “excêntricos”, mesmo tendo um foco individual um pouco menor, é notável, com grande destaque para Keala Settle (atuando como Lettie, a mulher barbada), que rouba a cena com sua atuação e sua incrível voz.

Crítica | O Rei do Show 1
Keala Settle em O Rei do Show | Imagem: Fox Films

Lindo, profundo e cativante, O Rei do Show possui mais atributos, que são impossíveis de listar nessa crítica sem estragar a experiência do espectador. Narrando uma vida interessante e trazendo vários momentos de reflexão, o filme certamente irá conquistar multidões. É uma obra feita para ver, se envolver e sentir, deixando de lados todos os preconceitos e ressalvas em relação à temática.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por Favor insira seu nome aqui