O Senhor dos Anéis – Os Anéis de Poder 1×05

O ritmo particular de Anéis de Poder pode não agradar a todos devido ao modo com que trabalha o seu enredo e é até pertinente. A série está chegando ao seu clímax e a sensação que temos é que a ameaça está chegando, porém, como os acontecimentos são desenvolvidos de forma lenta, o sentimento de aflição e tensão é algo crescente e intenso. O quinto episódio conseguiu trabalhar com mais núcleos e trouxe revelações importantes que darão gás nos próximos episódios.

Um dos núcleos mais legais da série e mais envolvente é o delineado entre o príncipe anão de Khazad-dûm, Durin IV (Owain Arthur), e do elfo arquiteto Elrond (Robert Aramayo). Desde o reencontro de ambos, presenciamos uma amizade conturbada e cheia de segredos. Contudo, vemos que os produtores investem tempo e dedicação para explorar cada lado desse relacionamento que nos entrega boas risadas, cenas emocionantes e muita química em tela. É incrível testemunhar o belo trabalho que Aramayo e Arthur fazem.

Precisamos pontuar que, o desenvolvimento deles se dá sem pressa, pois, a profundidade de suas personalidades e peculiaridades nos mostram os conflitos que ambos precisam e terão que enfrentar no decorrer da temporada como o impasse que Elrond se encontra neste capítulo. No episódio anterior, Durin fez com que o elfo jurasse segredo sobre a descoberta de mithril e, agora, o Elrond precisa decidir se quebrará a confiança do amigo ou se será um dos responsáveis pela queda da raça élfica e da destruição da luz.

Além de Elrond e Durin, temos Galadriel (Morfydd Clark) que tem uma de suas melhores sequências bem coreografadas até o momento. Ela tem demonstrado suas habilidades em cada episódio, porém, em Partidas, seu lado como guerreira brilha e o fato dela estar conseguindo quebrar essa barreira que existe entre ela e os humanos de Númenor que não gostam dela e dos elfos e os convence a viajar para à Terra-Média para lutar contra as forças das trevas.

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A bela sequencia performada por Galadriel / Reprodução Amazon Prime Vídeo

Outros personagens que dividem a cena com Galadriel são Halbrand (Charlie Vickers) e Elendil (Lloyd Owen) que entregam momentos divertidos e emocionantes. Este episódio, propositalmente, serviu para afastar a imagem de Halbrand da suspeita de ser Sauron. Infelizmente, ele não abre tanto o bico e não sabemos se ele é rei ou não, mas também não parece ser o grande vilão da trama.

Em Partidas, temos quatro núcleos e dois deles conseguem demarcar a virada do enredo que se encaminha para o fim. A personagem Galadriel, enfim, parte de Númenor para à Terra-Média para combater a ascensão dos orques e o retorno de Sauron; do outro lado do oceano, nas Terras do Sul, Arondir (Ismael Cruz Córdova) e Bronwyn (Nazanin Boniadi) se preparam para enfrentar o exército liderado por Adar (Joseph Mawle), frente a frente. Algo inteligente, foi o encerramento do episódio com a partida dos navios de Númenor logo após vermos as tropas de Adar avançando em direção à torre. Agora sim, a aventura parece ter horas para começar. E são esses dois núcleos, os mais rápidos, com um ritmo menos vagaroso, atuando de forma urgente e correspondendo ao que esperávamos.

A trama, que se desenvolve na torre de vigília, reforça as várias reviravoltas que aconteceram ao redor de Arondir, Bronwyn e Theo (Tyroe Muhafidin), mostrando que é aqui que a ameaça se mostra mais plausível de estourar. Infelizmente ou não, o trio corajoso não foi os destaques do episódio, visto que, o vilão que descobrimos a identidade no episódio anterior, Adar parece estar surpreendendo depois de uma revelação meio aquém do esperado.

Uma das cenas dele que causa certo impacto, inquietação e um tantinho de aflição é a que ele lamenta não poder mais sentir o sol futuramente, mas algo sobre ele ainda não foi revelado e gera muita curiosidade… Por que ele é idolatrado pelos Orcs? Como ele foi para o lado perverso da coisa? Por qual motivo ele traiu os Elfos? Será que ele é parceiro de Sauron ou irá traí-lo também? Viu? Muitas dúvidas. Tem terreno para o desenvolvimento dele e o que esperamos é ter essas respostas o mais breve possível.

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O exército de Orcs liderados por Adar / Reprodução Amazon Prime Vídeo

Outro ponto curioso desse núcleo. Um dos personagens mais idiotas é o pior ser humano da Terra-Média, o Waldreg que se curva para saudar e reforçar a sua lealdade ao inimigo, Adar, que ele pensa ser Sauron. Mas levantou dúvida, pois, Adar atacou Waldreg quando foi chamado de Sauron e fica no ar o questionamento, será que foi para intimidar os humanos que seguiram o velho ridículo ou ele e Sauron não são coleguinhas do mal? Tem algo que não estamos vendo e esperamos ansiosos por mais revelações e surpresas.

Por último, mas não menos importante, temos o circulo dos pés-peludos. Eles fizeram falta no episódio anterior e pelo que vimos neste quinto capitulo, a linda abertura serviu para compensar a ausência deles, visto que, com a fofa canção de Papoula nos guiando pelo mapa da Terra-Média em espetaculares transições com as tomadas abertas das locações. No entanto, o arco de Nori (Markella Kavenagh) e do misterioso gigante que caiu do céu (Daniel Weyman) avança em sua narrativa, mas ainda sem muita explicação.

Tem muita coisa ainda fora do ar e que nos faz pensar se a produção sabe para aonde vai com tanto mistério. Não podemos ser injustos, existe uma participação maior deles, mas ainda continuam na posição de coadjuvantes quando disputam espaço com outros núcleos mais ativos como o de Arondir+Adar, Galadriel+Númenor e Elrond+Durin. É óbvio que, Nori e o estranho performam boas cenas e entregam momentos legais, mas a trama deles está num loop infinito, logo, demorando demais para acontecer, principalmente agora com a adição do trio que parecem ser feiticeiras ou bruxas brancas em busca do estranho. Precisamos de respostas, mas está difícil a coisa andar nesse núcleo.

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O trio de bruxas ou feiticeiras brancas / Reprodução Amazon Prime Vídeo

Devo ressaltar novamente, a beleza estética do episódio Partidas. Não é segredo para ninguém, que as atuações são perfeitas, porém, o destaque fica por conta do grandioso e épico espetáculo visual, o time por trás do processo criativo que não decepcionam em nenhum momento. Todavia, um dos elementos que mais nos cativa é a trilha sonora de Bear McCreary, que tem um jeito diferente de criar composições não convencionais que encontramos em tramas do gênero. Isso não quer dizer que ele não deixa de prestar sua homenagem a Howard Shore com arranjos impecáveis de instrumentos de corda. É algo tão bem feito que nos remete a algo de outra dimensão.

Em O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, segue sua jornada com qualidade narrativa e se mantém interessante no quesito de intensificar a ameaça que se aproxima. A produção conseguiu superar os erros cometidos nos episódios anteriores e se mostra um capítulo mais equilibrado, com núcleos bem redondos e uma trama impactante no que diz respeito a estética e trilha sonora. Esperamos ansiosos por mais revelações. Podemos ter certeza de algo, J.R.R. Tolkien estaria orgulhoso dessa produção da Amazon Prime Vídeo.

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